Câmara de Gaia critica PSD local por votar contra empréstimos
O presidente da Câmara de Gaia considerou hoje que a posição manifestada pelo presidente do PSD/Gaia de votar contra a proposta de adjudicação da operação de saneamento financeiro "resulta da óbvia necessidade de mostrar a sua existência".
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Política Saneamento
Os vereadores do PSD da Câmara de Gaia anunciaram no domingo que votam hoje contra a proposta de adjudicação da operação de saneamento financeiro, que se traduz em dois empréstimos, no valor de 34,8 milhões de euros.
A Câmara de Gaia quer pedir dois empréstimos para poder realizar o saneamento financeiro necessário à consolidação de passivos, um assunto que vai ser levado à reunião do executivo da Câmara de Vila Nova de Gaia, hoje pelas 17:00.
"As afirmações do novo presidente do PSD/Porto [Cancela Moura] resultam da óbvia necessidade de mostrar a sua existência, numa altura em que o município se recompõe e mostra resultados, só atraiçoados por ações judiciais cujas sentenças transitaram agora, ao fim de uma década de pugna judicial", afirmou Eduardo Vítor Rodrigues.
Numa declaração escrita enviada à Lusa, o presidente da autarquia considerou ainda que "as afirmações do Dr. Cancela Moura mostram que não aprendeu nada com a História; são verdadeiros exercícios de irracionalidade económica e de incompreensão da gestão autárquica".
"Não admira: são afirmações proferidas por quem ajudou, enquanto administrador da Gaianima, aos mais estranhos atos e modelos de gestão municipal, que culminaram na extinção da empresa. Este é o cartão de visita que descredibiliza as afirmações sem sentido que profere para tentar ocultar a sua responsabilidade política", sublinha Eduardo Vítor Rodrigues.
O executivo da Câmara de Vila Nova de Gaia é constituído por cinco vereadores do PS, três vereadores independentes (José Guilherme Aguiar, Cândida Oliveira e Valentim Miranda), uma vereadora do PSD, com pelouro e que vota com o PS, e dois vereadores do PSD (Firmino Pereira e Elísio Pinto).
O PSD Gaia, no comunicado de imprensa, refere que o montante do financiamento para pagar a dívida deveria corresponder a um máximo de 17 milhões, dado que a gestão corrente se encontra equilibrada, e acusa o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Vítor Rodrigues, de querer criar uma "almofada financeira" para utilizar de acordo com o calendário eleitoral, ao querer pedir dois empréstimos no valor de 34,9 milhões de euros.
A autarquia propõe que sejam adjudicados dois empréstimos de médio e longo prazo, no montante de 17,4 milhões de euros, cada um, à Caixa Geral de Depósitos e ao Banco Santander.
O saneamento permitirá pagar, entre outros, cerca de 18 milhões de dívidas, que Vítor Rodrigues herdou do anterior executivo, incluindo não só os 14 milhões relativos ao caso da VL9 (via de ligação à Ponte do Infante, no Porto, também chamada de Avenida D. João II), que remonta a 2002, mas também 1,1 milhões de outros processos perdidos em tribunal.
A câmara quer ainda incluir, no saneamento financeiro, os 3,6 milhões de euros que terá de pagar de indemnização à Cimpor por causa de um processo que remonta a janeiro de 2003, quando a autarquia proibiu o acesso de camiões aos silos da empresa, junto às Devesas.
O processo, depois de ir à reunião da Câmara de Gaia, vai ficar a aguardar a aprovação em Assembleia Municipal e pelo Tribunal de Contas.
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