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Marisa Matias teme "o pior" relativamente ao aumento das taxas de juro

A eurodeputada do Bloco de Esquerda (BE) Marisa Matias disse hoje que "os sinais que chegam" pela voz da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, fazem "temer o pior" relativamente ao aumento das taxas de juro.

Marisa Matias teme "o pior" relativamente ao aumento das taxas de juro
Notícias ao Minuto

00:03 - 09/09/23 por Lusa

Política Taxas de juro

"Todos os povos e todos os poderes democráticos da Europa esperam para saber se esta espécie de imperadora dos tempos modernos que é a Lagarde vai ceder ao bom senso ou vai continuar a esmagar os salários com austeridade", afirmou Marisa Matias na sexta-feira à noite, em Viseu, lembrando que, "dentro de poucos dias, haverá uma nova reunião do BCE para decidir o possível aumento das taxas de juro".

Marisa Matias falava no Fórum Socialismo, a `rentrée´ política do BE, que é o primeiro desde a eleição de Mariana Mortágua como líder bloquista e decorrerá até domingo.

No entender da eurodeputada bloquista, vive-se "uma crise há muito anunciada, a da habitação, e as altas instâncias nacionais continuam mais empenhadas numa birra coletiva do que em resolver verdadeiramente os problemas das pessoas".

"A crise da habitação é o retrato de um país injusto. É o resultado de políticas que sempre foram mais dedicadas ao favorecimento da especulação e dos especuladores do que ao reforço do Estado social", considerou.

Para Marisa Matias, esta crise é também "a demonstração da ausência de políticas públicas de arrendamento que forçaram tantas pessoas a endividar-se para ter casa".

"Não é que faltem casas em Portugal. O que falta é habitação", lamentou, acrescentando que "mudou a política de juros do BCE e os salários não aumentaram" e "quem paga são os de sempre".

Segundo Marisa Matias, "para uma parte significativa da população, a vida com dignidade, a começar pela habitação, tornou-se inacessível".

Para a eurodeputada, há "a questão muito importante de saber se as taxas de juros vão continuar a aumentar, sobrecarregando as famílias, sobrecarregando as contas públicas, para carregar de dinheiro os donos dos bancos", mas a "grande questão é saber como é que a Europa permitiu que este poder ficasse de fora da democracia".

"A subida das taxas de juro sem controle está a empobrecer os povos europeus, está a destruir emprego e está encarecer os custos de financiamento do tecido produtivo do nosso país", frisou.

Marisa Matias considerou que "a subida de algumas centenas de euros nos empréstimos à habitação com juros variáveis está não só a gerar empobrecimento, como um enorme mal-estar social".

"António Costa chora agora lágrimas de crocodilo pelas decisões do BCE, mas quando o BCE defendeu a ideia disparatada de que aumentar os salários faria subir a inflação defendeu o BCE", criticou.

Lamentando que o PS continue "a defender a independência do BCE" e que Portugal esteja "nas mãos de Lagarde para definir um aspeto absolutamente decisivo da política económica e da vida de tanta gente", a eurodeputada alertou que "as taxas de juro têm ajudado a asfixiar famílias".

"Mário Centeno (governador do Banco de Portugal) ainda tentou a justificação do seu aumento com as taxas de cumprimento no pagamento das prestações, a dizer que os portugueses lá vão pagando o empréstimo. Mas os dados são muito claros: mais 200 mil famílias para quem a taxa de esforço no pagamento do empréstimo supera os 50% dos rendimentos familiares, quando há 2 anos era metade desse valor", sublinhou.

Marisa Matias disse que "os dados do barómetro europeu que saiu esta semana mostram que as famílias portuguesas estão a cortar na alimentação, incluindo na alimentação das crianças", e que "Centeno, talvez por insistir na obsessão da ideologia de que não pode haver vida além da folha do Excel, parece não querer ver essa evidência".

"Só a redução de juros, a regulação dos preços das rendas e a prioridade a casas a residentes podem inverter este ciclo. O reforço à habitação e do direito à habitação é, por isso, uma prioridade pública absoluta", defendeu.

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