"Os perigos do uso de tecnologias digitais como armas estão a crescer"
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um longo discurso a alertar para os perigos do cibercrime e do uso de armas digitais.
© KHALED DESOUKI/AFP via Getty Images
Mundo Cibercrime
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou que "os perigos do uso de tecnologias digitais como armas estão a crescer a cada ano".
Em simultâneo, citado pela agência Associated Press (AP), disse que as atividades maliciosas no ciberespaço levadas a cabo por governos, atores não governamentais e criminosos, estão a aumentar.
"O uso indevido da tecnologia digital está a tornar-se mais sofisticado e furtivo, o 'malware', os 'wipers' e os 'trojans' estão a proliferar", continuou Guterres, avisando o Conselho de Segurança das Nações Unidas que "a computação quântica poderá quebrar sistemas inteiros com a sua capacidade de violar a criptografia".
Nem tudo é negativo, no entanto. O líder da ONU aproveitou também para defender que os avanços digitais "estão a revolucionar as economias e as sociedades". Guterres disse, porém, que os incidentes de segurança cibernética tornaram-se "perturbadoramente comuns", tanto nos serviços de saúde como bancários e de telecomunicações.
De seguida, passou para os exemplos práticos de como o cibercrime é uma realidade preocupante na atualidade. "O 'ransomware' é um exemplo grave - uma enorme ameaça às instituições públicas e privadas e à infraestrutura crítica da qual as pessoas dependem. De acordo com algumas estimativas, o total de pagamentos de 'ransomware' atingiu os 1,1 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros)", acrescentou.
António Guterres fez um longo discurso sobre este setor, os seus avanços e os perigos, lamentando que "a atividade maliciosa que prejudica as instituições públicas, os processos eleitorais e a integridade online corrói a confiança, alimenta tensões e até semeia a violência e o conflito".
O secretário-geral da ONU convidou os 193 Estados-membros para uma Cimeira do Futuro, no final de setembro, apelando a que seja usada como "uma oportunidade fundamental para apoiar a manutenção da paz e segurança internacionais no ciberespaço".
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