Mais de 20 restaurantes participam em festival dedicado ao cordeiro
Mais de duas dezenas de restaurantes de Monção vão participar, em dois fins de semana de outubro, no festival dedicado ao cordeiro, ex-líbris da gastronomia local, revelou hoje à Lusa o presidente da Câmara.
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Segundo o socialista Augusto Domingues, aquele evento, na terceira edição, "associado aos outros dois que o município promove de promoção da lampreia e do Alvarinho, é responsável por um retorno financeiro de milhares de euros para os setores de hotelaria e restauração do concelho".
"Costumo dizer que mais importante que o dinheiro é o gostinho que as pessoas levam e que as faz regressar. Por isso, apelei aos empresários da restauração para que sirvam bem, com simpatia e a preços módicos para que as pessoas voltem sempre. Digo-lhes sempre: Não tentam matar as nossas galinhas dos ovos de ouro com preços elevados durante estes festivais", referiu.
O festival dedicado ao cordeiro (cabrito ou anho), hoje apresentado publicamente, "vai decorrer nos fins de semana de 08 e 09, 15 e 16 deste mês, como forma de atrair visitantes ao concelho em época baixa para o setor turístico" e representa um investimento municipal de 40 mil euros.
Além dos dois fins de semana de festival, o programa da terceira edição da ação de promoção daquele produto apresenta ainda como novidades a criação de um espaço de degustação daquele prato.
"Vamos instalar uma tenda na praça Deu-La-Deu, em pleno centro histórico de Monção para que as pessoas possam provar esta especialidade, acompanhada por vinhos da região, desde o Alvarinho ao tinto", explicou Augusto Domingues.
Inicialmente associado ao consumo familiar em dias festivos, o Cordeiro à Moda de Monção, de arroz pingado e com nome ousado "Foda à Monção", tornou-se, desde há vários anos, uma referência na gastronomia do concelho e é servido em pequenos alguidares de barro.
"É um nome brejeiro que alguns têm dificuldade em pronunciar, mas eu não porque é assim que ele é conhecido em Monção".
A história da designação local daquele prato prende-se com o hábito dos habitantes do concelho que não possuíam rebanhos de se dirigirem às feiras para comprar o gado.
"Como em todas as feiras, havia de tudo, bons e maus, a verdade é que os produtores de gado, quando levavam o gado para a feira queriam vendê-lo pelo melhor preço. Para que os reixelos parecessem gordos, punham-lhes sal na forragem, o que os obrigava a beber muita água. Na feira, apareciam com uma barriga cheia de água e pesados, parecendo realmente gordos. Os incautos que não sabiam da manha compravam aqueles autênticos sacos de água e, quando se apercebiam do logro, exclamavam à boa maneira do Minho: 'que foda!'", reza a história.
Segundo aquela autarquia do Alto Minho "o termo tanto se vulgarizou" que o prato passou a designar-se daquele modo.
A conclusão do processo de certificação do Cordeiro à moda de Monção, a cargo da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) está, segundo Augusto Domingues, "para muito breve, talvez ainda este ano, e vai garantir a qualidade e autenticidade do prato".
"Será o segundo produto certificado em Monção, depois do vinho Alvarinho", frisou o autarca.
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