Portugal "vai pelo mau caminho" se não entender papel da Madeira
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou hoje que Portugal "vai pelo mau caminho" caso não seja capaz de entender o papel estratégico desta região autónoma no contexto do Atlântico.
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Política Albuquerque
Falando na sessão de abertura do Dia do Empresário da Madeira, promovido pela Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), o governante madeirense destacou que esta região "está numa posição central para a afirmação atlântica de Portugal".
Na opinião de Miguel Albuquerque, a Madeira "pode constituir-se como um arco para a captação do investimento, para o posicionamento e difusão das empresas em todas as áreas, de conexão entre os continentes norte e sul-americano, o Magrebe e África", rematando: "Isto é importantíssimo perceber e se Portugal não perceber vai pelo mau caminho".
O chefe do executivo insular defendeu também ser necessário "mudar o discurso nacional", argumentando que "tudo tem gerado à volta dos pequenos interesses e das pequenas corporações que estão à volta do Estado".
Albuquerque opinou ainda que "o porto de Sines pode ser determinante [para as relações comerciais] com os Estados Unidos", vincando que a Madeira reúne as "condições para funcionar com um ângulo de internacionalização da economia portuguesa e da economia europeia no espaço Atlântico".
O governante insular considerou que existe uma interiorização do que classificou de "falso discurso europeu", de "autoflagelação", mencionando que "toda a gente fala que a Europa coitadinha, que está com uma grande crise", afetada pela conjuntura mundial.
"Isso não é assim. O que está em crise é a Europa, o resto do mundo não está em crise (...). Uma coisa é a ficção e outra coisa são os números", sublinhou.
O líder insular realçou que "a Europa corre o risco de deixar de ser importante para o mundo, de desintegrar-se", mencionando que enfrenta, entre outros problemas, o do decréscimo demográfico.
"Quando a Europa fala da crise, fala da crise da Europa, não do mundo", sublinhou.
Na opinião de Miguel Albuquerque, "o Governo não percebe nada e não quer perceber nada de economia e de emprego e quanto menos se meter nisso melhor é".
Para o chefe do executivo madeirense, "o Estado e os poderes públicos têm de saber é quais são as condições que oferecem para as empresas trabalharem melhor e com custos de contexto mais baratos e competitivos".
Albuquerque destacou que "os governos sempre têm de saber é para onde querem ir e qual o caminho", concluindo que "na Madeira, o caminho é muito claro", apostando cada vez mais em ser uma "região cosmopolita e atlântica".
Por seu turno, a presidente da ACIF, Cristina Pedra, defendeu a necessidade de "reformas estruturais" para tornar a ação empresarial mais eficaz, considerando a retoma do Simplex uma medida "positiva" e salientando ser preciso "reformar o próprio Estado".
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