Dos 'sim' aos contra. As reações políticas ao relatório sobre o aeroporto
Da Esquerda à Direita, as reações às conclusões do relatório da Comissão Técnica Independente (CTI) sobre a localização do novo aeroporto estão longe de ser consensuais.
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Política Partidos
Da Esquerda à Direita, as reações às conclusões do relatório da Comissão Técnica Independente (CTI) sobre a localização do novo aeroporto estão longe de ser consensuais, com alguns partidos a atirar farpas ao Governo e outros a registar que a solução da construção do novo aeroporto de Lisboa no campo de tiro em Alcochete não é nova e já devia ter sido tomada.
PSD
O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro , afirmou, esta terça-feira, sobre a localização do novo aeroporto, que “se for primeiro-ministro, será uma das primeiras decisões a tomar”. “É esta de escolher a localização do novo aeroporto e encetar todos os procedimentos para a sua execução. Naturalmente com o desejo de que o principal partido na oposição, que antecipo que seja o PS, também possa colaborar connosco”, frisou ainda.
O líder social-democrata, para quem a decisão deve ser tomada pelo próximo Governo após as eleições legislativas de 10 de março, anunciou também que o PSD vai criar "ainda hoje" um grupo de trabalho interno para acompanhar este "e outros projetos de infraestruturas" e que visa "dialogar com o Governo" e com os partidos da oposição, em particular com o PS.
Iniciativa Liberal
O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, defendeu que a decisão politica sobre a localização do novo aeroporto "só faz sentido ser tomada por um novo Governo".
"Faz sentido que a decisão seja remetida para o novo Governo. Dificilmente seria possível tomar uma posição com o governo atual, faz sentido que haja alguma prudência e seja remetida para novo Governo", disse o líder liberal aos jornalistas no final de uma visita ao hospital Garcia de Orta, em Almada.
Rui Rocha adiantou que a Iniciativa Liberal sempre defendeu que devia haver primeiro uma posição técnica, que deve agora ser respeitada, seguindo-se o momento da política.
Chega
O presidente do Chega referiu que a decisão sobre o novo aeroporto deve ser tomada pelo próximo Governo através de um acordo entre os quatro maiores partidos, defendendo que “quem esperou 50 anos, pode esperar três meses”.
André Ventura apelou a que a decisão sobre o novo aeroporto, “seja qual for a recomendação da comissão técnica independente, fique para o próximo governo e não para o governo de António Costa”.
De registar que a comissão técnica independente apontou Alcochete como a solução com mais vantagem para o novo aeroporto, entre as duas opções viáveis, segundo o relatório hoje divulgado.
A opção que envolve o Campo de Tiro de Alcochete é identificada como a que apresenta mais vantagens, entre as duas soluções viáveis para um 'hub' (aeroporto que funciona como plataforma de distribuição de voos) intercontinental, segundo o relatório publicado na página da comissão técnica independente (CTI).
Bloco de Esquerda
O líder do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, defendeu que "a postura do PS e do PSD explica o motivo dos atrasos no nosso país". "De facto, andam a brincar com coisas sérias", frisou, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
Segundo Pedro Filipe Soares, passaram "tantos anos para que a conclusão mais óbvia seja aquela que era visível aos olhos de todos - que Alcochete é a melhor localização". “Materializa algumas decisões políticas que nunca foram inovadoras e mostra bem como andam a brincar com coisas sérias”, acrescentou ainda.
PCP
A líder parlamentar do PCP considerou que o país já perdeu "tempo de mais" com a escolha da localização do novo aeroporto de Lisboa, defendendo que se deve avançar "o mais rapidamente possível" para a opção de Alcochete.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Paula Santos referiu que já se passou "mais de 15 anos desde que foi feito o estudo que apontava a solução da construção do novo aeroporto de Lisboa no campo de tiro em Alcochete".
PAN
O PAN afirmou que escolher Alcochete como localização do novo aeroporto seria nocivo em termos ambientais e de qualidade de vida.
Em declarações aos jornalistas no Parlamento, a porta-voz do partido, Inês de Sousa Real, afirma que a comissão técnica independente (CTI) não colocou "as preocupações ambientais no primeiro plano", assim como "a segurança e a qualidade de vida das pessoas".
Livre
O deputado único do Livre, Rui Tavares, considerou que o relatório do CTI demonstra que o seu partido tinha razão quando defendeu que era "completamente necessário" haver uma "avaliação ambiental estratégica" para se tomar uma decisão sobre o novo aeroporto, por ter mais "coordenadas do que os estudos de impacto ambiental".
Por outro lado, Rui Tavares sublinhou também que o relatório mostra, “como o Livre sempre disse”, que a opção de fazer o aeroporto no Montijo “era inviável” e uma “má solução”.
De acordo com o relatório preliminar da comissão técnica independente responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, que examinou novas opções, são viáveis as soluções Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete, até ficar unicamente Alcochete com mínimo de duas pistas, bem como Humberto Delgado + Vendas Novas, até ficar unicamente Vendas Novas, também com um mínimo de duas pistas.
Já as opções Humberto Delgado + Montijo e Montijo como 'hub' foram classificadas como "inviáveis para um 'hub' intercontinental", por razões aeronáuticas, ambientais e económico-financeiras "devido à sua capacidade limitada para expandir a conectividade aérea".
Humberto Delgado + Santarém e Santarém como aeroporto único "não são opção por razões aeronáuticas (de navegação aérea)", apontou a CTI.
[Notícia atualizada às 00h07]
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