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Investigadores da FEUP criam dispositivo para produção de energia eólica

Um grupo de investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) desenvolveu um dispositivo aéreo que, ligado a uma estação terrestre por cabo, pretende ser uma alternativa ecológica na produção de energia eólica, foi hoje revelado.

Investigadores da FEUP criam dispositivo para produção de energia eólica
Notícias ao Minuto

09:38 - 25/07/24 por Lusa

País Energia Eólica

Em declarações à agência Lusa, o investigador do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da FEUP, Fernando Fontes, esclareceu que o dispositivo, intitulado UPWIND, tem vindo a ser desenvolvido desde 2017.

 

O dispositivo desenvolvido pela equipa da FEUP assemelha-se a uma asa e permite captar vento a altas altitudes, contrariamente às tradicionais turbinas eólicas.

"O vento a grandes altitudes tem mais velocidade comparativamente ao vento próximo ao solo e é mais estável e consistente", esclareceu o investigador, salientando que a solução desenvolvida é uma "alternativa económica e ecológica" às turbinas, pois permite a extração a grandes altitudes sem aumentar os custos de produção.

A tecnologia está ligada a uma estação terrestre através de um cabo de grandes dimensões, sendo a sua estrutura "relativamente leve e pequena".

À Lusa, Fernando Fontes explicou que o protótipo desenvolvido tem cerca de 30 quilogramas (kg), sendo que a asa tem cerca de um quilograma (kg).

"Temos um protótipo funcional em ambiente controlo e queremos testar intensivamente este protótipo", afirmou.

A equipa da FEUP, composta por oito investigadores principais e 16 colaboradores, está, neste momento, a considerar vários locais para testar o protótipo.

Depois de terem recebido financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para se dedicarem às metodologias para levantar e aterrar os dispositivos de forma automática, a equipa da FEUP recebeu financiamento, também da FCT, para estudar a possibilidade de instalar estes dispositivos em parques eólicos.

"Aqui o problema é diferente das turbinas, colocam-se questões relacionadas com as colisões entre as asas e os cabos. A questão passa por perceber como podemos dispor estes dispositivos numa dada área de modo a aproveitar o máximo de vento", acrescentou.

Segundo Fernando Fonte, a equipa quer tornar o produto "mais robusto", sendo que para isso terá de testar o dispositivo em diferentes condições de vento e por longos períodos de tempo.

O objetivo futuro é escalar a solução em termos de potência, desenvolvendo um protótipo de cinco KWatts e 30 KWatts.

Neste momento, o grupo de investigação tem em curso três pedidos de patente, um nacional e dois europeus.

A UPWIND ficou em primeiro lugar na final nacional do ClimateLaunchPad, competição organizada pela UPTEC, Ordem dos Engenheiros e Fórum Oceano, e vai representar Portugal na final regional da competição.

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