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Bloco-Madeira diz que deputado do partido só poderia "votar contra"

O BE-Madeira justificou hoje o voto contra o Orçamento Retificativo do deputado da região na Assembleia da República, Paulino Ascensão, alegando que o Governo recusou comprometer-se com medidas que evitassem futuras utilizações do dinheiro dos contribuintes para salvar bancos privados.

Bloco-Madeira diz que deputado do partido só poderia "votar contra"
Notícias ao Minuto

16:12 - 23/12/15 por Lusa

Política OE2015

"O Bloco pediu ao Governo um compromisso forte com medidas que afastassem futuras utilizações do dinheiro dos contribuintes para salvar os bancos privados, e na expectativa de uma resposta positiva, o nosso grupo parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira absteve-se no parecer positivo emitido pelo parlamento madeirense", argumentam os elementos do Secretariado Executivo do BE nesta região em comunicado distribuído no arquipélago.

No mesmo documento, os bloquistas insulares sublinham que "depois, verificou-se que o governo do PS não quis assumir esse compromisso, pelo que deputado da Madeira na Assembleia da República, e o respetivo grupo parlamentar, não poderia ter tido outro voto que não fosse contrário a este orçamento retificativo".

O BE-M considera "inaceitável esta chantagem eterna da 'responsabilidade' de termos de aceitar um mal menor para evitar um eventual mal maior", acrescentando não ser possível "continuar a olhar apenas para o imediato, para caso urgente e deixar ficar tudo na mesma".

Para os bloquistas madeirenses "é preciso mudar as regras para que isto não se repita", sublinhando que "basta de sacrifício permanente dos contribuintes para salvar negócios privados".

No comunicado, apontam que o Banif "chegou a esta situação de liquidação eminente, após três anos de intervenção do Estado com o governo PSD-CDS", recordando que o Executivo nacional "injetou 1.100 milhões de euros, passou a deter 60% do capital e durante três anos, o abdicou da posição dominante no banco, deixou os privados ao leme, nada fez para encontrar uma solução que defendesse o interesse coletivo e em particular os interesses da economia da Madeira".

O BE-M salienta que pela administração do Banif passaram "ilustres dirigentes do PSD-Madeira, como Tranquada Gomes (atual presidente da Assembleia Legislativa da Madeira), Paulo Fontes (ex-secretário regional das Finanças, deputados e vice-presidente do parlamento madeirense) e Miguel de Sousa (atual deputado e vice-presidente deste órgão de governo próprio da região), todos do PSD/M.

Os responsáveis do Bloco no arquipélago salientam que o partido sempre defendeu "a integração do Banif na Caixa Geral de Depósitos ou a sua manutenção como banco público das ilhas, como instituição independente", uma solução que "terá sido autorizada pela Europa em 2013, apesar de nunca concretizada, em alternativa à solução então adotada e antes da concessão das ajudas do Estado, quer ao Banif, quer à Caixa".

O BE-M vinca que "o governo PSD-CDS não quis essa solução, por aversão ideológica à existência do setor público" e deixou a situação agravar-se porque "poderia prejudicar a imagem da saída limpa da 'troika' e a votação nas eleições de outubro".

"O atual governo PS, disse que a opção pela CGD era a sua preferida, mas não adiantou até onde estava disposto a ir no confronto com a Europa, para defender o interesse do País", frisa, considerando que "a solução aprovada consiste em lavar os erros da administração privada do Banif com dinheiros públicos e entregá-lo limpinho ao Santander, outro banco privado e estrangeiro".

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