Inquérito. Democracia mantém-se como preferida, mas aumenta insatisfação
A democracia representativa continua a ser o sistema de governação preferido em todo o mundo, mas a satisfação com o respetivo funcionamento diminuiu, segundo um inquérito que envolveu 24 países realizado pelo Pew Research Centre e hoje divulgado.
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Mundo Inquérito
O grupo de reflexão com sede em Washington divulgou que, em média, 59% dos inquiridos manifestaram-se insatisfeitos com a forma como a democracia estava a funcionar no seu país.
Na comparação com as respostas dadas ao Pew Research Centre no inquérito realizado em 2017, que envolveu então 22 países, a percentagem que avaliou a democracia como um sistema "muito bom" diminuiu para metade.
"As pessoas gostam da democracia representativa. Mas encontram-se aqui muitas maneiras diferentes de como as pessoas estão frustradas com o funcionamento da democracia", comentou Richard Wike, elemento de um dos departamentos de pesquisa da Pew, que sublinhou "uma verdadeira desconexão entre a população e os seus representantes".
Nos 24 países -- todos democráticos -- uma média de 77% dos entrevistados qualificou como "boa" a democracia, mas 74% respondeu não acreditar que os governantes eleitos se importem com o que a população em geral pensa.
Apenas 10 dos 24 líderes nacionais avaliados no inquérito tiveram notas favoráveis de metade ou mais do público, enquanto somente seis líderes da oposição obtiveram críticas favoráveis e uma média de 42% dos inquiridos afirmou que nenhum partido político no seu país representa o seu ponto de vista.
A sondagem surge num ano em que estão agendadas eleições em mais de 50 países, ou seja, quando metade da população mundial é chamada às urnas, incluindo Índia, os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) e os Estados Unidos.
A pesquisa da Pew notou ainda que em oito dos países analisados, o apoio a um "líder forte", que pode tomar decisões sem interferência judicial ou legislativa, aumentou desde 2017, referenciando os exemplos do Brasil, da Alemanha, do México, do Quénia e da Argentina.
No geral, pouco menos de um terço apoia algum tipo de sistema autoritário, segundo o inquérito, que mostrou que a Índia é o país que mais apoia um "líder forte" (67%), num aumento de 12% em relação ao inquérito de 2017.
O apoio a uma liderança mais autoritária tende a ser mais forte entre quem tem níveis mais baixos de educação e de rendimentos, bem como entre os apoiantes da direita ideológica, segundo o mesmo estudo.
Globalmente, o regime militar é a forma de governo menos popular, com uma média de apoio que não ultrapassa os 15%.
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