Assembleia da Coreia do Sul bloqueada após declaração de lei marcial
A lei marcial é um regime de exceção adotado por algumas nações em situações de emergência, como guerras, quando ocorre a substituição temporária de leis e direitos civis por leis militares.
© . Yonhap via REUTERS
Mundo Coreia do Sul
A Assembleia Nacional da Coreia do Sul foi bloqueada por guardas parlamentares e pela polícia após ser declarada uma lei marcial de emergência no país, avançou a agência noticiosa Yonhap.
Segundo a agência noticiosa da Coreia do Sul Yonhap, a partir das 23h30 locais (14h30 de Lisboa), os guardas e os agentes da polícia posicionaram-se junto dos portões da Assembleia Nacional, permitindo a entrada apenas aos deputados, ao pessoal parlamentar e a jornalistas acreditados, após verificação da sua identidade.
Após a declaração da lei marcial por Yoon, dezenas de cidadãos concentraram-se em frente à Assembleia, o que já provocou confrontos.
Segundo uma televisão local e vídeos divulgados nas redes sociais, helicópteros sobrevoam o parlamento.
🇰🇷 The South Korean military entered the Parliament, and clashes are occurring between soldiers and opposition members in South Korea. pic.twitter.com/8r9KHJGOxu
— Update NEWS (@UpdateNews724) December 3, 2024
Military helicopters landing on South Korean parliament roof after martial law declared…
— Geiger Capital (@Geiger_Capital) December 3, 2024
I thought South Korea was the good one.pic.twitter.com/ySXz0RUIh5
O general Park An-soo foi nomeado comandante da lei marcial e anunciou que todas as atividades políticas estão proibidas por esta lei e todos os meios de comunicação social estão sujeitos a controlo governamental.
Antes deste bloqueio, o Partido Democrático, o principal partido da oposição, pediu que os seus deputados se reúnam na Assembleia Nacional, depois de considerar a declaração de lei marcial como "inconstitucional e contra o povo".
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou hoje "lei marcial de emergência" para proteger a "ordem democrática constitucional", acusando a oposição de controlar o parlamento e simpatizar com a Coreia do Norte.
Durante uma comunicação transmitida pela televisão, Yoon prometeu "erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem democrática constitucional".
Não se sabe ainda, na totalidade, como as medidas vão afetar a governação e a democracia, porém, o Ministério da Defesa convocou uma reunião dos "principais comandantes e apelou a uma vigilância reforçada", segundo a agência noticiosa local Yonhap.
"O ministro ordenou igualmente que as forças armadas se mantivessem em guarda de emergência", segundo a curta notícia divulgada depois de o Presidente ter decretado a lei marcial.
Enfrentando uma diminuição na sua aprovação, Yoon tem-se esforçado por aplicar a sua agenda desde que assumiu o cargo em 2022, contra um parlamento controlado pela oposição.
O partido conservador Poder Popular de Yoon regista um impasse com o Partido Democrático, da oposição liberal, sobre o projeto de lei orçamental para 2025.
Yoon tem também rejeitado os apelos a investigações independentes sobre os escândalos que envolvem a sua mulher e altos funcionários, o que tem levado a fortes críticas dos seus rivais políticos.
Também o ministro das Finanças, Choi Sang-mok, convocará uma reunião de emergência com os principais responsáveis económicos, segundo a Yonhap.
Esta reunião incluirá os diretores do Banco da Coreia, da Comissão de Serviços Financeiros e do Serviço de Supervisão Financeira, informou o Ministério das Finanças, acrescentando que a reunião será seguida de uma sessão separada com altos funcionários do Ministério das Finanças.
[Notícia atualizada às 15h25]
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