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Espanha pode deixar Tejo e Guadiana com menos água

Uma nova lei espanhola permite aumentar a quantidade de água transvasada do rio Tejo e o Governo português nem foi avisado, noticia o Expresso. Além disso, Espanha prevê amplificar as captações do Guadiana.

Espanha pode deixar Tejo e Guadiana com menos água
Notícias ao Minuto

18:09 - 06/12/13 por Notícias ao Minuto

País Nova lei

Os rios Tejo e Guadiana podem sofrer uma diminuição do seu caudal devido à aprovação de uma lei em Espanha. Mas, conta o semanário Expresso, Portugal ainda não recebeu qualquer informação oficial.

O Governo de Madrid aprovou há duas semanas uma nova lei de Avaliação Ambiental que, segundo a co-presidente da Fundação Nova Cultura da Água, Núria Hernandez-Mora, vai "aumentar a pressão sobre o rio Tejo e ter impactos claríssimos do lado português".

"Houve um pacto político entre o Governo de Madrid e cinco regiões autonómicas (todas do PP), feito nas costas de Portugal, de modo a garantir os interesses das províncias de Múrcia e da Andaluzia", adianta Núria Hernandez-Mora, enfocando "a necessidade de uma gestão coordenada das bacias partilhadas dos rios que atravessam as fronteiras dos dois países".

O secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, declarou não ter "conhecimento oficial" da situação, referindo que "os espanhóis têm de respeitar os caudais na fronteira e, até agora, têm-nos cumprido. [Pelo que] esperamos que o continuem a fazer".

O responsável explicou que vai decorrer uma reunião da comissão de acompanhamento da Convenção de Albufeira (CADC) no próximo dia 18 e que ficou combinado que ele e o seu congénere espanhol falarão sobre este tema em Janeiro.

A co-presidente da Fundação Nova Cultura da Água e investigadora do centro de Estudos Jurídicos, Económicos e Ambientais da Universidade Lusíada, Amparo Sereno, alertou para outra questão: "a situação no Guadiana revela-se preocupante, já que está projectado um aumento de captação de água para o regadio, na região de Huelva". Isto deve-se à exploração massiva das águas superficiais e do aquífero (mais de mil poços ilegais) que alimenta o Parque Natural de Doñana.

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