Pedro Marques foi no "não investimento" o melhor aliado de Centeno
O PSD acusou hoje o atual cabeça de lista socialista às eleições europeias, Pedro Marques, de ter sido na política de "não investimento" público no país o melhor aliado do ministro das Finanças, Mário Centeno.
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Política Leitão Amaro
Uma posição que foi transmitida pelo ex-secretário de Estado social-democrata António Leitão Amaro no debate parlamentar sobre os programas Nacional de Reformas e de Estabilidade, durante a qual até quase chegou a entrar em confronto com o próprio presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, depois de ter sido advertido por ele em relação ao tempo gasto com a sua intervenção.
Durante os cinco minutos de interpelação, António Leitão Amaro fez um ataque cerrado ao PS e ao Governo, não ignorando sequer a proximidade de eleições europeias.
"Pedro Marques, com a sua incompetência, foi o melhor aliado do ministro Mário Centeno. Este Programa de Estabilidade não é para cumprir. O investimento público é sempre menor do que aquele que está previsto", sustentou o dirigente da bancada do PSD.
António Leitão Amaro, numa linha depois seguida pelos seus colegas de bancada Emídio Guerreiro e António Costa e Silva, sustentou ainda que os programas Nacional de Reformas e de Estabilidade só vão passar no parlamento "graças à hipocrisia política do PCP e Bloco de Esquerda" e considerou que mesmo os dados referentes à redução do défice, em última análise, "demonstram que a consolidação orçamental é agora metade do que aquela que se verificava na anterior legislatura".
Pela parte do CDS-PP, Pedro Mota Soares criticou o Governo por prever "nova redução do investimento já em 2019" e por ser responsável "pela pior execução de sempre dos fundos comunitários".
"Como vai o Governo executar melhor os fundos comunitários, quando a verba disponível para a comparticipação, por parte de Portugal, é agora menor?", questionou o ex-ministro democrata-cristão.
Perante estas intervenções, o ministro do Planeamento, Nelson Souza, alegou que não podia responder à intervenção antes feita pelo social-democrata António Leitão Amaro, "porque não fez pergunta nenhuma".
Depois, acusou PSD e CDS-PP de "repetirem até à exaustão dados falsos" sobre a execução de fundos comunitários e sobre o investimento público.
"Repetem todos os dias isso, mas milhares de portugueses, entre eles muitos empresários e operadores de investimentos públicos, sabem que isso não é verdade. Estamos a executar o Portugal 2020 abrindo concursos para os metros de Lisboa e do Porto, para a linha de Cascais, ou para o sistema de mobilidade do Mondego. Recebemos 2800 milhões de euros em investimentos inovadores por parte de empresas", contrapôs.
Ainda de acordo com Nelson de Sousa, a Direção Geral do Orçamento da Comissão Europeia aponta que "Portugal lidera a execução dos fundos comunitários ao nível europeu, entre os países que contam".
"Porventura, vocês [PSD e CDS] desejariam que a notícia não fosse essa", disse.
Num plano mais político, o vice-presidente da bancada do PS João Paulo Correia acusou o PSD e CDS-PP de "falta de memória, sobretudo face às previsões sempre falhadas do anterior Governo e que obrigaram invariavelmente à apresentação de sucessivos orçamentos retificativos".
"O PSD e CDS falam em reformas, mas, para eles, reformas significam cortes de salários e de pensões, ou privatizações como a dos CTT. Este Programa de Estabilidade também não tem as medidas defendidos pelos conselheiros do presidente do PSD, Rui Rio, que querem pôr a pagar IRS portugueses que até agora estão isentos e que querem aumentar o horário de trabalho na administração pública para as 40 horas semanais", afirmou João Paulo Correia.
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