Tarjas do Chega? "Tem de haver bom senso nas formas de luta"
O Chega protestou na sexta-feira com tarjas colocadas nas janelas do Parlamento. O partido disse ainda que iria recusar o aumento de 5% no salário. A situação de protesto envolveu operacionais dos bombeiros, que se deslocaram ao local. Marcelo Rebelo de Sousa avisa que é preciso ter "bom senso" nas formas de luta.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, reagiu ao protesto realizado pelo Chega, que colocou tarjas na fachada da Assembleia da República sobre o fim do corte de 5% dos vencimentos dos políticos.
Numa altura em que falava em Lisboa e foi questionado sobre o fim deste corte, que vem do tempo da troika, Marcelo apontou que a decisão estava "votada", mas acrescentou: "Teria preferido que fosse aplicado aos mandatos futuros, não aos mandatos em curso. Isso é uma coisa. Outra coisa é o entender que em relação às formas de defender as ideias as pessoas têm que ter em linha de conta o respeito e prestígio das instituições".
Em declarações aos jornalistas, Marcelo acrescentou: "Já dei o exemplo. Qualquer português percebe, com bom senso, que seria impossível de cada vez que há um ponto que é discutível na Assembleia - numa lei qualquer ou num Orçamento qualquer - que de repente houvesse campanha eleitoral nas janelas do Parlamento [...]. Tem que haver bom senso nas formas de luta adotadas", atirou.
Questionado sobre uma possível condenação, Marcelo defendeu que a questão "não é de legalidade", mas sim uma questão de respeito e prestígio pelas instituições. "Aí, o bom senso é fundamental", afirmou, acrescentando que a situação se colocava com o Chega ou com qualquer outro partido.
O partido Chega protestou contra o fim deste corte, tendo mesmo dito que abdicaria do aumento resultante do fim do corte salarial dos políticos.
"Nós prescindimos todos. Deputado Hugo Soares, já que lançou o desafio, o país vai saber. E ainda bem que vai saber. Porque nós vamos e estamos dispostos a prescindir dele. Queremos ver se a bancada do PSD e do CDS e do PS e do PCP estão dispostos a prescindir", disse o líder do Chega, no debate sobre a proposta orçamental.
O Notícias ao Minuto questionou os serviços da Assembleia da República por forma a perceber se é possível a recusa deste aumento e aguarda resposta.
[Notícia atualizada às 21h54]
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