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"Doença não me impede de dançar. Apenas de fazê-lo de forma mais física"

São 43 anos de carreira, 23 dos quais a liderar uma companhia de dança. Olga Roriz é um nome que estará sempre associado à promoção da cultura portuguesa, tanto cá dentro como a nível internacional.

"Doença não me impede de dançar. Apenas de fazê-lo de forma mais física"
Notícias ao Minuto

27/12/18 por Andrea Pinto

Cultura Olga Roriz

Aos três anos o seu interior já lhe dizia o que queria ser. De tal forma que, anos mais tarde, quando teve de escolher, não hesitou em optar pela dança em detrimento das filhas. Isso não a impediu de se tornar no orgulho das mesmas, motivo pelo qual não se arrepende das escolhas que fez.

Com mais de 40 anos de carreira, diz que nunca teve tempo para sonhar porque aquilo que gostava de fazer foi sempre a realidade com que viveu. A sorte de estar “no momento certo, à hora certa”, a somar a muito trabalho, ajudou-a a tornar-se na mais conceituada bailarina portuguesa, com um percurso que inclui passagens pela Companhia de Dança de Lisboa e o Ballet Gulbenkian. Mais tarde, criou mesmo a sua própria companhia de dança. 

Em 2015, o destino decidiu pregar-lhe uma rasteira: o diagnóstico de uma doença autoimune obrigou-a a parar. O pensamento da morte assolou-a, mas hoje reconhece que o trabalho a impede de pensar nisso. Mais, a “doença não me impede de fazer o que mais gosto, impede-me apenas de assumir um lado físico ao nível profissional”, esclarece a mulher que não precisa de música para dançar. 

A entrevistada do Vozes ao Minuto de hoje é a bailarina e coreógrafa Olga Roriz.

Foi aos três anos que veio para Lisboa, vinda de Viana do Castelo, para se dedicar à dança. A certeza de que era este o seu futuro era assim tanta para uma mudança destas em tão tenra idade?

Quando nasci não tinha influência da minha mãe, nem do meu pai, da sociedade, família, ou da escola... Com três anos não estava assim tão influenciada que possa dizer que foi a família que me fez optar por este caminho. Havia em mim já uma vontade de comunicar pelo corpo, pelo gesto, pelo movimento. Era uma coisa que já estava em mim. Não há volta a dar. Não há que pôr mais poesia na coisa.

E não tinha nada a ver com a música porque com a maior parte das crianças põe-se uma música e elas começam a dançar. A infância leva-nos para alguns sítios onde já não queremos estar quando somos adultos, altura em que os corpos começam a ficar fechados. No meu caso, não era assim. Eu não precisava de música para dançar. Havia aqui uma comunicação muito de dentro para fora. Era intrínseco.

Até com o silêncio podia dançar?

O silêncio ou o não silêncio, não é isso que interessa. É algo interior porque temos sempre a nossa batida do coração e todos os fluídos que temos cá dentro. Nós temos um ritmo interno, máquinas todas a trabalhar 24 horas por dia. Lembro-me de procurar músicas mas sei que não era esse o estímulo principal. Era mesmo eu.

E hoje, continua a ter a certeza de que escolheu o caminho certo ou há algo que mudaria neste percurso?

Não. A sensação que tive ao longo da minha vida é que nunca tive sonhos, sonhos no sentido de ‘Ai gostava tanto de ser isto ou fazer aquilo’. Como comecei com isto da dança desde muito pequena, tudo isso foi uma realidade constante para mim. Aos três anos vim com a família para Lisboa, aos quatro estava numa escola de dança e aos oito já estava no teatro de São Carlos. Não sonhava com nada, estava sempre a produzir e a trabalhar para aquilo que queria fazer. Ao longo da vida, depois, é óbvio que há coisas que têm de se deixadas para trás, a nível afetivo, familiar, mas isso vai tudo à minha frente. O que me faz sentir viva é este meu estar. Fosse com a dança ou fosse com outro tipo de arte – teatro, fotografia, pintura, escultura – seria uma forma de eu me encontrar esteticamente no mundo.

Obviamente que depois tive o privilégio de estar [na área] na mesma época que o Jorge Salavisa no Ballet Gulbenkian, em que houve uma mudança de uma companhia Neoclássica para Contemporânea, que era o que eu queria fazer. Ou seja, também fui apanhando as coisas certas à hora certa, no sítio certo e o percurso foi todo muito linear. Depois há umas filhas, uns maridos, uns namorados que se deixa para trás. Mas não me arrependo de nada.

Não me arrependo de deixar as filhas para trás porque agora, sim, tenho duas filhas que gostam muito de mim Disse que a sua família a apoiou muito neste percurso mas em contrapartida que houve coisas que teve de deixar para trás. Não se arrepende de não ter sido mais presente no campo familiar, tal como a sua família foi consigo?

Não. De todo. As minhas próprias filhas dizem ‘Oh mãe, ainda bem que tu decidiste naquele momento deixar-nos para trás e avançar e agora somos muito orgulhosas de ti e queremos ter uma mulher feliz, resolvida e no sítio onde quer estar e com a importância que tem’. Acho que todas a mulheres não se deviam esquecer disso: as mães também têm o direito de fazer a sua vida. Não têm de ficarem em casa, mal dispostas, contra a sua própria vontade a tratar dos filhinhos e achar que estão a fazer tudo bem. Depois os filhinhos crescem e não gostam das mães. As mães também têm o direito de fazer a sua vida. Não me arrependo de deixar as filhas para trás porque agora, sim, tenho duas filhas que gostam muito de mim.

Atualmente, com a mudança do papel da mulher na sociedade, seria mais fácil construir a sua carreira?

Felizmente não senti essa pressão. Dentro do meu ambiente familiar tinha um bom exemplo. A minha mãe e o meu pai faziam as mesmas coisas: os dois trabalhavam, os dois cozinhavam, os dois lavavam a loiça... Eu quando saí de casa achei que os homem eram todos assim [risos].

O meu problema nesse sentido que está a dizer não é tanto aquilo que possa ter sentido ou vivido, mas aquilo que vejo à minha volta. Nós não somos só nós e o problema é o que se passa à volta e aquilo que às vezes via não era muito bom. Quando estava no Ballet Gulbenkian senti algumas dificuldades e é óbvio que agora penso duas vezes e questiono se a dificuldade que tive foi só porque era muito nova, por inveja ou por ser mulher. Entrei com 20 anos e aos 24 já era coreógrafa e já estava à frente dos meus colegas, incluindo daqueles que eu admirava. Prefiro acreditar [que as dificuldades que senti] eram por inveja porque era muito nova e tinha algum talento e já estava ali numa posição privilegiada. Se fosse homem não teria sentido este ou aquele impedimento? Pois, não sei. Prefiro achar que era por ser muito nova e estar neste sítio.

Mas sentiu isso em termos familiares. Já contou, por exemplo, que no primeiro casamento, tanto o marido como os sogros achavam que depois de casar ia deixar o bailado para se dedicar à família.

Ah, sim, isso aconteceu. Mas demorei dois dias nessa casa. Liguei ao meu pai a dizer ‘Por favor, vem-me buscar que houve aqui um engano’ e vim embora [risos]. Não havia dúvida nenhuma do que eu queria ser e de todo o sacrifício que a minha família fez por mim.

Para eles, uma artista não era uma profissão, uma bailarina não seria profissão. O lugar da mulher seria em casa. No segundo caso, com a minha segunda filha, já não tive esse problema.

No primeiro caso, na altura, ainda estava no final da escola, já fazia algumas peças com o Ballet Gulbenkian como estagiária mas ainda nem sequer tinha contrato, uma casa, era muito nova. E pensei ‘Não, esta criança tem de ficar aqui porque vai ficar muito mais protegida do que andar comigo com a inconstância em que eu estava na altura. Não pensei duas vezes [em deixar a minha filha]… Quer dizer, é óbvio que pensei. Aliás, entrei em pânico. Nesse momento em que estou muito bem com a minha família, filha, marido e quando me dizem uma coisa daquelas... entrei em pânico. Como é possível eu estar a ouvir uma coisa daquelas. E saí o mais rapidamente possível.

Chegou a dizer que o palco é o local onde poderia viver. Não será o palco demasiado pequeno para o talento e criatividade de Olga Roriz?

Não sei se o talento e a criatividade que tenho são muito ou pouco. O que acho é que essa criatividade, essas ideias, o que tenho na minha cabeça e que quero pôr em ação não tem um espaço, não é uma coisa que se mede por metros. Não penso nesse sentido. Posso pôr algo em prática num metro quadrado. O palco cabe muito bem para mim como outros palcos alternativos também. Falo de um palco no sentido em que é um lugar privilegiado para o encontro com o público. Uma pessoa senta-se numa plateia e esquece que há não sei quantos técnicos, iluminadores, técnicos de som e que há uma tecnologia toda por trás que faz com que possamos viajar e sonhar quando estamos a ver um espetáculo. Esse palco é muito mais do que só uma caixa preta.

A minha própria criação é o sítio maior. É o sitio onde me sinto total como artistaE gosta mais do palco enquanto bailarina ou como coreógrafa?

Os dois. É indiferente. Sendo indiferente por um lado, por outro são coisas muito distintas. Quando estou de fora, todo o meu gesto está lá dentro. Não preciso de estar no palco para passar o gesto aos bailarinos, mas é algo um pouco exterior a mim. Quando estou de fora, fica tudo nas mãos deles e é por isso que sou muito picuinhas, exigente. Os ensaios são muito rigorosos, não gosto de ter surpresas. De resto, o espetáculo é aquilo que saiu aqui do estúdio.

Quando estou a dançar é a junção das duas coisas. Estou lá como coreógrafa, como pessoa que imaginou e criou, mas ao mesmo tempo como o veículo ‘para’. Sou também a intérprete. Como sabe, já não danço há alguns anos, uns quatro, e estou um bocadinho fora… Tenho vontade de voltar mas não estou ainda pronta. Mas penso que isso irá acontecer. Estar a dançar a minha própria peça é uma situação muito, muito especial. A minha própria criação é o sítio maior. É o sitio onde me sinto total como artista. Quando estou a coreografar de fora há uma parte de mim, que é o meu físico todo, que não está lá. 

Em 2015 a vida pregou-lhe uma partida. Foi diagnosticada com uma doença autoimune e disse na altura que todos os dias pensava na morte. Ainda assim é?

Uma pessoa apanha um susto, não é? De repente, é toda uma medicação que tem de se tomar, todos os dias a ir para o hospital. Se não pensas na morte naquela altura é porque és um pouco alienada. Sou uma mulher forte e tenho muita coisa que fazer, muito em que pensar, felizmente.

Às vezes digo: ‘Ah, apetecia-me chorar um bocadinho, mas não posso porque tenho imensos mails para mandar’. Esta é uma brincadeira minha, mas no fundo é isso. Há algo em mim que me põe apreensiva. Todos os dias tenho o meu tratamento para fazer portanto não é uma coisa de que me esqueça, mesmo que quisesse. Não esqueço as dores que sinto, mas depois começa todo um desfile de imagens à minha frente que me faz viajar para outro sítio.

É possível conviver em harmonia com uma doença que nos impede de fazer aquilo de que mais gostamos?

Sim, porque não me impediu. Quando digo que não consigo dançar é que não consigo dançar profissionalmente porque isso exige muito de mim. Mas todos os dias faço os meus exercícios e o meu corpo tem de se manter. E estou todos os dias em criação aqui com a minha companhia. Estou nos espetáculos, nas direções de cena, tenho a escola sempre em evolução, estou sempre em contacto com os alunos e às vezes dou aulas também. Estou no meu local de trabalho e a fazer o que tenho de fazer. Depois se vou para o palco, ou se não vou para o palco, é outra coisa.

Eventualmente se estivesse bem, e é bom que isto fique claro, mesmo que não tivesse doença nenhuma, também não estaria a dançar. Fiz solos de cinco em cinco anos e estava bem fisicamente. Para ter um solo tenho de ter uma vontade muito própria para fazer um solo e ter um projeto muito especifico. Isso não aparece todos os anos. Não estou para aí virada. Portanto, não é nada de muito especial ter feito um solo em 2013, a ‘Sagração da Primavera’, e estar em 2018 e não ter feito mais nenhum. A única coisa que já não posso fazer a é a ‘Sagração da Primavera’, agora um próximo farei à minha imagem e semelhança. Agora a ‘Sagração’ não posso nem nunca devia ter feito porque aquilo é tão, mas tão violento que é como os médicos dizem “é como ter 30 desastres de carro por minuto”. Isso nada tem a ver com a doença que tenho. É algo físico, era a loucura, mesmo muito violento.

[A doença] não me impede de fazer o que mais gosto. Impede-me, neste momento, de assumir um lado físico ao nível profissional que a mim me interessa

A Companhia Olga Roriz foi criada em 1995. O que trouxe de novo ao panorama cultural português?

Na altura não pensava nesses moldes. O que acontecia é que estava como diretora da Companhia de Dança de Lisboa e tive de sair por razões pessoais. A continuação lógica para mim não era voltar à Gulbenkian mas sim continuar a trabalhar com o mesmo grupo de bailarinos que queria continuar também comigo. Então foi uma continuação lógica.

Depois os ecos, são ecos que não têm a ver comigo mas com outros coreógrafos que também fizeram o mesmo, como é o caso de Paulo Ribeiro, o Rui Horta e outros agora mais jovens que conseguem ter a sua companhia, o seu grupo, e onde conseguem desenvolver o seu trabalho porque se não como é que nós fazíamos?

Penso que é super importante cada um manter o seu grupo e ter esta possibilidade também para o público ver que há coisas alternativas, que não são só a dança da Companhia Nacional de Bailado. Cada um de nós tem o seu estilo, método de trabalho, linguagem e o público também vai evoluindo porque vê que há coisas que podem ser assim, mas também podem ser de outra forma, que há termos de comparação. O público também cresce e há também o mercado de trabalho que se vai escoando para os nossos bailarinos e para os estrangeiros também. No meu caso só tenho portugueses, que vão existindo.

É importante uma lufada de ar fresco, oxigénio novo nas companhias para os duques não se congelarem e não se fecharem em si

A opção de trabalhar só com bailarinos portugueses é uma opção pessoal?

Não. Mas estamos em Portugal, não é? Há muitos bailarinos portugueses e isso dá jeito. O que acontece com os bailarinos estrangeiros, salvo raras exceções, quando têm contratos de trabalho vêm fazer a peça, uma ou outra digressão, e depois vão-se embora. Porque eles não podem manter-se aqui, a menos que queiram. Há alguns que se foram mantendo em Portugal mas a maior parte vai e vem.

É importante uma lufada de ar fresco, oxigénio novo nas companhias para os duques não se congelarem e não se fecharem em si. Mas ao mesmo tempo também acho muito importante a evolução que se pode ter ao trabalhar com o mesmo grupo, que é o que tenho vindo a fazer. De qualquer modo, estou sempre aberta. Ainda há dois anos entrou a Beatriz Dias e o Francisco Rolo, estagiários novos, entraram os dois com 19/20 anos, e são neste momento uma lufada de ar fresco na companhia e isto vem abrindo o mercado aos portugueses primeiro. É muito bonito poder ter uma companhia toda portuguesa. Não sou contra estrangeiros, de todo, só que não é tão fácil conseguir fazer um acompanhamento tão bom ao nível do seu trabalho.

Tenho pena ou sinto que não consigo fazer mais do que aquilo que já fiz por não ter um espaço de apresentação ao públicoFoi condecorada como a personalidade do mundo das artes que mais ativamente participou na produção, promoção e divulgação culturais. Sente que exerceu a sua função ou ainda há algo que esteja por fazer?

Tenho exercido, sim, mas como ainda não acabei ainda há coisas por fazer. Tenho pena ou sinto que não consigo fazer mais do que aquilo que já fiz por não ter um espaço de apresentação ao público. Tenho um espaço de trabalho, mas se me quero apresentar tenho sempre de ir para o teatro. Acho que esta companhia, mesmo em Lisboa, podia ter uma regularidade de apresentação muito maior se não tivesse de recorrer por exemplo ao espaço do Teatro Camões, que tem 800 lugares e que em dois ou três dias fica completamente esgotada a possibilidade de continuar a ali estar. Não posso estar ali a apresentar a minha companhia sistematicamente.

Portanto, não é preciso ser um teatro, pode ser um armazém. Fazemos muitas apresentações pelo país fora e algumas no exterior, mas em Lisboa sinto sempre essa falta. Faço o que posso fazer aqui na minha companhia, mas isso é até onde posso ir. Não é por falta de ter projetos ou de crer fazer coisas, é por essa falta de possibilidade de um espaço.

Falta algum tipo de apoio, por exemplo do Estado, para tornar real este espaço de que fala?

Acho que se falou há uns tempos, sobretudo aqui em Lisboa, de um espaço mais para a dança, um espaço de apresentação de várias companhias, mas que não tivesse aquela dimensão dos grandes teatros e que fosse apoiado pelo Estado. Não estou a falar de uma coisa que fosse só minha. Seria para um grupo de pessoas que representassem esse sítio. Não me importava de estar com um Francisco Camacho, uma Clara Andermatt ou a Vera Mentero, e ter um espaço onde realmente poderíamos apresentar-nos regularmente. Não é preciso ser um espaço para cada um. No espaço do porto de Lisboa há muitos armazéns... Mas isto depois ficou em nada.

Como seria um bailado inspirado em Olga Roriz?

Não faço ideia… [silêncio] Se alguém fizer isso, não serei eu, de certeza. Não será muito interessante, penso eu. Quer dizer, às vezes também me inspiro em coisas que não parecem interessantes e depois saem grandes coisas dali. E o vice-versa também acontece. Em cada criação que faço está um bocado de mim. Não digo que seja autobiográfico, porque não o é, mas está sempre um pouco de mim. Além de lá estarem os meus bailarinos, eu também estou sempre lá. Há sempre uma linguagem que é muito própria, uma maneira de estar que é muito própria.

E aquilo que a inspira hoje em dia ainda é o mesmo que a inspirava quando começou?

Eventualmente é capaz de ser o mesmo mas visto de maneiras diferentes. A vida, os seres humanos, o que é que estamos a fazer aqui, o poder da frase de um poeta, um enquadramento de um cineasta, isto foi, desde o início, aquilo que me influenciou e me inspirou. Também a rua, as pessoas reais, os meus próprios bailarinos e eu, aquilo que sinto cá dentro a cada momento que faço uma peça é sempre muito importante porque sai qualquer coisa. Vou crescendo, vou sabendo mais coisas, e também vou sabendo que cada vez sei menos coisas. Mas a pessoa está cá sempre. É uma procura constante. E é o achar que nunca está bem feito e isso é muito bom porque no momento em que tiver segurança é melhor não fazer mais nada. É uma procura constante. Acho que acaba por ser a mesma coisa [a inspirar-me], mas com outro olhar. 

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