Produção de mel na Lousã poderá chegar às 30 toneladas
A produção deste ano do mel certificado da Serra da Lousã deve rondar as 30 toneladas, mais três que em 2013, admitiram hoje responsáveis da Cooperativa Lousamel à agência Lusa.
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País Certificados
No ano passado, a produção deste mel de urze com denominação de origem protegida (DOP) ascendeu a 27 toneladas, segundo a diretora executiva daquela empresa, Ana Paula Sançana.
Sem dados definitivos sobre os resultados da "cresta" (colheita do mel das colmeias) ainda em curso, o presidente da Lousamel, António Carvalho, reconheceu que a produção pode ser "superior" à do ano passado.
Nos dez municípios que integram a região do mel DOP Serra da Lousã -- Arganil, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Vila Nova de Poiares -- "está a verificar-se um desfasamento nas produções", segundo Ana Paula Sançana.
"Temos apicultores com a melhor produção dos últimos 30 anos, nalguns casos 30 a 40 quilogramas de mel por colmeia, quando a média ronda oito a nove quilogramas", disse.
Para outros produtores, "está a ser uma razia completa", referiu Ana Paula Sançana.
A atual "cresta" vai ser "mais ou menos igual" à do ano passado, com os apicultores "que tiveram mais mel a compensarem os que não tiveram nada".
As baixas produções, acrescentou, poderão "ter a ver com o controle das enxameações", que consistem na saída de enxames novos da colmeia de origem, cada um com a sua rainha.
Quantas mais enxameações ocorrerem, menor será a quantidade de mel em cada ano.
"O número de abelhas, que são, afinal, a mão-de-obra disponível, está intimamente ligado com a produção", afirmou a diretora executiva da Lousamel, frisando que uma colmeia pode reunir entre 60 a 100 mil abelhas.
Por outro lado, o mel desta colheita "está a sair mais claro". Nos anos em que chove muito, como este, "há menos meladas" nas áreas florestais onde as abelhas procuram alimento.
Substância rica em açúcares, a melada, que determina a cor escura do mel da Serra da Lousã, é excretada por insetos que se alimentam da seiva de árvores e outras espécies vegetais.
Com quase 26 anos, a Lousamel reúne 350 apicultores e exporta mel DOP para a Alemanha, além de fornecer a rede de distribuição da Sonae.
Tem vindo a exportar também "pequenas quantidades" para Angola e Noruega.
Responsável pela gestão da DOP, a Lousamel comercializa o mel produzido por 45 associados e pela própria cooperativa, que possui dois apiários, em Miranda do Corvo, com um total de 120 colmeias.
A vespa velutina ('Vespa velutina nigrithorax'), a invasora que tem atacado os apiários no Minho, não foi até agora avistada na Serra da Lousã, revelou Ana Paula Sançana.
Esta vespa asiática "não é mais perigosa para os seres humanos do que a tradicional vespa europeia", segundo uma informação do Ministério da Agricultura e do Mar enviada à Lusa, mas prejudica a atividade apícola e a agricultura, ameaçando ainda a biodiversidade, ao eliminar abelhas e outros polinizadores.
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