Zorrinho vê impasse na UE como uma discussão sobre o futuro da Europa
Carlos Zorrinho recusou hoje que o impasse sobre os cargos de topo na União Europeia (UE) seja uma discussão "de nomes", defendendo que se trata antes de uma discussão política sobre o futuro de uma Europa que mudou.
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Política Carlos Zorrinho
"Esta situação política na Europa não é normal e, do meu ponto de vista, por uma boa razão: porque há uma fragmentação, claramente pró-europeia, e o que está a acontecer neste momento na UE é que se está a discutir política e se está a reformatar a linha de opção política para o próximo mandato", disse o eurodeputado do PS à imprensa à margem da sessão inaugural no Parlamento Europeu (PE).
"Por isso, não sendo bom em si próprio o adiamento da eleição do presidente, é importante que a eleição do presidente seja alinhada com uma nova visão política para a UE", acrescentou, em resposta uma pergunta sobre o adiamento, de hoje para quarta-feira, da eleição presidente do PE devido ao impasse no Conselho Europeu.
Carlos Zorrinho referia-se à quebra com a "tradição" de repartição dos cargos de topo na UE decorrente das eleições europeias de maio passado, em que as duas maiores famílias políticas europeias -- O Partido Popular Europeu e os Socialistas Europeus -- deixaram de ter a maioria na assembleia europeia e devem agora negociar com Verdes e Liberais.
"Verdadeiramente, o que se está a construir no Conselho Europeu não é aquilo que muitas vezes as pessoas pensam que é uma discussão simples de nomes. Não, já se percebeu, é verdadeiramente uma discussão política sobre o futuro da Europa", sublinhou.
O eurodeputado socialista recusou avançar qualquer previsão quanto ao resultado do Conselho Europeu, nomeadamente se o holandês Frans Timmermans, o candidato apoiado pelos socialistas, ainda pode ser o próximo presidente da Comissão Europeia, assegurando que "não é possível neste momento ter essa antecipação".
O Conselho Europeu voltou hoje a reunir-se em Bruxelas para discutir as nomeações para as presidências da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu, além do Branco Central Europeu e do cargo de Alto Representante para a Política Externa, lugares que são negociados "em pacote' de modo a serem respeitados os necessários equilíbrios (partidários, geográficos, demográficos e de género) na distribuição dos postos.
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