BESA deu 250 milhões ao BES para empresa em crise
O Banco Espírito Santo emprestou, em 2011, 250 milhões de euros à Legacy Investments Asset Group, empresa que já enfrentava dificuldades financeiras. Segundo investigação do Diário Económico, este dinheiro foi garantido à instituição liderada por Ricardo Salgado pelo BES Angola e o BES sempre garantiu que o dinheiro seria recuperado.
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Economia GES
O Diário Económico investigou e teve acesso a documentos que mostram que as transferências de dinheiro entre BES, GES, BESA e outras empresas foram um risco e que há ainda muita coisa por desvendar no mandato de Álvaro Sobrinho à frente do BES Angola.
Desta feita, o jornal revela hoje que em 2011 o Banco Espírito Santo emprestou 250 milhões de euros à Legacy Investments Asset Group. Mas este dinheiro veio diretamente de Angola, com o BESA a prestar uma garantia de 253 milhões de dólares que, por sua vez, teve do Presidente angolano uma garantia soberana assinada.
Por seu lado, a Legacy Investments Asset Group, refere o Diário Económico, é uma sociedade que terá sido vendida, em 2010, pelo Grupo Espírito Santo à Vaningo, uma holding angolana.
Contudo, esta empresa não aparece referida nem nos relatórios e contas do GES, nem na informação oficial da ESCOM. Mas sabe-se que já apresentava dificuldades económicas à data do empréstimo, um risco que assumiu o GES como comprovam os documentos a que o Diário Económico teve acesso.
“No que respeita à Legacy, e dada a impossibilidade de conseguir a transferência de verbas de Angola em tempo útil, o GES assegurou intercalarmente o pagamento dos encargos financeiros a fim de evitar a entrada em crédito vencido”, lê-se numa carta enviada por Ricardo Salgado ao vice-governador do Banco de Portugal, Pedro Duarte Neves.
Na mesma missiva, o então líder do BES garante que “é convicção do GES que os montantes adiantados serão integralmente recuperados”.
Ainda relativamente a este documento, o Diário Económico revela que quem pediu a garantia ao BESA foi a Vaningo e a Vaningo é a empresa que comprou a Legacy e que faz parte do grupo de cinco sociedades (sobre as quais pouco se sabe) que durante a gestão de Álvaro Sobrinho à frente do BESA recebeu 5,7 mil milhões em créditos que foram entretanto declarados incobráveis.
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