O exército israelita anunciou, este sábado, a morte do líder do movimento islamita armado libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque na sexta-feira à sede da organização em Beirute.
"Hassan Nasrallah está morto", declarou o porta-voz do exército, tenente-coronel Nadav Shoshani, nas redes sociais, citado pela agência francesa AFP. Uma informação confirmada apenas horas depois pelo Hezbollah.
Nasrallah, de 64 anos, chefiava a força paramilitar mais poderosa do mundo - considerada uma organização terrorista pelos Estados Unidos da América (EUA) -, que agora fica sem um sucessor claro num momento crítico.
A escolha fica ainda dificultada pelo facto de, nos últimos meses, outros nomes fortes do grupo, como Ali Karaki, Ibrahim Jazini ou Fuad Shukr, terem morrido e deixado o grupo despojado de operadores capazes - que possuíam uma profunda experiência militar e internacional.
“O Hezbollah está a enfrentar uma realidade muito pior do que qualquer cenário de guerra que possa ter imaginado. A cadeia de comando foi destruída”, disse Naveed Ahmed, um analista de segurança independente baseado no Golfo e especialista no Hezbollah, ao The Guardian.
Quem sucederá a Hassan Nasrallah?
O candidato mais óbvio para suceder a Nasrallah é Hashem Safi al-Din, que preside ao conselho executivo do Hezbollah. Primo de Nasrallah, Safi al-Din nasceu em 1964 no sul do Líbano e é membro fundador. Pensa-se que terá passado muitos anos em Qom, a cidade religiosa iraniana, e que o Hezbollah lhe confiou uma série de tarefas ao longo das décadas, incluindo a gestão da vasta carteira de negócios legais e ilegais da organização.
Fez os seus estudos islâmicos nas cidades sagradas de Najaf, no Iraque, e Qom, no Irão, onde se situam as principais escolas para quem aspira a tornar-se Grande Ayatollah, um dos mais altos títulos entre os islamitas xiitas.
Como a maioria dos altos responsáveis do Hezbollah - organização considerada terrorista por Israel e pelos Estados Unidos, mas não pela União Europeia, que apenas considera o seu braço armado uma organização terrorista -, Safi al-Din foi classificado como terrorista pelo governo norte-americano em 2017, por ser "um membro-chave" do grupo, segundo uma nota então publicada pelo Departamento de Estado.
Nas últimas horas, anunciou-se que a substituição era oficial - informação mais tarde desmentida.
O grupo xiita libanês Hezbollah negou hoje que o clérigo Hashem Safi al-Din tenha sido eleito como novo secretário-geral do movimento político e armado da organização.
Lusa | 06:08 - 30/09/2024
Líder do Hamas no Líbano também foi morto
Entretanto, também nas últimas horas, o movimento islamita palestiniano Hamas anunciou que o líder do grupo no Líbano, Fatah Sharif Abu Al Amin, foi morto, num ataque aéreo contra o sul do Líbano, atribuído a Israel.
Israel "continuará a atacar à força, a danificar e a degradar as capacidades militares e as infraestruturas do Hezbollah", sublinharam as forças armadas.
Os ataques contra o leste do Líbano causaram pelo menos 105 mortos, de acordo com um balanço oficial.
Horas antes, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) anunciou a morte de três dirigentes num ataque que visou um edifício residencial no centro de Beirute, atribuindo a ação a Israel.
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