PCP exige medidas para impedir o agravamento das prestações bancárias
O PCP exigiu hoje medidas imediatas que impeçam o agravamento das prestações bancárias das famílias, na sequência da subida das taxas de juro, advertindo para uma "realidade insuportável" ao mesmo tempo que os lucros da banca crescem.
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Política Taxas de juro
Em comunicado, o PCP considerou que a decisão do Banco Central Europeu de subir a taxa de juro de referência em 0,5 pontos percentuais para 3% "é mais um sinal de desprezo pelas necessidades das populações e dos trabalhadores".
Este é o valor mais elevado dos últimos 14 anos e o BCE não exclui novos aumentos ao longo do ano, sublinhou o PCP, que criticou a abordagem do Banco Central Europeu perante uma inflação "provocada em grande parte pelas opções da própria União Europeia".
"Mas igualmente grave", criticou, é o "compromisso do Banco de Portugal e do Governo português" com esta estratégia, ao recusar o aumento geral dos salários e a limitação de preços de bens e serviços essenciais.
O PCP exigiu "medidas que no imediato impeçam o agravamento das prestações para as famílias, designadamente fazendo refletir nos lucros da banca o aumento das taxas de juro de referência" para que não sejam os trabalhadores e o povo "a pagar essa opção".
Ao mesmo tempo, defendeu a "necessidade de respostas que rompam com a hegemonia do Euro e com a dependência financeira e monetária do país ante os centros de decisão da União Europeia".
"Sendo verdade que o aumento das taxas de juro prejudica a dívida pública e o tecido empresarial nacional, o seu impacto na vida do povo português, quando existem mais de 1 milhão e 400 mil empréstimos à habitação, está a tornar-se insuportável", advertiu.
Em poucos meses, sublinhou o PCP, centenas de milhar de famílias viram as prestações aumentar, "em alguns casos em 80%, ou seja, perderam umas centenas de euros no seu rendimento disponível", uma realidade que, sustentou aquele partido, "é inseparável dos lucros excecionais que estão a ser divulgados pela banca, como aconteceu hoje com o Santander".
Para o PCP, está demonstrada a "completa ineficácia" dos mecanismos de renegociação de contratos que o Governo determinou, confirmando-se que, "entre o forte e o fraco, ou seja, entre o banco e o cliente, é o banco que determina as regras".
Os lucros consolidados do Santander Totta duplicaram em 2022 para 606,7 milhões de euros, divulgou hoje o banco em comunicado.
O Santander Totta é detido pelo grupo espanhol Santander, que hoje apresentou, em Espanha, lucros de 9.605 milhões de euros no ano passado, um valor recorde que representa um aumento de 18% em relação a 2021, revelou hoje o banco.
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