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Relações entre Moscovo e Washington "praticamente inexistentes"

O embaixador russo na ONU diz que as relações entre Moscovo e Washington são "praticamente inexistentes" e sem perspetivas de melhorar, o que considera mau para os dois países mas também para o mundo.

Relações entre Moscovo e Washington "praticamente inexistentes"
Notícias ao Minuto

06:52 - 25/12/18 por Lusa

Mundo Embaixadores

Vassily Nebenzia, citado hoje pela agência de notícias AP, disse numa entrevista abrangente a um pequeno grupo de jornalistas que o governo de Donald Trump deveria oferecer alguns incentivos à Coreia do Norte para que o país avance para a desnuclearização, acrescentando que de momento a situação "está paralisada".

A Rússia e a China apoiaram um aligeirar das sanções à Coreia do Norte para estimular os passos para a desnuclearização, mas os Estados Unidos insistem que a Coreia do Norte deve dar primeiro passos importantes no sentido de acabar com o seu programa nuclear.

O responsável disse estar preocupado com um retrocesso à era de 2017, de aumento dos testes nucleares e dos mísseis, e de uma escalada da retórica, acrescentando acreditar que os Estados Unidos estão a começar a perceber que o processo pode retroceder.

Preocupação também em relação à estratégia dos Estados Unidos para o Irão, caso as sanções não levem às mudanças esperadas por Washington. "Estou preocupado se alguém quiser entrar em guerra com o Irão e esse é o enigma e a questão -- qual a estratégia sobre o Irão?", questionou.

Nebenzia disse que os Estados Unidos e a Rússia precisam de falar sobre questões globais, incluindo estabilidade estratégica, terrorismo, trafico de droga e conflitos regionais, e afirmou acreditar que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "entende perfeitamente que é melhor cooperar".

Mas acrescentou que não vê perspetivas de melhores relações, nos próximos tempos, dado que a Rússia se tornou uma questão importante nas políticas internas dos Estados Unidos, com as acusações de interferência de Moscovo nas eleições presidenciais de 2016, e tendo em conta as "vulnerabilidades que envolvem esta administração" de Trump.

O embaixador repetiu também a opinião do Presidente russo, Vladimir Putin, de que foi uma boa medida a anunciada decisão de Trump de retirar as tropas norte-americanas da Síria, mas expressou algum ceticismo sobre se o anúncio se tornará uma realidade.

E frisou que a maior ameaça no mundo de hoje não é a Rússia, nem a China, nem a Coreia do Norte, nem o Irão, como afirma a estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos, mas sim o terrorismo, pelo que o mais importante é "uma verdadeira coligação para combater o terrorismo internacional".

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