Netanyahu considerado "pessoalmente responsável" por debandada mortal
A comissão de inquérito sobre a morte de 45 pessoas em 2021, na sequência de uma debandada em massa durante uma peregrinação judaica ao Monte Meron concluiu que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, foi "pessoalmente responsável" pelo incidente.
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Mundo Inquérito
"Chegámos à conclusão de que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, tem responsabilidade pessoal" nesta tragédia, indicou a comissão num relatório hoje divulgado.
O primeiro-ministro "sabia ou deveria saber que o local (...) tinha sido mal conservado durante anos" e poderia representar "um risco para os muitos participantes" na peregrinação que ali se realiza todos os anos para assinalar o feriado judaico de Lag B. 'omer, referiu.
Benjamin Netanyahu tem, com os seus serviços, a responsabilidade de "identificar proativamente" problemas que representem "um risco para vidas humanas", e "não agiu como se esperaria de um primeiro-ministro para corrigir este estado de coisas", considerou a comissão de investigação.
Responsável por fiscalizar o funcionamento das instituições públicas, o gabinete de controlo estatal já tinha alertado duas vezes, em 2008 e 2011, para as deficiências nos equipamentos do local do Monte Meron.
Quarenta e cinco pessoas, incluindo crianças, morreram num esmagamento gigante em 30 de abril de 2021, durante uma peregrinação religiosa anual que reunia dezenas de milhares de judeus ortodoxos ao Monte Meron, no norte do país, em torno do alegado túmulo do rabino Shimon Bar Yochai, um talmudista do século II da era cristã, ao quem é atribuída a redação do Zohar, obra central do misticismo judaico.
Dezenas de milhares de pessoas participaram na peregrinação, e, embora as autoridades tenham permitido a presença de 10 mil pessoas no recinto do túmulo, a imprensa registou pelo menos 100 mil pessoas no local.
A polícia israelita tinha apelado aos participantes para "respeitarem as instruções para que as celebrações decorressem sem incidentes" e destacou cerca de cinco mil agentes para a segurança do acontecimento.
De acordo com testemunhas ouvidas na altura, os peregrinos chegaram em massa para passar por um corredor estreito, começaram a ficar cada vez mais apertados uns contra os outros e acabaram por cair todos, sendo que várias dezenas morreram esmagadas.
Várias dezenas de ambulâncias intervieram para retirar os corpos e os feridos, mas as equipas de resgate tiveram muitas dificuldades em alcançar as vítimas por causa da multidão.
A imprensa local atribuiu inicialmente o acidente à queda de bancadas, mas os socorristas indicaram mais tarde que se tratou de uma debandada.
Na altura, Benjamin Netanyahu publicou uma mensagem em hebreu na rede social Twitter (atual X) lamentando o "enorme desastre no Monte Meron" e apelando às pessoas para "rezarem pelos feridos".
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