Masculinidade tóxica pode provocar acidentes? França diz que sim
Os homens causam 84% dos acidentes fatais em França e constituem 78% das mortes nas estradas.
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Mundo Segurança Rodoviária
Na nova campanha de segurança rodoviária em França não aparecem acidentes, ambulâncias ou álcool. Aparece, ao invés, uma maternidade e um pai que conhece o filho recém-nascido: “Não tens de fazer o que as pessoas esperam de um homem”, diz ao bebé.
“Sê o homem que quiseres ser, mas sê um homem vivo”, pedem os pais aos recém-nascidos, nesta nova campanha que alerta para os “estereótipos, a começar pelos de masculinidade, que se refletem ao volante”.
O vídeo marca uma primeira tentativa da La Sécurité Routière, a agência nacional de segurança rodoviária, de alertar para o que vê como a raiz da cultura de condução violenta em França: a masculinidade tóxica.
Florence Guillaume, chefe da agência de segurança, disse, citado pelo The Times, que o país deve evitar esse comportamento movido a testosterona. “Não queremos generalizar ou estigmatizar”, disse. "Não podemos deixar esta realidade à beira da estrada. É urgente libertar os homens da expectativa social que os incita a associar a virilidade à assunção de riscos".
“Não significa que todos os homens são maus condutores — isso não é verdade”, frisou, acrescentando que o objetivo da campanha é incentivar os homens a resistirem à pressão social.
Os homens causam 84% dos acidentes fatais em França e constituem 78% das mortes nas estradas. O número é de 88% para os menores de 25 anos e 93% por cento das pessoas envolvidas em acidentes com motoristas alcoolizados são homens.
No ano passado, 65% dos motoristas franceses admitiram ofender os outros, em comparação com 52% no resto da Europa, de acordo com um estudo da Vinci Autoroutes.
Em Portugal, um relatório de 2019 publicado pela Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária (ANSR) e citado pelo Público, mostrou que das 675 pessoas que morreram em acidentes de carro no ano anterior, 536 eram homens - o que corresponde a 79%.
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