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Líder do PS é "reciclado" e já decidiu apoiar "economia clientelar"

A antiga dirigente do CDS-PP Cecília Meireles acusou hoje o atual secretário-geral do PS de ser "reciclado", e de já ter escolhido nos últimos anos qual o setor a apoiar através do PRR, a "economia clientelar do Estado".

Líder do PS é "reciclado" e já decidiu apoiar "economia clientelar"
Notícias ao Minuto

18:36 - 21/01/24 por Lusa

Política Cecília Meireles

Numa intervenção na convenção da Alternativa Democrática (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM nas legislativas de 10 de março), a antiga deputada e secretária de Estado do Turismo apelou ao voto útil.

"Se aquilo que queremos é mudar, então sabemos bem que feitas as contas, contados todos os cenários há uma coisa que é inegável. Só há duas pessoas em Portugal que podem ser primeiros-ministros: um é mais do mesmo, um reciclado, outro está aqui nesta sala, quem quer mudar, vota AD", disse, referindo-se a Luís Montenegro.

Cecília Meireles, que por opção própria está fora das listas de candidatos a deputados da AD, criticou a intenção já anunciada pelo líder do PS de, se for primeiro-ministro, escolher cirurgicamente os setores da economia a apoiar.

"Então o que tem a dizer é que o problema económico de Portugal é que as empresas foram apoiadas de mais e de forma indiscriminada?", criticou.

A antiga deputada considerou que "o PS já escolheu um setor estratégico a apoiar", quando destinou 70% das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência ao Estado.

"É o setor das empresas que trabalham para o Estado e que são clientes do Estado, isso é uma economia clientelar, e isso não é estratégico", disse.

Cecília Meireles recordou ainda o episódio da indemnização à ex-gestora da TAP Alexandra Reis, que o então ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos não se recordou inicialmente de ter autorizado.

"Em qualquer país do mundo, este ministro teria sido demitido por falta de responsabilidade política, em Portugal é candidato a primeiro-ministro. O povo julgará", apelou.

Na área da cultura, o maestro Rui Massena apelou a que se reforce o orçamento público para este setor, mas também que se contrabalance com mais condições para os privados financiarem a cultura.

"Temos de criar verdadeiramente uma lei do mecenato absolutamente explosiva, as empresas têm de querer patrocinar um ballet, um concerto", defendeu, numa pretensão que foi apoiada pelo antigo secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas.

O antigo governante considerou "fundamental que se abram as portas nesta nova legislatura para uma lei do mecenato que esteja do lado dos criadores, das empresas, da negociação entre ambos e do lado do público, com benefícios reais e palpáveis".

Os dois criticaram, tal como já tinha feito o antigo líder do CDS-PP Paulo Portas, o "esquecimento do Governo" na comemoração dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, que Viegas classificou mesmo como "uma comédia burlesca"

Na área da educação, foram oradores na convenção a dirigente estudantil Gabriela Cabilhas (que irá nas listas da AD pelo Porto) e o investigador Alexandre Homem Cristo (por Lisboa), que criticou o período turbulento no setor e reiterou o compromisso da coligação com a devolução do tempo de serviço congelados dos professores.

Leia Também: Santana Lopes junta-se de surpresa à convenção da AD e vai discursar

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