Paquistão quer levar questão de Caxemira às instâncias internacionais
O Paquistão pretende levar a questão de Caxemira para as instâncias internacionais, indicou hoje o primeiro-ministro, Imran Khan, um dia após o Governo indiano anunciar a revogação da autonomia constitucional desta região, dividida entre os dois países.
© Reuters
Mundo Autonomia
"Vamos lutar contra essa (medida) em todas as instâncias, incluindo no Conselho de Segurança da ONU", realçou Imran Khan aos deputados paquistaneses, acrescentando que o seu Governo também pretende recorrer ao Tribunal Penal Internacional.
A comunidade internacional deve obrigatoriamente debruçar-se sobre a questão, sob pena de "sérias consequências", alertou Imran Khan.
"Se o mundo não agir hoje (...) então a situação chegará a uma fase da qual não seremos responsáveis", salientou o chefe de Governo do Paquistão, país que à semelhança da Índia tem armas nucleares.
Também o exército paquistanês prometeu hoje fazer "tudo o que for necessário" para apoiar a Caxemira indiana.
"O exército do Paquistão apoia fortemente a Caxemira na sua luta justa até o fim. Estamos preparados e faremos tudo o que for necessário para cumprir as nossas obrigações", disse o líder deste ramo das forças armadas, general Qamar Javed Bajwa.
Os altos responsáveis do exército paquistanês reuniram-se hoje na sua sede, na cidade de Rawalpindi, para estudar a situação após a decisão do Governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
O Governo indiano anunciou na segunda-feira a revogação da autonomia constitucional da Caxemira, uma decisão explosiva para a região, marcada por conflitos separatistas.
O anúncio foi feito no Parlamento pelo ministro do Interior, Amit Shah, e foi recebido com indignação por parte da oposição.
O responsável dirigiu-se ao Parlamento indiano para anunciar a intenção de revogar o artigo 370 que concede o estatuto especial à região, único Estado indiano de maioria muçulmana.
O governante explicou aos membros da câmara alta que o Governo decidiu dividir o Estado em dois territórios: Jammu e Caxemira, que terá um parlamento, e Ladakh, que será governado diretamente pelo Governo central.
A lei, artigo 370 da Constituição, proibia os indianos que não fossem naturais do estado de se estabelecerem permanentemente, de comprarem terras, de ocuparem cargos no governo local e de beneficiarem de bolsas de estudos.
Caxemira é dividida entre a Índia e o Paquistão, duas potências nucleares que já travaram duas guerras pelo domínio daquele estado.
Os dois países disputam a região montanhosa na totalidade, desde a partição do subcontinente, em 1947, no final da época colonial britânica.
Diferentes grupos separatistas combatem, há várias décadas, a presença de cerca de 500 mil soldados indianos na região, para exigir a independência do território ou a integração no Paquistão.
Dezenas de milhares de pessoas, na grande maioria civis, morreram no conflito.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com