Netanyahu avisa que cessar-fogo com Hezbollah não é "o fim da guerra"
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou hoje que o cessar-fogo com o grupo libanês Hezbollah não representa "o fim da guerra" e que o seu principal objetivo é o regresso dos mais de 60.000 deslocados ao norte de Israel.
© ABIR SULTAN/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Médio Oriente
"Saliento que estamos atualmente num cessar-fogo: um cessar-fogo, não o fim da guerra. Temos um objetivo claro: devolver os habitantes [israelitas às suas casas] e reabilitar o norte [de Israel]. Estamos a implementar este cessar-fogo com mão de ferro, agindo contra qualquer violação, seja ela menor ou grave", disse Netanyahu na cidade de Nahariya, a apenas 10 quilómetros da fronteira com o Líbano.
O líder israelita realizou hoje uma reunião especial nesta cidade, onde se reuniu com o presidente da câmara, Ronan Marli, a quem agradeceu a sua "forte liderança" durante o último ano de hostilidades com o Hezbollah e anunciou o desenvolvimento de zonas industriais e a preservação dos benefícios fiscais.
"Senhor presidente da câmara, quero agradecer-lhe pela sua liderança e pela postura firme dos residentes. Não foi fácil. Houve muitos desafios, incluindo quatro pessoas que foram mortas aqui na cidade de Nahariya", afirmou Netanyahu, referindo-se a quatro mortes nesta região em recentes ataques do grupo xiita libanês apoiado pelo Irão.
O chefe do Governo israelita insistiu que o ataque na segunda-feira de dois 'rockets' do Hezbollah numa região fronteiriça ocupada por Israel foi uma "violação grave" ao cessar-fogo anunciado em 27 de novembro.
Tratou-se do primeiro ataque desde aquela data reivindicado pelo Hezbollah, que justificou os lançamentos de projéteis com violações da parte de Israel ao entendimento.
Em retaliação, as forças israelitas executaram cerca de vinte bombardeamentos no sul do Líbano.
"Estamos empenhados num cessar-fogo, mas também não toleraremos violações por parte do outro lado. Também digo isto aqui da forma mais clara: não voltaremos à situação de 06 de outubro [de 2023, véspera do ataque do movimento islamita palestiniano Hamas]. O norte ficará tranquilo, o norte vai prosperar, o norte florescerá", acrescentou.
Netanyahu referia-se ao dia anterior ao ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, desencadeando a guerra na Faixa de Gaza, que entretanto se alastrou ao Líbano.
Desde a implementação da trégua, ambas as partes acusaram-se mutuamente de incumprimento do acordo, e Israel continuou a atacar posições do Hezbollah e depósitos de armas no sul do Líbano.
Da mesma forma, hoje o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ameaçou com uma ofensiva contra todo o país, e não apenas focada nas infraestruturas e nos alegados membros do Hezbollah, no caso de o cessar-fogo colapsar.
A guerra entre Israel e o Hezbollah prolonga-se há mais de um ano, na sequência do conflito na Faixa de Gaza, iniciado em 07 de outubro de 2023.
Desde 23 de setembro passado, as forças israelitas começaram a bombardear intensamente o Líbano e, uma semana mais tarde, iniciaram uma invasão terrestre no sul do país.
As hostilidades já provocaram quase quatro mil mortos no Líbano, a maioria nos últimos dois meses, acima de 1,2 milhões de deslocados, enquanto cerca de 60 mil pessoas abandonaram as suas casas no norte de Israel.
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