A História da cartografia

Hoje em dia, raramente nos perdemos. Tudo o que precisamos de fazer é programar os nossos dispositivos de GPS ou consultar o Google Maps. E, claro, ainda existe o bom e velho mapa de papel. Cinco mil anos atrás, no entanto, as pessoas usavam uma tábua de argila para se orientarem. Mais tarde, um rolo de papiro. E no século XVI, começaram a aparecer os primeiros mapas mundiais.

Os mapas fazem parte da História humana há milénios e o desenvolvimento da cartografia é tão fascinante quanto os muitos destinos aos quais um mapa nos ajuda a chegar. Clique para saber mais.

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Imago Mundi

Imago Mundi, uma placa de argila datada de 2300 a.E.C, é o primeiro mapa que se conhece. Também chamado Mapa Babilónico do Mundo, o Imago Mundi centra-se no rio no Eufrates e mostra a cidade da Babilónia, embora seja uma representação simbólica, não literal. A placa está em exibição no British Museum, em Londres.

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Mapa de Papiro de Turim

Considerado o mapa mais antigo do Mundo Antigo, o mapa do papiro de Turim data de 1150 a.E.C. Mostra um trecho de 15 km de Wadi Hammamat, no Egito, entre o Vale do Nilo e o Mar Vermelho. Está albergado no Museu Egípcio em Turim, Itália.

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Mapa das pistas de Yu Gong

Criado por um antigo cartógrafo chinês anónimo, este mapa de seda do início da Dinastia Han Ocidental (202 a.E.C a 9 d.E.C), descoberto no local das tumbas de Mawangdui Han, descreve o Reino de Changsha e o Reino de Nanyue no sul da China.

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Mapa-múndi ptolemaico

Esta é a representação do mundo conhecido pelo matemático grego Ptolomeu, do século II. O mapa é uma reconstituição do século XV de Geografia, de Ptolomeu (cerca de 150 d.E.C). Além do continente europeu, indica "Sinae" (China) na extrema direita, além da ilha de "Taprobane" (Ceilão ou Sri Lanka, sobredimensionada) e a "Aurea Chersonesus" (península do sudeste asiático).

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Tabula Peutingeriana

A Tabula Peutingeriana é uma cópia em pergaminho do século XIII de um antigo mapa rodoviário romano originalmente desenhado no século IV ou V. Representando a Itália central e Roma, o documento foi posteriormente batizado em homenagem ao antiquário alemão do século XVI, Konrad Peutinger, e agora está conservado na Biblioteca Nacional Austríaca em Viena.

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Tabula Rogeriana

A Tabula Rogeriana, ou Kitab Rudjdjar, é um mapa do mundo antigo criado pelo geógrafo árabe Muhammad al-Idrisi (1100–1165). O mapa foi encomendado em 1154 pelo rei Roger II da Sicília. Está localizado na Universidade de Oxford, na Inglaterra.

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Atlas catalão

Descrito como o mapa medieval mais importante na língua catalã, o Atlas Catalão foi criado em 1375 e atribuído aos cartógrafos judeus de Maiorca Abraham Cresques e filho, Jehuda Cresques. É um dos primeiros portulanos (livros que contêm todas as indicações técnicas dos portos para efeito de tráfego de navios) que incorporam dados geográficos extraídos diretamente do registo das viagens de Marco Polo. O documento está preservado na Biblioteca Nacional da França, em Paris.

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Rosa-dos-ventos do Atlas Catalão

O Atlas Catalão também é conhecido por ser o primeiro mapa a incorporar uma rosa dos ventos (foto).

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Mapa-mundo de Giovanni Leardo

Na foto, um dos pelo menos quatro mapas-mundo elaborados por Giovanni Leardo, um geógrafo e cosmógrafo veneziano do século XV. Esta edição de 1452 em pergaminho pintado a cores encontra-se na Biblioteca da Sociedade Geográfica Americana em Milwaukee, Wisconsin e é o mapa-múndi mais antigo da biblioteca.

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Mapa de Fra Mauro

Este mapa-mundo intrincadamente detalhado, feito pelo monge e cartógrafo italiano Fra Mauro, é um dos melhores exemplos de cartografia medieval alguma vez criado. Feito em 1460, o documento é um planisfério circular desenhado em pergaminho e enquadrado por uma moldura de madeira. Contém informação fornecida por Marco Polo.

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Erdapfel

À medida que mais partes do planeta iam sendo mapeadas — e se percebia que não eram definitivamente planas — coube ao cartógrafo alemão Martin Behaim a criação do Erdapfel, ou "Maçã da Terra", em 1492. É considerado o mais antigo exemplo sobrevivente de um globo terrestre. As Américas não estão incluídas, pois Colombo voltou à Espanha apenas em março de 1493. A venerável esfera está em exibição no Museu Germânico de Nuremberga.

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Mapa de Cristóvão Colombo

Em exposição na Biblioteca Nacional de França em Paris, podemos encontrar o mapa usado pelo explorador italiano Cristóvão Colombo para planear a sua viagem à Índia, que na verdade resultou na sua descoberta das Américas.

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Mapa de Juan de la Cosa

Sete anos depois do Erdapfel, o navegador e cartógrafo castelhano Juan de la Cosa produziu um mapa-múndi que incluía a mais antiga representação conhecida do Novo Mundo, em 1500. Na foto vemos uma gravura do mapa, a única obra cartográfica preservada até hoje feita por uma testemunha ocular das primeiras viagens de Cristóvão Colombo às Índias.

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Planisfério Cantino

Um mapa-mundo português manuscrito datado de 1502, o Planisfério de Cantino tem o nome de um tal Alberto Cantino, que contrabandeou o documento de Portugal para Itália para o Duque de Ferrara. É o primeiro mapa remanescente que mostra as descobertas geográficas portuguesas no Leste e Oeste e é particularmente notável por retratar um registo fragmentado da costa brasileira. O planisfério é preservado na Galleria Estense em Modena, Itália.

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Mapa de Piri Reis

O cartógrafo otomano Piri Reis compilou o seu mapa-múndi em 1513. Apenas um fragmento sobreviveu, que mostra as costas ocidentais da Europa e do Norte de África e a costa do Brasil. Curiosamente, o mapa parece mostrar a Antártica quase 300 anos antes de ter sido descoberta. Além disso, o continente é desenhado como uma massa de terra como teria aparecido antes de ser coberto pela sua capa de gelo há mais de 6000 anos. O mapa é mantido na biblioteca do Palácio de Topkapi em Istambul, Turquia, mas raramente é exibido ao público.

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Atlas Lopo Homem-Reineis

O Atlas Lopo Homem-Reineis, também conhecido como Atlas de Miller, é um mapa do Brasil de 1519 ricamente ilustrado, trabalho conjunto dos cartógrafos portugueses Pedro e Jorge Reinel e Lopo Homem. A obra é da autoria de António de Holanda. Foi adquirido em 1897 para a Biblioteca Nacional de França pelo bibliotecário Bénigne Emmanuel Clement Miller, daí o nome Atlas de Miller.

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Mapa de Padrón Real

Diogo Ribeiro, cartógrafo português ao serviço de Espanha, fez aquele que é considerado o primeiro mapa científico do mundo, o Mapa-Mundo Real de Padrón de 1527. Está preservado na Biblioteca Apostolica Vaticana na Cidade do Vaticano.

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Atlas Cosmographicae

Muito antes do meridiano principal de Greenwich (um sistema de coordenadas geográficas em que a longitude é definida como 0°) se tornar a referência padrão internacional para os cartógrafos em 1884, Gerardus Mercator, no seu Atlas Cosmographicae (1595), usou um meridiano principal que ele denominou de Projeção de Mercator que correspondia algures perto de 25° Oeste, passando apenas a oeste da Ilha de Santa Maria nos Açores no Oceano Atlântico. O seu meridiano de 180º corre ao longo do Estreito de Anián (Estreito de Bering).

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Mapa-mundo de Blaeu

O mapa criado por Joan Blaeu em 1664 representa um mapa-mundo com dois hemisférios e foi preparado para o Atlas Van Loon, um belo porta-fólio de mapas publicados entre 1649 e 1676.

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Atlantic Neptune

Em 1777, o coronel Joseph Frederick Wallet DesBarres criou um monumental atlas de quatro volumes da América do Norte chamado Atlantic Neptune. É a coleção mais importante de mapas, gráficos e vistas da América do Norte publicada no século XVIII.

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Mapa-mundo de Finley

Publicado em 1827, o conhecido Mapa-Mundo de Finley é baseado na Projeção de Mercator.

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Mapa comercial do mundo

Este mapa comercial mundial de 1902 é publicado reposicionado de acordo com as coordenadas do meridiano principal de Greenwich.

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Mapas para fins políticos e ideológicos

Um mapa-múndi mostrando em vermelho a extensão do Império Britânico em 1901. Historicamente, os mapas têm sido usados tanto para fins políticos e ideológicos como para referência e navegação.

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Terra fotografada do Espaço

A primeira metade do século XX viu a cartografia ser levada a novas alturas. As primeiras imagens do espaço foram obtidas no voo do foguete suborbital V-2 lançado pelos Estados Unidos em 24 de outubro de 1946. Essas primeiras fotos foram as precursoras das imagens de satélite. Nesta fotografia do Exército dos EUA está uma das primeiras imagens da Terra tiradas do espaço.

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Primeira imagem de satélite

Esta imagem da NASA é a primeira fotografia tosca tirada pelo satélite Explorer 6 em 14 de agosto de 1959. Na época, o satélite estava a cruzar o México e mostra uma área iluminada pelo sol do Oceano Pacífico Central e a sua cobertura de nuvens.

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Programa Landsat

Em 23 de julho de 1972, foi lançado o Satélite de Tecnologia de Recursos Terrestres da NASA / Estados Unidos (USGS) e com ele o programa Landsat, o empreendimento mais antigo para aquisição de imagens de satélite da Terra. Os satélites Landsat adquiriram milhões de imagens que possibilitaram a documentação de muitas áreas que antes eram inacessíveis. Na imagem, vemos o foguete Atlas-V da United Launch Alliance (ULA) com a nave espacial Landsat Data Continuity Mission (LDCM) a bordo.

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Google Maps

O século XXI precipitou avanços tecnológicos extraordinários na cartografia. O Google Earth, um programa de computador lançado em 2001, renderizou uma representação 3D da Terra com base principalmente em imagens de satélite. Em 2005, foi lançado o Google Maps.

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Google Maps, Apple Maps

Com o Google Maps, o mundo inteiro estava de repente ao seu alcance. Na foto, Steve Jobs, da Apple, em 2007, demonstrando o Google Maps no iPhone. Em 2012, a Apple lançou o seu próprio serviço de mapeamento no iOS, substituindo o Google Maps como o serviço de mapeamento padrão para os sistemas operacionais da Apple.

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Street View

Também em 2007, a Google lançou o Google Street View, um recurso do Google Maps que fornece vistas panorâmicas de 360° ao nível da rua em vários locais. Hoje, chegamos muitas vezes a um destino através da tecnologia de imagem de satélite.

© <p>BrunoPress</p>

Mapa-mundo de NASA

Mais de cinco mil anos após a criação da Imago Mundi, a NASA publicou o seu último mapa do mundo. Usando uma coleção de observações baseadas em satélite, cientistas e visualizadores juntaram meses de observações da superfície terrestre, oceanos, gelo marinho e nuvens num mosaico de cores verdadeiras e sem costura de cada quilómetro quadrado do nosso planeta para produzir a melhor imagem de uma Terra cada vez mais frágil.

Fontes: (Compass Rose Geocoin) (The Vintage News) (Geographicus) (Carnegie Council) (The Keyword) 

Veja também: Expedições que mudaram o curso da História

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