"Portugueses fartaram-se [de propaganda] e pediram uma governação nova"
O ministro da Presidência assegurou que "a intensidade reformista está para ficar", não tendo terminado "no último dia da campanha eleitoral".
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País Leitão Amaro
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, assegurou que o Executivo de Luís Montenegro continuará “a governar com intensidade e a tomar medidas que fazem a diferença em áreas muito importantes”, tendo salientado que, na sua ótica, os portugueses “fartaram-se [de propaganda] e pediram uma governação nova”.
Tendo começado por admitir que os portugueses estão mais exigentes, Leitão Amaro disse, em declarações à Grande Entrevista, da RTP3, esperar que a aparente exigência dos cidadãos “não seja apenas um sintoma das eleições Europeias”, mas sim “um sinal da maturidade democrática do país”.
“De alguma forma, os portugueses disseram nas últimas eleições que estavam fartos de a situação real da sua vida se degradar, apesar de haver uma propaganda ao lado que apontava outras coisas”, atirou, usando como exemplo a descida da carga fiscal prometida pelo Executivo socialista.
Nessa linha, o ministro da Presidência apontou que os portugueses “fartaram-se” e, por isso, “pediram uma governação nova”.
“Quantas vezes ouvimos o [anterior] Governo dizer que ia baixar impostos? […] Ao longo destes 60 dias, o que fizemos foi não apenas apresentar o caminho de médio ou longo prazo, mas tomar medidas já”, sublinhou.
A intensidade reformista está para ficarAinda assim, Leitão Amaro garantiu que o Executivo não sentiu “nenhuma pressão adicional das eleições Europeias”, já que são as dificuldades que o país enfrenta que motivam a urgência na tomada de medidas.
“A pressão que temos, e é muito grande, resulta da imensidão dos problemas que o país tem e que precisam de resposta, e dos compromissos eleitorais que fizemos nas Legislativas com os portugueses. A coisa mais importante, e aquilo que motiva a nossa ação, a nossa urgência, é a dimensão dos problemas que os portugueses têm, da saúde à educação, do conflito do Estado com grupos profissionais muito importantes à emigração. Portanto, havia dificuldades prementes e são essas que nos impõem um sentido de urgência”, reforçou.
O ministro da Presidência salientou, assim, que “a intensidade reformista está para ficar”, não tendo terminado “no último dia da campanha eleitoral”.
“Nas próximas semanas, os portugueses vão continuar a ver o Governo a governar com intensidade e a tomar medidas que fazem a diferença em áreas muito importantes”, disse, tendo elencado como exemplo a execução de fundos europeus, em particular o PRR, e a agenda para a corrupção, que “muito em breve” será tornada pública, após uma nova ronda com os grupos parlamentares.
Derrota nas Europeias? "Foi uma escolha dos portugueses"
No que diz respeito às eleições Europeias do passado dia 9 de junho, nas quais o Partido Socialista (PS) saiu vitorioso, Leitão Amaro apontou que o resultado não se tratou de uma desforra das eleições Legislativas. Foi, ao invés, “uma escolha dos portugueses”.
“Foi uma escolha dos portugueses em que o PS ganhou, embora tenha perdido deputados, e em que a Aliança Democrática (AD) perdeu. Nessa medida, não cumpriu o principal objetivo, mas teve um resultado muito melhor do que o resultado anterior”, disse, recordando que a coligação aumentou os votos em 30%.
Além disso, o governante lembrou que, dentro do Partido Popular Europeu (PPE), a AD obteve “o sexto melhor resultado” e, enquanto partido de Governo, também teve “um resultado bastante bom”.
“Há motivos para dizer que não ganhámos e não é bom, mas é muito melhor [do que era]. […] Conseguimos manter a delegação, subir a votação, tendo à Direita da AD quatro eurodeputados”, disse.
Questionado quanto à possibilidade de a escolha de Sebastião Bugalho para cabeça de lista ter influenciado o resultado negativo, Leitão Amaro ‘virou o jogo’.
“Pensemos assim: teve contribuição para subir? Ficámos muito satisfeitos com a campanha e o desempenho não apenas do Sebastião Bugalho, mas da sua equipa. Foi, provavelmente, o mais responsável por a campanha ter discutido profundamente assuntos europeus e soluções europeias”, indicou.
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