Covid: 60% dos doentes sofrem de depressão e falta de ar 3 meses depois
Investigadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, apuraram que uma proporção significativa de pacientes com Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, continuam a experienciar depressão, fadiga, ansiedade e falta de ar até três meses após terem contraído o vírus.
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Lifestyle Covid persistente
De febre a tosse seca persistente, o novo coronavírus já foi associado a uma vasta variedade de sintomas.
E agora, um novo estudo alerta que alguns desses sintomas podem persistir durante meses.
Investigadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, apuraram que uma proporção significativa de pacientes com Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, continuam a experienciar depressão, fadiga, ansiedade e falta de ar até três meses após terem contraído o vírus.
No estudo, os investigadores analisaram 58 pacientes com Covid moderada a severa, além de 30 indivíduos que jamais haviam sido infetados.
Estes voluntários foram submetidos a exames de ressonância magnética ao cérebro, pulmões, coração, fígado, assim como a testes relativos à função pulmonar e avaliações da sua qualidade de vida, saúde cognitiva e mental.
Os resultados detetaram que três meses após os indivíduos terem sido infetados, 64% dos pacientes com Covid-19 ainda sofriam de falta de ar, enquanto 55% se queixavam de fadiga.
Mais ainda, as ressonâncias magnéticas revelaram que 60% dos doentes tinha tecido anormal nos pulmões, 29% nos rins, 26% no coração e 10% no fígado.
Entretanto, os pacientes apresentavam igualmente uma maior propensão de reportarem ansiedade e depressão, comparativamente aos indivíduos que não haviam sofrido de Covid-19.
Betty Raman, a médica e professora que liderou o estudo, disse ao jornal Mirror Online: "a nossa pesquisa avaliou pacientes que estavam a recuperar da Covid-19 após terem sido hospitalizados, dois a três meses depois da doença se ter instalado. Embora tenhamos encontrado anormalidades em vários órgãos, é difícil saber o quanto disso foi pré-existente e o quanto foi causado pela Covid-19".
"Todavia, é interessante ver que as anormalidades detetadas nas ressonâncias magnéticas e que a capacidade física dos pacientes parece estar fortemente correlacionada com marcadores que indicam níveis acrescidos de inflamação no organismo. Tal sugere que existe sim uma relação potencial entre a inflamação crónica provocada pelo SARS-CoV-2 e os danos permanentes nos órgãos dos sobreviventes", concluiu.
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