Mortágua recusa antecipar Convenção do BE e aceita reunião com Livre
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, respondeu hoje à oposição interna que a próxima Convenção Nacional do partido será no "próximo ano, de forma regular e ordinária", recusando assim uma antecipação, e aceitou a reunião pedida pelo Livre.
© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images
Política BE
Mariana Mortágua deu hoje, em Lisboa, uma conferência de imprensa para apresentar os resultados da Mesa Nacional do BE na véspera, tendo sido questionada sobre as críticas da oposição interna à nova derrota eleitoral nas europeias e à sugestão de antecipar a Convenção Nacional deixada pelo ex-deputado Carlos Matias na Rádio Observador.
"O Bloco de Esquerda teve uma Convenção há pouco tempo, teve duas moções em debate, uma saiu minoritária, como sabem, e agora apresentou esta resolução e que faz parte do debate interno, temos diferentes posições sobre diferentes assuntos, em particular sobre as questões de política internacional", começou por responder.
Segundo a coordenadora do partido, os bloquistas definem a sua "linha política na Convenção" que vai acontecer no "próximo ano, de forma regular e ordinária".
"Não me parece é que até essa Convenção o Bloco não tenha que fazer um trabalho de reflexão, de debate interno e externo", acrescentou, adiantando que esta reunião magna ordinária acontecerá "algures entre o primeiro e o segundo semestre", mais provavelmente "no final do primeiro semestre".
O objetivo do BE, de acordo com Mortágua, é aproveitar esse tempo até à próxima convenção do partido "para fazer um debate sobre o Bloco, sobre como a esquerda se deve posicionar, como é que deve fazer diálogos internacionais e como é que se deve posicionar perante as eleiçoes autárquicas".
"Este é um debate que não é só do Bloco de Esquerda. É sobre como reverter o ciclo de direita, como retirar executivos de direita, combater executivos de direita e afirmar alternativas em todo o território", disse, numa declaração à imprensa em que começou por anunciar uma Conferência Nacional do partido.
Questionada sobre o convite do Livre, hoje conhecido, de reuniões com as lideranças do PS, Bloco de Esquerda, PCP e PAN para analisar a situação política atual, na sequência das últimas eleições para o Parlamento Europeu, e pensar já nas autárquicas, a líder bloquista mostrou total disponibilidade.
"Aliás, vem na sequência de um primeiro movimento que fizemos a seguir às legislativas de debate com diferentes partidos do campo ecologista, à esquerda e que queremos ir aprofundando ao longo do tempo e isso quer dizer diálogo", acrescentou.
Este deve ser um "diálogo interno e externo, com outros partidos, mas também com a sociedade civil, também com movimentos de cidadãos", defendeu Mortágua.
A seguir às últimas eleições legislativas, realizadas a 10 de março, o Bloco de Esquerda tinha promovido uma iniciativa semelhante a esta agora do Livre, pedindo reuniões ao PS, PCP, Livre e PAN para analisar os resultados das eleições que "mudaram a face política do país" e debater convergências "na oposição ao Governo da direita" e na construção de uma alternativa.
Os eleitos da Mesa Nacional do BE pela lista opositora à da direção consideraram no sábado que o partido teve um "mau resultado" nas europeias, um prolongamento do ciclo de derrotas que está ligado à política seguida desde a geringonça.
Hoje, Mariana Mortágua assumiu esse mesmo mau resultado nas europeias e mostrou-se apostada em reverter este ciclo.
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