PSD, CDS e Chega travam resolução para acolher Boris Kagarlitsky como exilado
PSD, CDS e Chega chumbaram hoje no parlamento uma resolução apresentada pelo BE para que o Governo português condene a prisão do sociólogo russo Boris Kagarlitsky e se disponibilize para Portugal o acolher como exilado político.
© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images
Política BE
Nesta votação, o PCP absteve-se, enquanto PS, Iniciativa Liberal, Livre e PAN votaram a favor.
"O Governo português pode e deve, em nome da liberdade e da paz, encetar todos os esforços diplomáticos para a libertação de Boris Kagarlitsky. Portugal deve ainda manifestar disponibilidade para acolher Kagarlitsky como exilado político", lê-se na resolução apresentada pelo Bloco de Esquerda.
Boris Kagarlitsky é um sociólogo e académico russo, sendo fundador e editor do site Rabkor e diretor do Instituto da Globalização e Movimentos Sociais.
No texto, o Bloco de Esquerda salienta que este sociólogo e académico é uma "voz crítica do imperialismo, do governo da Federação Russa e da guerra que Vladimir Putin desencadeou com a invasão da Ucrânia", estando atualmente "preso e condenado a cinco anos de prisão sob uma vaga e infundada acusação" de "justificar o terrorismo".
"Em causa estão as críticas que Kagarlitsky tem feito à política de guerra levada a cabo pelo Kremlin, em particular um vídeo em que comentava o ataque da ponte de ligação à Crimeia.
Com a intenção de silenciar uma voz crítica e influente, as autoridades russas moveram-lhe um processo judicial. Condenado em primeira instância a uma multa de mais de 600.000 rublos pela publicação do vídeo, viu as autoridades russas recorrerem da sentença, impondo-lhe então uma pena de prisão de cinco anos ditada por um Tribunal Militar de Recurso. A defesa de Kagarlitsky recorreu desta sentença, mas o recurso foi completamente desconsiderado e a pena foi mantida", sustenta o Bloco de Esquerda.
O Bloco de Esquerda salienta, ainda, que Kagarlitsky está atualmente preso numa colónia penal em Torzhok, "temendo-se que não sejam dadas condições que garantam a sua segurança, saúde e integridade física".
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