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BE questiona Governo sobre atraso nas obras nos sinos de Mafra

O Bloco de Esquerda (BE) afirmou hoje que "não é aceitável" que as obras de requalificação dos sinos de Mafra sejam adiadas por processos burocráticos e questionou hoje o ministro da Cultura num requerimento entregue no parlamento.

BE questiona Governo sobre atraso nas obras nos sinos de Mafra
Notícias ao Minuto

17:11 - 09/03/18 por Lusa

Política Requalificação

"Sendo consensual tanto o valor patrimonial dos carrilhões, como a gravidade do seu estado de degradação, não é aceitável que esta obra possa ser longamente adiada por processos burocráticos entre organismos do governo", refere o deputado do BE Jorge Campos, na pergunta que entregou na Assembleia da República.

No documento, o BE questionou o ministro da Cultura sobre "os reais perigos do atual estado de degradação dos carrilhões", os prazos para o início e conclusão da empreitada já adjudicada e sobre as possibilidades de sinos e carrilhões voltarem a tocar.

O Ministério das Finanças esclareceu hoje que não tem pendente qualquer despacho em relação às obras dos sinos e carrilhões do Palácio de Mafra, no distrito de Lisboa, depois de ter autorizado a verba de 1,5 milhões de euros do Fundo de Salvaguarda do Património Cultural.

Na quinta-feira, a DGPC explicou à agência Lusa que "a resposta ao pedido de envio de documentação feito pelo do Tribunal de Contas a 19 de dezembro aguarda somente pela conclusão de formalismos processuais e autorizações que não estão na dependência do Ministério da Cultura, relacionados com a mudança do ano económico e com a Lei do Orçamento".

De acordo com explicações do Tribunal de Contas (TdC) à Lusa, o visto do tribunal, necessário para o início das obras, foi pedido a 02 de novembro, mas está pendente desde 19 de dezembro, data em que pediu mais elementos à DGPC.

Em setembro de 2015, foi lançado um concurso de dois milhões de euros para o restauro, mas as obras ainda não começaram, por carecerem do visto do tribunal.

Na semana passada, DGPC e a Proteção Civil Municipal interditaram a circulação pedonal em frente às torres do Palácio Nacional de Mafra para evitar acidentes decorrentes da queda de sinos ou outras estruturas, devido ao mau tempo.

Desde 2004, que os sinos, alguns a pesarem 12 toneladas, são presos por andaimes, solução provisória para garantir a sua segurança e das estruturas de suporte, em madeira, que estão apodrecidas, assim como das pessoas que circulam em frente ao palácio.

Por isso, foram classificados como um dos "Sete sítios mais ameaçados na Europa" pelo movimento de salvaguarda do património Europa Nostra.

Os dois carrilhões e os 119 sinos, que marcam as horas e os ritos litúrgicos, constituem o maior conjunto sineiro do mundo, sendo, a par dos seis órgãos históricos e da biblioteca, o património mais importante do palácio.

Em 2017, o palácio, no distrito de Lisboa, foi visitado por 377 mil pessoas.

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