Treze palestinianos feridos em confrontos na cidade velha e Cisjordânia
Pelo menos treze palestinianos ficaram hoje feridos com balas de borracha e fogo real na sequência de confrontos em várias localidades da Cisjordânia por causa do reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, indicou o Crescente Vermelho.
© Reuters
Mundo Capital
Em várias cidades e vilas, milhares de palestinianos foram para as ruas após a oração do meio-dia e, em alguns casos, lançaram pedras contra tropas israelitas, que responderam com balas de borracha e gás lacrimogéneo. Na cidade de Belém era visível uma coluna de fumo a sair de um dos bairros.
Na quarta-feira, o Presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos iriam mudar a sua embaixada em Israel de Telavive para Jerusalém, reconhecendo a cidade como capital daquele país.
A mudança de política diplomática - os Estados Unidos afirmavam, até agora, manter a neutralidade no conflito israel-palestiniano - enfureceu o Mundo Árabe e os muçulmanos em geral, que encaram a decisão como uma confirmação de que os Estados Unidos escolheram o lado de Israel no mais perigoso e duradouro conflito da região do Médio Oriente.
Jerusalém alberga alguns dos mais sagrados locais de culto para muçulmanos e cristãos, bem como o mais sagrado local religioso do Judaísmo. Os palestinianos querem ter como capital de um futuro Estado da Palestina o setor oriental da cidade, anexado por Israel. Já Israel não quer ceder qualquer parte da cidade, que considera a sua capital histórica.
Os confrontos em Jerusalém e um pouco por toda a Cisjordânia começaram quando os palestinianos saíram das mesquitas, após a oração do meio-dia de sexta-feira, o ponto alto da semana religiosa muçulmana.
Uma porta-voz do Crescente Vermelho (organização de paramédicos muçulmana equivalente à Cruz Vermelha) disse que 12 palestinianos ficaram feridos com balas de borracha e que um outro ficou ferido com fogo real.
Os movimentos políticos palestinianos tinham apelado para que o dia de hoje fosse dedicado a manifestações em massa na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.
Paralelamente, o líder de Gaza do grupo militante islâmico Hamas exortou a que os palestinianos começassem uma terceira revolta contra Israel.
Por outro lado, a rede do grupo terrorista Al-Qaeda lançou apelos aos seus seguidores para que atacassem alvos dos Estados Unidos, de Israel e dos seus aliados em todo o mundo.
Um comunicado publicado hoje no As-Sahab, órgão da Al-Qaeda, apelava à jihad (guerra santa) e descrevia os Estados Unidos como opressor dos muçulmanos.
Neste contexto, a atenção estava virada hoje de manhã para a Cidade Velha de Jerusalém, onde fica o complexo da Mesquita de Al-Aqsa, o terceiro mais importante local de culto muçulmano, e que está construída em cima do mais importante local sagrado do Judaísmo. Um dos muros exteriores do complexo da Mesquita de Al-Aqsa é o mais sagrado local de oração para os judeus.
Hoje, o imã em Al-Aqsa disse aos fiéis que a cidade vai "manter-se muçulmana e árabe".
"Tudo o que queremos dos líderes árabes e muçulmanos é ação e não declarações de denúncia", disse o sheikh Yousef Abu Sneineh às cerca de 27 mil pessoas que assistiam à prédica.
Cerca de 2.000 destes fiéis juntaram-se depois na esplanada em volta da mesquita, a cantar: "Defenderemos Al-Aqsa e Jerusalém com o nosso sangue e a nossa alma".
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