Freguesias estão com "má saúde financeira" devido ao combate à pandemia
As freguesias estão com "má saúde financeira" devido ao seu envolvimento no combate à pandemia causada pela covid-19, necessitando do apoio extraordinário do Governo, disse hoje o presidente do conselho diretivo da Associação Nacional de Freguesias (Anafre).
© Lusa
País ANAFRE
"As freguesias envolveram-se a 100% na linha da frente no combate à pandemia e têm, neste momento, uma situação financeira que eu considero má. Neste momento, estão com uma má saúde financeira", disse Jorge Veloso à agência Lusa.
O responsável, que falava no final de uma reunião do conselho diretivo da Anafre, que decorreu na Sala António Almeida Santos, no edifício da Câmara Municipal da Guarda, explicou que a situação se deve ao facto de as freguesias se terem envolvido em aquisições e apoios, em ações de desinfeção e em "várias situações para bem da saúde pública e para bem dos cidadãos".
As Juntas de Freguesia têm estado sempre na linha da frente do apoio, segundo o dirigente, indicando que as verbas destinadas aos apoios para o combate à pandemia foram retiradas da área da cultura e de ações de dinamização de feiras e de mercados que deixaram de se realizar.
Jorge Veloso disse que devido à pandemia as freguesias estão a apoiar muitas famílias, dando o exemplo da autarquia a que preside, a União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, em Coimbra, que apoiava 125 famílias e neste momento apoia 165.
"E isto é uma bola de neve que, quando chegar a setembro ou outubro, se calhar são 200 [famílias]. E esse dinheiro tem que vir de algum lado, porque nós, na ação social, já não temos a verba e temos que ir buscá-la a outros lados", vaticinou.
O presidente da Anafre acredita que o Governo possa apoiar as freguesias, tal como fez em relação aos municípios: "Estamos a contar com isso, que o Governo nos faça chegar um apoio extraordinário para as medidas extraordinárias que temos que tomar".
Portugal contabiliza pelo menos 1.524 mortos associados à covid-19 em 38.089 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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