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ONG identifica 430 edifícios destruídos pela violência na Birmânia

A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) identificou 430 edifícios destruídos pela violência contra a minoria muçulmana rohingya no oeste da Birmânia, segundo imagens de satélite de alta resolução.

ONG identifica 430 edifícios destruídos pela violência na Birmânia
Notícias ao Minuto

07:37 - 13/11/16 por Lusa

Mundo Satélite

"As novas imagens de satélite não só confirmam a extensa destruição de aldeias rohingya como (confirmam que esta) é ainda maior do que nós pensávamos", disse hoje Brad Adams, diretor da HRW para a Ásia, em comunicado.

"As autoridades birmanesas deveriam estabelecer uma investigação assistida pela ONU como um primeiro passo para garantir a justiça e a segurança para as vítimas", reiterou Adams.

Os edifícios destruídos, na sua maioria casas destruídas em incêndios provocados, encontram-se no distrito de Maungdaw, no estado de Rakhine, segundo as imagens de satélite recolhidas entre 22 de outubro e 10 de novembro.

O exército birmanês declarou como "zona de operações" o norte de Rakhine, na fronteira com o Bangladesh e onde vive a maior parte desta minoria muçulmana, após o ataque de um grupo armado contra três postos da polícia fronteiriça a 09 de outubro.

O ataque e posteriores distúrbios causaram pelo menos 40 mortos entre polícias, militares, atacantes e moradores, e levaram ao destacamento do exército.

Os ativistas locais acusam os militares de cometerem execuções, violações e pilhagens contra a população rohingya.

Os rohingya são um assunto sensível na política birmanesa, condicionada por grupos radicais budistas que levaram o anterior Executivo a adotar múltiplas medidas discriminatórias contra este grupo, incluindo a restrição de movimentos.

O Governo birmanês, liderado pela Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, criou em agosto uma comissão liderada pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que vai realizar um relatório com recomendações para solucionar o conflito.

A também nobel da paz Aung San Suu Kyi tem sido acusada de não interceder a favor dos rohingya, uma perseguida minoria étnica a quem as autoridades birmanesas não reconhecem a cidadania.

Rakhine acolhe mais de um milhão de rohingyas. Cerca de 120.000 rohingyas vivem confinados em 67 campos naquele estado e sofrem todo o tipo de restrições desde o novo surto de violência sectária em 2012 entre esta minoria muçulmana e a maioria budista da região, que causou pelo menos 160 mortos.

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