França e Reino Unido colaboram contra a "Putinização" do mundo
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Lammy, e o seu homólogo francês, Jean-Noël Barrot, reuniram-se hoje para reafirmar o seu compromisso em combater a "Putinização" do mundo.
© CARL COURT/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
Lammy recebeu Barrot na capital britânica, onde elogiu a "longa e resiliente, calorosa e profunda" relação entre os dois países, apesar de o último encontro bilateral com um chefe da diplomacia francês ter ocorrido há seis anos, quando a conservadora Theresa May ainda era primeira-ministra.
A reunião de hoje sublinha o "compromisso do Governo trabalhista de reiniciar (as relações) com os parceiros europeus", adiantou Lammy pouco antes do início da reunião entre os dois ministros.
O ministro francês considerou que "num momento em que o mundo é atingido pelo regresso da brutalidade, a França e o Reino Unido estão lado a lado para defender a justiça, o direito internacional, e para serem atores da paz, da defesa do multilateralismo e da segurança".
Barrot afirmou ainda que os dois países partilham uma grande vontade em aprofundar as suas relações bilaterais, uma semana após a recente deslocação do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a Paris para comemorar o Dia do Armistício.
Os dois ministros declararam, numa coluna conjunta publicada hoje no diário britânico "i", que ambos os países vão resistir à "Putinização" do mundo, que, segundo os mesmos, é uma estratégia que o Presidente russo, Vladimir Putin, pretende executar de modo a "reescrever a ordem internacional".
"O Reino Unido e a França não vão permitir que ele [Vladimir Putin] faça isso. Juntamente com os nossos aliados, faremos tudo o que for necessário para colocar a Ucrânia na melhor posição para alcançar uma paz justa e duradoura", escrevem.
Ao longo do texto, os ministros argumentam que os riscos da política externa de Vladimir Putin afetam não só a segurança europeia, mas a de todo o mundo, uma vez que o líder russo procura estabelecer o precedente segundo o qual um país poderá invadir impunemente os seus vizinhos.
Como consequência desta "Putinização" global, a Coreia do Norte está a aumentar os seus esforços para desestabilizar a Ásia, a começar pelo seu vizinho do sul, ao mesmo tempo que o Irão destabiliza o Médio Oriente através dos seus aliados, adiantaram.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A ofensiva militar russa mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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