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PCP exige medidas para impedir o agravamento das prestações bancárias

O PCP exigiu hoje medidas imediatas que impeçam o agravamento das prestações bancárias das famílias, na sequência da subida das taxas de juro, advertindo para uma "realidade insuportável" ao mesmo tempo que os lucros da banca crescem.

PCP exige medidas para impedir o agravamento das prestações bancárias
Notícias ao Minuto

18:10 - 02/02/23 por Lusa

Política Taxas de juro

Em comunicado, o PCP considerou que a decisão do Banco Central Europeu de subir a taxa de juro de referência em 0,5 pontos percentuais para 3% "é mais um sinal de desprezo pelas necessidades das populações e dos trabalhadores".

Este é o valor mais elevado dos últimos 14 anos e o BCE não exclui novos aumentos ao longo do ano, sublinhou o PCP, que criticou a abordagem do Banco Central Europeu perante uma inflação "provocada em grande parte pelas opções da própria União Europeia".

"Mas igualmente grave", criticou, é o "compromisso do Banco de Portugal e do Governo português" com esta estratégia, ao recusar o aumento geral dos salários e a limitação de preços de bens e serviços essenciais.

O PCP exigiu "medidas que no imediato impeçam o agravamento das prestações para as famílias, designadamente fazendo refletir nos lucros da banca o aumento das taxas de juro de referência" para que não sejam os trabalhadores e o povo "a pagar essa opção".

Ao mesmo tempo, defendeu a "necessidade de respostas que rompam com a hegemonia do Euro e com a dependência financeira e monetária do país ante os centros de decisão da União Europeia".

"Sendo verdade que o aumento das taxas de juro prejudica a dívida pública e o tecido empresarial nacional, o seu impacto na vida do povo português, quando existem mais de 1 milhão e 400 mil empréstimos à habitação, está a tornar-se insuportável", advertiu.

Em poucos meses, sublinhou o PCP, centenas de milhar de famílias viram as prestações aumentar, "em alguns casos em 80%, ou seja, perderam umas centenas de euros no seu rendimento disponível", uma realidade que, sustentou aquele partido, "é inseparável dos lucros excecionais que estão a ser divulgados pela banca, como aconteceu hoje com o Santander".

Para o PCP, está demonstrada a "completa ineficácia" dos mecanismos de renegociação de contratos que o Governo determinou, confirmando-se que, "entre o forte e o fraco, ou seja, entre o banco e o cliente, é o banco que determina as regras".

Os lucros consolidados do Santander Totta duplicaram em 2022 para 606,7 milhões de euros, divulgou hoje o banco em comunicado.

O Santander Totta é detido pelo grupo espanhol Santander, que hoje apresentou, em Espanha, lucros de 9.605 milhões de euros no ano passado, um valor recorde que representa um aumento de 18% em relação a 2021, revelou hoje o banco.

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