Funcionários de hospital de Oeiras em protesto contra estacionamento pago
Funcionários do Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, concelho de Oeiras, estão esta segunda-feira em protesto contra o pagamento do estacionamento no parque do edifício, o que provocou, já esta manhã, muitas dificuldades no trânsito.
© DR
País Carnaxide
O protesto, convocado para as 08h00 à porta do hospital, gerou confusão no trânsito em Carnaxide (distrito de Lisboa), com uma fila de horas de espera que chegava à auto-estrada A5.
As complicações prendiam-se com a fila para entrar no único parque de estacionamento gratuito para utentes e funcionários do Santa Cruz (com 100 lugares apenas), que se recusam a deixar o carro num lugar pago.
"O parque custa 40 euros por mês, que é 10% do salário de um auxiliar. É impensável o que querem fazer e nós recusamo-nos a pagar", disse à Lusa o porta-voz da comissão representativa dos trabalhadores do Hospital de Santa Cruz, João Neto.
O estacionamento de um dos parques do Hospital de Santa Cruz começou hoje a ser pago e os trabalhadores dizem-se "revoltados".
"A administração diz que o dinheiro cobrado é para investir no hospital, mas é com o nosso dinheiro que querem fazer isso? Nem pensar! Este é o único parque em que não se paga. Se está completo, nós vamos aguardar até chegar a nossa vez, leve o tempo que levar", acrescentou João Neto.
A decisão levou hoje a uma longa fila de trânsito que obrigou à intervenção da polícia, e a atrasos na entrada ao serviço, inclusive para quem se solidarizava com o protesto e para quem nem sabia o que se estava a passar.
Os trabalhadores prometem não ceder e asseguram que "pagar estacionamento não é opção".
Patrícia Delgado, enfermeira no Santa Cruz, já estava uma hora atrasada para a entrada ao serviço, às 08h00, mas recusava-se a deixar o carro num estacionamento a pagar.
"Só tenho pena da minha colega que lá está e que não pode sair do serviço enquanto eu não a for render, mas sei que estamos todos solidários com este protesto e devemos unir-nos", disse.
Também Rita Reis, enfermeira, está preparada para repetir todos os dias os 50 minutos em que esteve no trânsito.
"Pagar é que eu não pago. Isto não faz sentido nenhum, porque sempre tivemos direito a estacionamento gratuito e agora querem que paguemos. É ridículo", sustentou.
O protesto contou com alguns funcionários à porta do hospital e outros que gritavam das varandas "não pagamos" e "gatunos".
Os ânimos ainda se exaltaram quando a polícia autuou uma enfermeira que aguardava vez para entrar no parque de estacionamento gratuito, porque, segundo a funcionária, "estava a obstruir o trânsito na faixa de rodagem".
"Se estou a obstruir o trânsito é porque tenho uma cancela à minha frente que não me deixa entrar para o parque gratuito e se é uma faixa de rodagem, eu não tenho culpa. É uma vergonha", contou à Lusa a enfermeira Mané, que, apesar os protestos, teve de pagar 120 euros.
O trânsito acabou por fluir normalmente a partir das 10h00, mas vinte minutos depois a polícia permanecia no local.
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