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INE. Inquérito a origens étnico-raciais já começou e prolonga-se até maio

O Inquérito final às Condições de Vida, Origens e Trajetórias da População Residente (ICOT) já arrancou e até já recebeu dez respostas, estando abrangidas mais de 35 mil habitações, com a recolha de dados a decorrer até maio.

INE. Inquérito a origens étnico-raciais já começou e prolonga-se até maio
Notícias ao Minuto

13:57 - 05/01/23 por Lusa

País Inquérito

Este inquérito, da responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística (INE), irá abordar, entre outras questões, a origem étnico-racial das pessoas que residem em Portugal há pelo menos 12 meses, e surge depois de o organismo ter decidido não incluir no Censos 2021 uma pergunta sobre essa matéria, como pretendia a maioria dos membros do grupo de trabalho criado em 2019 pelo Governo para avaliar a questão.

Segundo o presidente do INE, Francisco Gonçalves de Lima, a recolha da informação decorre entre janeiro e maio de 2023, tendo chegado já dez respostas. A recolha inicia-se pela internet e avança depois para o telefone ou para o modo presencial, explicou o responsável, em conferência de imprensa.

A amostra abrange 35.035 habitações e a população alvo são as pessoas com idades entre os 18 e os 74 anos residentes em Portugal, sendo apenas entrevistada uma pessoa por habitação, e no caso de haver mais do que uma pessoa elegível para responder, o critério de seleção é o de quem celebrou o aniversário há menos tempo.

De acordo com o presidente do INE, a dimensão da amostra "está ao nível dos maiores inquéritos às famílias, nomeadamente o inquérito ao emprego, que é aquele que está sempre na rua ao longo do ano".

"Compara bem não só em termos nacionais, mas até em termos europeus para o tipo de inquérito que é, porque temos aqui não só o tentar capturar, tentar identificar, tentar caracterizar grupos que podem ter diferentes dimensões, mas mais do que isso, temos toda a caracterização não só em termos de condições de vida, em termos do trajeto e em termos de origem", defendeu Francisco Gonçalves de Lima.

O responsável frisou que o INE quer ter qualidade nos resultados e precisão elevada, defendendo que para haver esses resultados e, desse modo, poder ser conhecida a realidade do país, "é essencial a resposta".

Sublinhou que é importante ter uma amostra bastante elevada, tentando equilibrar entre dimensão e capacidade por parte do INE para a realização do inquérito, mas apontando que o investimento feito no desenho da amostra teve a ver com objetivo de conseguir resultados precisos.

"Para termos resultados e conhecermos a realidade do país é essencial a resposta, sabendo que nunca foi nossa posição tornar obrigatório o inquérito, e em todas as variáveis damos liberdade de resposta, mas é essencial, num inquérito com estas características, termos uma boa taxa de resposta, apelou, sublinhando que "não há outra fonte que não seja a resposta das pessoas".

O ICOT inclui diferentes módulos, entre dois iniciais sobre os residentes e o alojamento, e outros cinco sobre características sociodemográficas, origem e pertença, discriminação, línguas faladas e habitação e rendimento.

As mais de 35 mil habitações estão distribuídas entre 8.055 na zona norte, 6.605 no centro, 1.215 na Região Autónoma dos Açores, 1.530 na Região Autónoma da Madeira, 11.625 na Área Metropolitana de Lisboa, 2.840 no Alentejo e 3.165 no Algarve.

A recolha dos dados será feita em português e em inglês, e haverá entrevistadores, entre os 265 para entrevistas presenciais ou por telefone, preparados para realizar o inquérito em inglês. Está também previsto que o inquérito possa ser traduzido em dez idiomas, como árabe, hindi, bengali, russo ou ucraniano.

Questionado sobre o modo de recolha poder excluir alguns grupos populacionais, uma vez que pressupõe a existência de uma habitação, o presidente do INE assumiu que isso é uma dificuldade, mas lembrou que o organismo tem estruturas de recolha locais, com presença no local, que procuram avaliar se não está a ser coberta uma determinada área".

Assumiu que a aposta é na recolha de forma digital, "que também é mais cómoda para quem está a responder", mas garantiu que não será abandonada a recolha por telefone nem a presencial.

[Notícia atualizada às 14h28]

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