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Subida das taxas de juro? "Não creio que houvesse alternativa"

O economista Fernando Teixeira dos Santos falou sobre o aumento das taxas de juro, que assistem hoje à 10.ª subida consecutiva.

Subida das taxas de juro? "Não creio que houvesse alternativa"
Notícias ao Minuto

23:03 - 14/09/23 por Notícias ao Minuto

Política Taxas de juro

A ex-ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos, comentou, esta quinta-feira, o aumento das taxas de juro, anunciada hoje pelo Banco Central Europeu (BCE)

"Não creio que houvesse alternativa", considerou Teixeira dos Santos no seu espaço de comentário na CNN Portugal.

Sublinhando que há uns meses se podia pensar que "seria possível que nesta reunião de setembro o BCE decidisse não aumentar as taxas e mantê-las ao nível que foi definido antes das férias de verão", o ex-governante salientou que houve alterações no cenário geral. 

"Nestes meses, assistimos a um agravamento da inflação muito em virtude do aumento dos preços na energia, muito em particular do petróleo com repercussões nos preços dos combustíveis. É este agravamento de preços neste setor faz com que, por exemplo, a taxa de inflação em Portugal subisse em um ponto percentual do mês passado para este mês - que é uma subida significativa", apontou.

Falando do aumento da inflação em termos europeus, Teixeira dos Santos lembrou que em média "se manteve nos dois meses", pondo assim fim ao movimento descendente que se "vinha a fazer sentir há uns meses".

"Os sinais são de que a inflação está a resistir, não está a ser fácil baixar essa inflação e que não é este o momento oportuno para parar as subidas das taxas de juro porque não é certo que se tenha vencido essa batalha", rematou.

Questionado sobre as declarações do atual ministro das Finanças, Fernando Medina, que na quarta-feira disse que o "aumento das taxas de juro é mais negativo do que positivo" já que "coloca riscos na economia" que "são superiores aos benefícios", Teixeira dos Santos foi peremptório: "Temos de perceber que o BCE tem um mandato muito claro, que é o de combater a inflação. E Banco Central Europeu só tem de se preocupar com a inflação e combatê-la", apontou, esclarecendo que estas são 'as regras do jogo' que sempre estiveram em cima da mesa.

"Para além da inflação, o ministro das Finanças tem outras preocupações, designadamente, do crescimento económico. Estamos a sentir já os efeitos destas taxas de juro mais altas na atividade económica, que desacelerou claramente em 2023", apontou.

Teixeira dos Santos defendeu que não seria de esperar já para o próximo a existência de "alívios significativos ou até sequer alívios das taxas de juro".

Em relação às famílias, e sublinhando que o Governo já tem algumas medidas de apoio em alguns casos, o ex-governante defendeu, perante esta nova subida: "Penso que o Governo poderá vir afinar estes valores e procurar reforçar esta medida", como por exemplo, em relação a um alargamento do apoio a outros escalões.

"Penso que se justifica que o Governo reveja essas medidas de apoio no sentido de as reforçar", rematou.

Leia Também: Decisão do BCE é "dor de cabeça para governos", diz Marcelo

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