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Nativos americanos usaram ossos de raposa e lince nas primeiras agulhas

Os habitantes primitivos da América do Norte fabricavam agulhas com ossos de animais peludos, como raposas, linces e a já extinta chita americana, para fazer roupa há quase 13 mil anos, revelou um estudo da Universidade de Wyoming.

Nativos americanos usaram ossos de raposa e lince nas primeiras agulhas
Notícias ao Minuto

28/11/24 06:35 ‧ Há 3 Horas por Lusa

Mundo Estudo

A investigação, liderada pelo arqueólogo do Wyoming Spencer Pelton e publicada na revista PLOS ONE, descobriu que os ossos com que as agulhas foram feitas eram de animais peludos, como raposas, lebres ou coelhos, e felinos, como gatos selvagens, pumas, linces e a já extinta chita americana.

 

"O nosso estudo é o primeiro a identificar as espécies e os prováveis elementos com que os paleoíndios fizeram agulhas", sublinharam os investigadores, que realçam que apesar da importância destas ferramentas para explicar a dispersão dos seres humanos, a sua utilização nunca tinha sido analisada.

Os investigadores asseguraram que os seus resultados são "provas fiáveis" da confeção de peças de vestuário personalizadas, noticiou na quarta-feira a agência Efe.

"Estas peças de vestuário permitiram em parte a dispersão dos humanos modernos para as latitudes setentrionais e, ao longo do tempo, a colonização da América", sublinharam.

"Uma vez equipados com estas roupas, os humanos modernos tiveram a capacidade de expandir o seu alcance para locais dos quais estavam anteriormente excluídos devido à ameaça de hipotermia ou morte por exposição", detalharam.

As descobertas foram feitas no sítio de LaPrele, no condado de Converse (Wyoming), que preserva os restos mortais de um mamute e um acampamento onde povos primitivos se estabeleceram há quase 13 mil anos.

Na mesma área, um grupo de investigadores da mesma universidade encontrou há alguns meses a missanga mais antiga conhecida na América.

Para concluir a origem dos ossos com que foram feitas as agulhas, os investigadores recorreram à zooarqueologia por espetrometria de massa, também conhecida por ZooMS.

Examinaram 32 fragmentos de agulhas ósseas recolhidos no local e compararam-nos com aminoácidos de animais que supostamente existiram durante o Paleoíndio Inferior, entre 13.500 e 12.000 anos atrás.

"Combinados com uma revisão de evidências de outros sítios paleoíndios da América do Norte, os nossos resultados sugerem que os primeiros paleoíndios tinham acesso direto a predadores peludos, provavelmente através de armadilhas, e representam algumas das evidências mais detalhadas já descobertas para o vestuário paleoíndio", concluíram os investigadores.

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