Dicas para superar um divórcio (e evitar que se transforme numa 'guerra')
A Ordem dos Psicólogos Portugueses divulga um documento com recomendações.
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Lifestyle Divórcio
Em 2020, o rácio de divórcios por 100 casamentos foi de 91,5% em Portugal, segundo dados do Pordata. E, apesar de 80 a 85% dos adultos superarem o divórcio de forma saudável, alguns aspetos do processo de separação são desafiantes e até a ameaçar a saúde psicológica e o bem-estar das pessoas envolvidas e dos seus familiares. Por isso, para ajudar a perceber e ultrapassar essa fase, a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) divulgou o documento 'Vamos Falar sobre Divórcio'.
A OPP explica que a maioria dos casais identifica mais do que um motivo para o fim do casamento. "Algumas das dificuldades apontadas incluem dificuldade de comunicação, conflito, falta de intimidade, infidelidade, não divisão das tarefas, dinheiro e violência física e/ou psicológica", pode ler-se no documento. Por outro lado, a taxa de divórcios aumenta quando existem filhos de um casamento anterior, quando é um segundo casamento ou se a união foi no início da vida adulta.
Durante o processo de divórcio é normal haver emoções diferentes nas várias etapas: antes do divórcio, quando a decisão é tomada e depois da superação da rutura." A OPP diz mesmo que é tudo menos linear e é feito de avanços e recuos. Havendo filhos pode até durar toda a vida.
Para superar de forma saudável todo o processo, há algumas recomendações que os psicólogos sugerem, como aceitar que é natural experimentar diferentes emoções, 'darmo-nos um desconto', partilhar o que sentimos ou manter a comunicação com o ex-cônjuge. É igualmente importante investir no autocuidado, criar novas rotinas, explorar novos interesses, evitar tomar decisões importantes, evitar consumir álcool/drogas e procurar ajuda.
Depois de ter a decisão tomada, é preciso ter em conta que a reação de crianças e adolescentes pode variar muito e ter manifestações diferentes. Para os ajudar a lidar com a situação é importante encontrar palavras para expressar as emoções, ser paciente e disponível, oferecer estabilidade, manter as regras, evitar conflitos e procurar ajuda.
Depois do divórcio, a primeira coisa a fazer é recuperar de todo o processo, investindo em atividades de lazer e cultivando novas relações. Por outro lado, é preciso saber gerir a relação com o outro progenitor – o que nem sempre é fácil. "É possível para ambos os progenitores manter um papel ativo na vida dos filhos", pelo que a OPP aconselha a centrar a relação nos filhos em comum e focar a comunicação nas necessidades das crianças/jovens. "É imprescindível manter uma atitude cordial, escutar e conversar frequentemente, pedir em vez de exigir, partilhar informações importantes e respeitar o território e estilo de parentalidade de cada um."
'Os divórcios acontecem porque as pessoas não se esforçam', 'os processos são sempre conflituosos', 'as pessoas que se divorciam ficam infelizes e sozinhas' ou 'os divórcios destroem a vida das crianças' "são alguns dos mitos sobre o divórcio, que precisam de ser desconstruídos", acrescenta.
Por fim, é necessário pedir ajuda caso considere necessário, tanto para perceber se o divórcio é a melhor opção, como para lidar com a situação em si e recuperar dela. "Um psicólogo pode ser imprescindível na mediação do divórcio, na terapia de casal ou familiar, na consulta psicológica ou psicoterapia individual, na intervenção com os filhos, na promoção das competências parentais", conclui a OPP.
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