Chega diz que medidas anuncias pelo Governo são "tiro de pólvora seca"
O presidente do Chega considerou hoje que o pacote de ajudas anunciado pelo Governo para mitigar o aumento do custo de vida é um "tiro de pólvora seca" e afirmou ter "zero confiança" na eficácia das medidas.
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Política Medidas
"A confiança que temos na eficácia destas medidas é zero", afirmou André Ventura, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
Numa primeira reação às medidas de apoio hoje anunciadas pelo Governo, o líder do Chega afirmou que "este programa é um tiro de pólvora seca e é um exercício de propaganda".
André Ventura considerou que estes apoios "esquecem em absoluto a classe média e as empresas" e vão "ser muito pouco, um quase nada para os portugueses" face à inflação e à "crise efetiva de rendimentos".
"O Governo, com a receita adicional que teve, tinha o dever hoje de dar muito mais aos portugueses", salientou, defendendo que o Governo deveria ter optado por uma "devolução efetiva de rendimentos" à "classe média, às empresas e àqueles que estão neste momento a pagar a maior parte da fatura".
"Nada disto foi feito com estas medidas. O Governo dá uma migalha daquilo que recolheu a mais, dá um pedacinho daquilo que em impostos sugou aos contribuintes e não tem uma medida significativa de descida da carga fiscal", criticou Ventura.
O presidente do Chega apontou igualmente que "nenhuma das medidas anunciadas pelo Governo vai fazer abrandar estruturalmente a inflação", defendendo que "todas, pelo contrário, contribuirão para aumentar a espiral inflacionista".
E acusou Governo de "continuar a recolher mais dinheiro à custa da inflação e à custa da crise".
Quanto à descida da taxa de IVA dos bens alimentares essenciais para 0%, André Ventura lembrou que o seu partido apresentou esta proposta no parlamento mas foi rejeitada.
"Saudamos que chegue tarde, mas que chegue", apontou.
No entanto, considerou que esta medida "por si só não resolverá os problemas dos preços dos bens do cabaz alimentar" e que se fica "sem saber se os bens vão ou não descer", querendo saber qual o acordo que está a ser feito com os setores da produção e da distribuição.
No que toca à administração pública, o líder do Chega criticou o "aumento de 80 cêntimos" do subsídio de refeição e o aumento salarial adicional de 1%, defendendo que era necessário mais.
Apontando que Portugal teve "o segundo maior excedente orçamental da zona euro e o que dá aos portugueses e devolve às famílias é 970 milhões" de euros, André Ventura comparou que em Espanha o pacote de apoios "foi 10 vezes superior, com uma população quatro vezes superior".
André Ventura afirmou também que "o Governo anunciou um défice de 0,4%, conseguiu passar a ideia para a comunicação social de que tinha feito um brilharete, uma coisa fantástica". E apontou que "este défice não é conseguido à custa de nenhuma medida estrutural do Governo, é conseguido com o aumento brutal de coleta fiscal fruto da inflação".
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