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Vila Real de Sto António. Vereador da CDU aceita pelouros com PCP contra

O vereador eleito pela CDU para a Câmara de Vila Real de Santo António, Álvaro Leal, aceitou a vereação a tempo inteiro proposta pelo presidente do município (PS), disse o próprio à Lusa, contrariando a decisão anunciada pelo PCP.

Vila Real de Sto António. Vereador da CDU aceita pelouros com PCP contra
Notícias ao Minuto

15:31 - 23/10/21 por Lusa

Política Vila Real de Santo António

A vitória de Álvaro Araújo permitiu terminar com uma liderança de 16 anos do PSD naquele município do distrito de Faro, mas o socialista obteve o mesmo número de eleitos que os sociais-democratas (três), o que faz com que a entrada de Álvaro Leal como vereador a tempo inteiro assegure uma maioria ao PS.

A atribuição de pelouros vai ser consumada com um despacho na segunda-feira e Álvaro Leal deverá ficar responsável pelo Desporto, Juventude, Ambiente e a Modernização Administrativa, entre outros, revelou o vereador à Lusa.

Ao aceitar os pelouros, Álvaro Leal contrariou a posição assumida maioritariamente pela coordenadora concelhia de Vila Real de Santo António da CDU e anunciada na quinta-feira em comunicado pelo PCP, partido do qual é militante.

No entanto, segundo o vereador, esta opção é a "mais responsável e que melhor serve" o concelho, tendo Álvaro Leal pedido à coordenadora local da CDU que o continuasse a "acompanhar nesta caminhada", que "nunca" quis "fazer sozinho".

"Mas, infelizmente, a direção regional do PCP não permitiu que os anseios dos vila-realenses fossem ouvidos e respeitados", argumentou, salientando que a "situação gravosa" do concelho obriga aos "sacrifícios necessários para inverter esta situação".

A mesma fonte referiu que a solução proposta pelo PCP, que passava pela não aceitação de pelouros, "levaria a reuniões de câmara exaustivas, sem resultados positivos e, consequentemente, só prejudicaria em muito o funcionamento regular que é necessário implementar no município".

"Tomei a decisão mais difícil da minha vida, mas fi-lo de forma muito ponderada e consciente de que é a mais benéfica para presente e futuro do meu concelho e sem olhar aos interesses partidários", afirmou Álvaro Leal.

O vereador garante que irá manter a sua "independência e os valores que nortearam", manifestando o desejo de, com "tempo e o trabalho", a "equipa que escolher irá provar o quanto acertada foi esta decisão".

Na quinta-feira, o PCP de Vila Real de Santo António divulgou um comunicado a garantir que, "após a auscultação de eleitos e ativistas da CDU, bem como dos órgãos de direção das forças que compõem a coligação -- o PCP e o PEV", iria "intervir num quadro de total independência e autonomia, afirmando o seu projeto próprio, apoiando tudo quanto de positivo seja proposto, combatendo tudo o que de negativo venha a surgir".

"Esta atitude construtiva da CDU não envolve a assunção de pelouros por parte do vereador da CDU no executivo municipal. Decisão essa que foi tomada e transmitida ao PS no passado dia 15 de outubro", acrescentou o PCP.

O partido frisou que o facto de "não ter sido possível alcançar desta vez todos os objetivos que foram colocados, não afasta a CDU do objetivo de se afirmar em Vila Real de Santo António como força alternativa à gestão PS ou PSD".

"Os votos e os mandatos que a população do concelho de Vila Real de Santo António entregou à CDU serão colocados ao serviço da melhoria das condições de vida e do desenvolvimento do concelho", acrescentou.

Questionado pela Agência Lusa, o presidente da autarquia, Álvaro Araújo, considerou que a divergência do vereador da CDU com o PCP não causará "problema absolutamente nenhum".

O autarca disse estar "convencido de que haverá ainda oportunidade" para que as partes "se entendam e vejam que a posição do vereador Álvaro Leal foi a posição correta e que defende os interesses do eleitorado" que votou na CDU.

"Ao longo da legislatura, toda a gente vai perceber qual vai ser o trabalho do vereador eleito pela CDU e isso acho que vai fazer com que não haja nada de anormal", afirmou, frisando que tem um "compromisso" com a CDU, "que não é escrito", mas que não vê "razões para que não se mantenha".

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