Cabo Verde quer tornar-se "'campus' avançado" do Centro UNESCO/CPLP
Cabo Verde quer ser um "'campus' avançado" do Centro UNESCO/CPLP vocacionado para a ciência e inovação, afirmou hoje o ministro da Ciência cabo-verdiano, que disse que contará com o apoio de Portugal.
© Lusa
Mundo Intenção
António Correia e Silva defendeu que o Centro UNESCO/CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) para as Ciências Básicas, com sede em Lisboa, é um polo de "excelência", razão pela qual Cabo Verde tem essa ambição.
Correia e Silva falava aos jornalistas à margem da abertura do Programa de Pós-Graduação Ciência para o Desenvolvimento (PGCD), com apoio português e brasileiro, considerando-o um exemplo do que pode ser feito em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
"É um centro de excelência que Portugal demandou à UNESCO para a área das ciências exatas e Cabo Verde tem a ambição de ser um 'campus' avançado dele", disse, realçando o PGCD, apoiado pela Fundação Ciência e Tecnologia (FCT) e Instituto Gulbenkian da Ciência (IGC), de Portugal, e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Brasil.
"Configura-se já um posicionamento para que o centro em Lisboa funcione em rede e que tenha alguns centros avançados, que pode ser em Cabo Verde. Várias universidades irão acolher esses programas, que são caros, que envolvem muitos cientistas. Mas o nosso nível só pode ser desenvolvido em estreita ligação com diversas instituições", salientou.
Idêntica opinião foi manifestada pelo ministro da Educação e Ciência português, Nuno Crato, presente na sessão, que lembrou que Cabo Verde, tal como outros países lusófonos, pode desempenhar um papel importante no Centro, que definiu como "uma plataforma de cooperação entre cientistas, entre cientistas e professores e entre professores e alunos para desenvolver a ciência" nos "oito".
Sobre o PGCD, Nuno Crato considerou-o também um "exemplo" dos programas que o centro UNESCO/CPLP poderá desenvolver.
"São programas que têm de ser discutidos entre os nossos países, para que se vejam quais as prioridades que existem e, através da plataforma, estabelecer outras parcerias e programas de formação de jovens quadros e de intercâmbio de investigação científica", afirmou.
O ministro da Ciência e Tecnologia brasileiro, Clélio Campolina, destacou a importância do programa e lembrou que o Brasil criou o PIAPE (Programa Internacional de Apoio à Pesquisa, Ensino e Extensão), que já permitiu aprovar 56 projetos de mobilidade com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP - Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe).
"É um projeto muito bem sucedido e, em especial com Cabo Verde, temos várias iniciativas, como o PGCD, que pretendemos ampliá-las. A educação, ciência e tecnologia são os instrumentos centrais para um projeto de desenvolvimento de qualquer país e, em especial, para os com um nível de desenvolvimento mais baixo", salientou Clélio Campolina.
"O Brasil tem uma identidade cultural e um compromisso social e político com os irmãos africanos e, tem todo o interesse em ampliar essa cooperação na área do ensino superior, pós-graduação e sobretudo nos projetos de pesquisa conjuntos que possam contribuir para as soluções dos nossos problemas prioritários", concluiu.
Além de Correia e Silva, Nuno Crato e Clélio Campolina, participaram na sessão os ministros angolanos da Ciência e Tecnologia, Cândida Pereira Teixeira, e do Ensino Superior, Adão do Nascimento.
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