Moscovo pede libertação de russa detida por espionagem na Dinamarca
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia apelou hoje à "libertação imediata" de uma cidadã russa detida na Dinamarca sob a acusação de espionagem, insistindo que Copenhaga não apresentou "qualquer prova".
© Getty Images
Mundo Espionagem
"A embaixada russa na Dinamarca exigiu que as autoridades dinamarquesas libertem imediatamente a nossa compatriota e está disposta a prestar-lhe a assistência consular necessária", declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Moscovo, Maria Zakharova, em comunicado.
De acordo com a mesma responsável, o caso que envolve a cidadã russa na Dinamarca é um exemplo de perseguição e de pressão "sem precedentes".
"As autoridades dinamarquesas não apresentaram qualquer prova das atividades ilegais", acrescentou.
Na terça-feira, os serviços secretos dinamarqueses (PET) anunciaram a detenção de uma cidadã russa por suspeita de espionagem a soldo de Moscovo.
A suspeita está envolvida nas recentes revelações da rádio pública dinamarquesa (DR) e de outros meios de comunicação social europeus sobre a Fundação Pravfond, uma instituição suspeita de financiar "projetos de desinformação" e a defesa de suspeitos de espionagem.
Os alegados casos de espionagem envolvendo Moscovo têm-se multiplicado na Europa nos últimos meses, nomeadamente no Reino Unido, onde cinco cidadãos búlgaros foram acusados, no final de março, por supostamente operarem a favor da Rússia.
Os cinco suspeitos declararam-se inocentes.
Na Alemanha, um antigo oficial do Exército foi condenado no final de maio a três anos e meio de prisão por ter transmitido informações militares confidenciais à Rússia após o início do ataque à Ucrânia que começou em fevereiro de 2022.
Em meados de abril, dois homens de nacionalidade russa e alemã foram acusados de planearem atos de sabotagem em nome da Rússia, incluindo numa base do Exército dos Estados Unidos, a fim de prejudicar a ajuda alemã à Ucrânia.
A Rússia mantém detido desde março de 2023 o jornalista americano Evan Gershkovich, repórter do jornal Wall Street Journal depois de ter trabalhado para a Agência France Presse em Moscovo.
O jornalista é acusado de espionagem, um crime punível com uma pena até vinte anos de prisão.
Este caso é encarado com uma gravidade nunca vista para um jornalista estrangeiro desde o fim da União Soviética.
O jornalista rejeita as acusações, tal como os Estados Unidos, o jornal, os amigos e familiares.
A Rússia nunca fundamentou as acusações nem apresentou provas, sendo que "todo o processo" foi classificado como "secreto".
Nos últimos anos, vários cidadãos norte-americanos foram detidos e condenados a longas penas de prisão na Rússia.
Washington, que apoia Kiev contra o Exército russo há mais de dois anos, acusa Moscovo de querer trocá-los por russos detidos nos Estados Unidos.
Estão em curso negociações russo-americanas com vista a uma possível troca de prisioneiros.
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