Foodfriends, a app candidata aos lugares do Tinder e do TripAdvisor
Em entrevista ao Tech ao Minuto, o fundador da foodfriends tece considerações sobre aqueles que são os seus principais concorrentes.
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Tech Objetivo
Ainda que tenha um conceito especial, a foodfriends divide mercado com outras aplicações que, mesmo que tenham um propósito algo diferente, podem vir a entrar no caminho traçado por Jan Marks, um dos criadores da app com quem o Tech ao Minuto conversou pelo Skype.
O objetivo da aplicação foodfriends é tornar-se um canal de comunicação entre restaurantes e clientes permitindo, por exemplo, aos restaurantes comunicar que têm um prato especial disponível que seja do agrado das pessoas com interesse naquela culinária específica. “No final, somos um ‘marketplace’”, afirmou Marks. “Temos de trabalhar muito em aumentar o número de descarregamentos e utilizadores, criar uma comunidade de pessoas que goste de comer fora, juntar restaurantes e uni-los. É assim que adicionamos valor a este mercado”.
A foodfriends parece ter pensado em tudo. incluindo os utilizadores no centro da experiência da aplicação. Neste ponto, muitos poderão ver a foodfriends como um concorrente direto de outras grandes 'players' de guias e reservas de restaurantes como o TripAdvisor ou a OpenTable. Jan Marks considera que comparar a foodfriends com essas grandes aplicações seria “pretensioso” da sua parte, uma vez que falta muito caminho a percorrer até chegar a esse patamar e, no caminho, fechar a primeira ronda de investimento na empresa. Não obstante, Marks conta ter qualquer coisa a dizer neste mercado.
“O impacto da internet móvel para esta indústria está apenas no início. Estamos a ver a primeira parte desta revolução que a indústria hoteleira viu por volta dos anos 90, quando o Booking foi lançado. Nessa altura a internet por desktop adicionou muito valor e uniu turistas e hotéis. Os restaurantes ficaram excluídos nessa altura, porque a reserva é feita de forma mais espontânea mas, agora que a internet está no bolso de todos, é a verdadeira oportunidade”, apontou Marks.
Sobre aqueles que seriam considerados à partida a sua concorrência, Marks nota que a comunidade que se criou no TripAdvisor - “sem dúvida o líder”– ainda tem algumas “deficiências”. Isto sobretudo no que diz respeito ao conjunto de utilizadores que nem sempre é a mais saudável ou tem a melhor das relações com os restaurantes. “[Alguns bloggers] fazem quase chantagem com restaurantes, que têm de lidar com utilizadores que usam o seu rating [no TripAdvisor] para receberem tratamento especial”.
Já no que diz respeito a outros ‘players’ como a OpenTable ou o TheFork, Jan Marks admite que a foodfriends “pode ser uma concorrente”. “Temos um muito bom ponto de partida. Acredito fortemente que podemos equilibrar o impacto social de comer com outras pessoas”, aponta. “Não queremos criar o derradeiro e perfeito pacote tecnológico para restaurantes, mas sim criar a comunidade certa e os dados certos que ajudem os restaurantes a ter mais negócio, ao mesmo tempo que ajudamos os utilizadores a encontrar o local que procuram. Acho que temos uma boa hipótese”.
O Tinder está a fazer-me um grande favor e ao mesmo tempo é uma grande ameaça
Entre toda a possível concorrência para a foodfriends, Marks mostrou-se mais preocupado com o Tinder, algo irónico tendo em conta que no início foi a aplicação com que foram tecidas comparações. “O Tinder está a fazer-me um grande favor e ao mesmo tempo é uma grande ameaça”, explicou o fundador da foodfriends.
“O Tinder abriu o mercado para nos encontrarmos com pessoas que nunca conhecemos. Entraram neste mercado do ângulo erótico e todos sabemos que o Tinder é utilizado com este objetivo, até tem o logótipo com a chama. A julgar pelo discurso no Web Summit [do CEO, Sean Rad] o Tinder está a caminhar na direção do que nós estamos a fazer, nomeadamente criar eventos sociais e permitir que as pessoas se conheçam”, indicou Marks.
O primeiro semestre do ano promete ser crucial para a foodfriends, cujo objetivo principal de momento é reunir o maior número de utilizadores e descarregamentos. A intenção é mostrar a restaurantes – e também a investidores – que a aplicação é capaz de proporcionar um aumento do volume de negócio significativo e gerar receita para restaurantes e uma boa experiência.
Jan Marks mostra-se otimista para o futuro, indicando que tem “bons contactos” e que se encontra em “negociações iniciais com ‘business angels’” que podem investir na aplicação. “Ficaria também muito feliz se encontrasse alguém em Portugal que se juntasse a nós. É um país de amantes de comida e há aí uma comunidade muito ativa”, afirmou Marks.
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