"O CDS não pode ser a Direita de que a Esquerda gosta"
Francisco Rodrigues dos Santos, o candidato mais jovem à liderança do CDS, é um dos entrevistados de hoje do Vozes ao Minuto.
© Francisco Rodrigues dos Santos
Política Francisco Rodrigues
Tem 31 anos, é líder da Juventude Popular (JP) e quer suceder a Assunção Cristas na liderança do CDS Advogado de profissão, 'Chicão - como é conhecido no partido -, foi distinguido pela Forbes como um dos 30 jovens mais brilhantes, inovadores e influentes da Europa, na categoria de Direito e Política, por ter ajudado a JP a alcançar 20 mil filiados e ter duplicado o número de membros eleitos nas eleições autárquicas. Agora, lança-se à conquista do partido, defendendo que - "depois do pior resultado eleitoral da sua história" -, cabe ao CDS "recuperar a credibilidade e coerência" perdidas nos últimos anos.
"Se não se assumir descomplexadamente como um partido de Direita, assente no personalismo e no humanismo, tributário da democracia cristã, o CDS não terá uma marca distintiva no espaço político, e não passará de um partido de meias tintas", diz em entrevista ao Notícias ao Minuto, afirmando ter "orgulho em ser conservador".
Francisco não se revê, contudo, na ideia de que representa a ala radical do CDS como frequentemente é rotulado, argumentando ser apenas fiel à "linha oficial" do partido. "Por que motivo hei-de eu ser considerado radical, ou ultraconservador, se não digo nem mais nem menos do que o CDS sempre disse? Será que, dentro do CDS, serei eu o excêntrico?", questiona.
São cinco os candidatos à liderança do CDS. Isso é revelador do estado ao que o partido se encontra. Desunido e à deriva. Concorda?
Não. É revelador de que o partido tem consciência da gravidade do momento que atravessa - obteve o pior resultado eleitoral da sua história- , percebe que tem de refletir e corrigir as causas deste fracasso e sabe que só devolvendo credibilidade e coerência ao CDS se pode recuperar o património conquistado sob cerco e debaixo de fogo: a âncora da Direita no regime, a fronteira de todos os extremismos, o porto seguro dos valores da democracia-cristã. Em poucas palavras, um partido de compromisso e de governo. Ora, deste processo de reflexão surgiram cinco candidaturas à liderança, 12 moções de estratégia e mais de 1.500 inscritos para participar nas grandes decisões do próximo Congresso o que, indiscutivelmente, é não só um sinal de vitalidade interna, mas sobretudo um sinal claro de afirmação e reconhecimento da importância do papel do CDS no quadro político atual.
Se não se assumir descomplexadamente como um partido de Direita, assente no personalismo e no humanismo, tributário da democracia cristã, o CDS não terá uma marca distintiva no espaço político, e não passará de um partido de meias tintas
O que é que aconteceu para o CDS ter chegado a este ponto, reduzido a cinco deputados? Atribui culpas a Assunção Cristas?
Tenho afirmado que o partido caiu na tentação de renunciar ao que é, impedindo que o identificassem. Não se percebeu a sua marca distintiva e o eleitor tomou o CDS por indiferente e, consequentemente, por inútil. Sendo inútil, não mereceu, naturalmente, a confiança dos eleitores.
Um partido que pretende agradar a todos tem certamente nessa estratégia o caminho certo para não agradar a ninguém: mais do que procurar ideias para os votos, o CDS tem de procurar votos para as suas ideias, combatendo as políticas socialistas no espaço da direita democrática e moderada e só daí tentando conquistar o centro. Se não se assumir descomplexadamente como um partido de Direita, assente no personalismo e no humanismo, tributário da democracia cristã, o CDS não terá uma marca distintiva no espaço político, e não passará de um partido de meias tintas.
Mas que avaliação faz da liderança de Assunção Cristas? Houve uma altura em que ambicionou ser primeira-ministra, depois daquele resultado em Lisboa. Foi ambição a mais?
Assunção Cristas dedicou-se com empenho à missão de liderar o CDS numa altura exigente. Mostrou determinação e combatividade e foi uma voz firme de oposição ao socialismo, no Parlamento e na cidade de Lisboa. Não creio que afirmação e o crescimento do CDS dispensem ambição, mas parece-me que se prescindirmos de firmeza na escolha do caminho, dificilmente chegamos ao objetivo.
Em que altura começou a sentir que o caminho trilhado não iria ser o melhor para o partido? Há algum momento-chave?
Houve vários momentos e, enquanto presidente de uma organização autónoma do partido (a JP), sempre procurei oferecer, através da minha ação política e dos contributos que dei internamente, uma agenda e um discurso focados em propostas claras em várias matérias, designadamente na área do ambiente, do combate à corrupção, do abandono escolar ou da precariedade laboral, só para citar algumas.
Não cultivei a fragmentação nem a divisão do partido, não trouxe as minhas divergências para os jornais, exerci com lealdade institucional e não estou aqui porque posso reclamar o capital de uma divergência afirmada com calculismo, mas porque entendendo genuinamente que o CDS precisa, com seriedade, e através de uma mudança tranquila, de se reinventar e de se reencontrar e de dar espaço a uma nova energia, de produzir um efeito de novidade que seja capaz de devolver a esperança aos militantes e que faça os eleitores 'voltar a acreditar' no CDS.
O CDS não pode ter receio de afirmar o que pensa e o que propõe, nem ser escravo do politicamente correto e, sobretudo, não pode querer ser a Direita de que a Esquerda gosta
Afirmou, em entrevista ao Sol, que o "CDS andou perdido de si mesmo" e que "teve um distúrbio de identidade". O que é que fez com que isso acontecesse? É prejudicial ao CDS ser visto como o parceiro natural do PSD?
Acho que o CDS tem de ser aquilo que os eleitores do CDS esperam que o CDS seja. O CDS não pode ter receio de afirmar o que pensa e o que propõe, nem ser escravo do politicamente correto e, sobretudo, não pode querer ser a Direita de que a Esquerda gosta. O CDS tem 45 anos de história, tem tido um papel inalienável na construção da nossa democracia, tem uma marca, um rótulo, uma identidade e um património incomparável com o de qualquer outro partido. A sua afirmação tem de assentar nessa identidade e nos traços distintivos que fazem do CDS um partido único. Se quiser ser qualquer outra coisa, igual ao que já existia ou ao que passou a existir, o CDS perderá utilidade.
Com o Francisco na liderança,o CDS não servirá de muleta a nenhum partido, já afirmou. Quer isso dizer que, apesar do "espírito de diálogo", exclui acordos com todos os partidos, em todas as circunstâncias?
Não excluo nenhum acordo nem nenhum entendimento que viabilize as propostas e as medidas que o CDS defende e estou disponível para encontrar consensos, contanto que eles se formem em torno das nossas ideias e não das ideias dos outros. O que não quero é um CDS que abdique da sua identidade e da sua soberania a troco de um punhado de elogios que raramente se traduzem em votos, e não aceito um partido subserviente, refém das agendas dos seus adversários, nem um partido concessionário de outro que ora se afirma de Esquerda ora se quer aliar à Direita.
Como é que vai fazer jus ao lema da campanha ‘voltar a acreditar’? Com que ações concretas?
Devolvendo credibilidade, coerência e credibilidade ao CDS. Respeitando a nossa doutrina, e através da nossa chave de pensamento, propondo soluções concretas para o dia a dia dos portugueses: um pacote de políticas de apoio à família, em linha com o que se faz em países que apresentam maiores índices de desenvolvimento humano; um projeto de revisão constitucional que reforme o atual sistema político e eleitoral, que garanta efetiva representatividade e que devolva aos eleitores a última palavra na escolha dos seus deputados; uma proposta de alteração ao sistema fiscal que, por um lado, incentive as famílias e as empresas a fixarem-se nas regiões mais desfavorecidas e que promova a coesão territorial e que, por outro, equilibre em definitivo a relação entre quem tem o dever de pagar impostos e quem tem o poder e os cobrar; a construção de um documento que garanta uma ação concertada na área do ambiente e garanta aos nossos filhos e netos o equilíbrio natural do planeta; a elaboração de um novo contrato social que seja um testemunho de confiança e solidariedade entre gerações; a defesa de uma reforma equilibrada do nosso sistema de Justiça, que ponha fim aos privilégios dos mais poderosos. Numa palavra, assumindo a responsabilidade de procurar votos para as nossas ideias e não ideias para os votos.
Ao nível interno, o CDS tem de fazer uma transição digital e permitir que cada um, independentemente da sua circunstância, possa ter uma voz audível no partido e participar nos processos de decisão. Faz cada vez menos sentido que a militância das nossas bases e dos nossos quadros esteja condicionada à proximidade ao Largo do Caldas, pelo que desenvolveremos um conjunto de plataformas e ferramentas que aproximará o partido e lhe permitirá funcionar verdadeiramente em rede. Não tenho uma dúvida de que, fazendo este caminho, os militantes e os eleitores do CDS vão ‘voltar a acreditar’.
A pretensão de ocupar também o espaço à nossa direita, ou de copiar o Chega ou o Iniciativa Liberal, seria outro erro descomunalO surgimento do Chega e do Iniciativa Liberal veio roubar votos ao CDS. Teme esses partidos?
Creio que essa questão se tem posto ao contrário. O ponto é o de saber em que medida é que esses partidos replicam segmentos do discurso tradicional do CDS e, mais importante, onde se afastam radicalmente desse discurso. Neste ciclo eleitoral, efetivamente, o Chega e o Iniciativa Liberal disputaram com o CDS o seu eleitorado tradicional e estou convencido de que boa parte do seu sucesso se deveu não tanto às suas propostas 'inovadores' ou diferenciadas, mas antes à forma como agarram bandeiras que o CDS ou abandonou ou deixou de defender com eficácia. A reafirmação e o reposicionamento do CDS que proponho, numa linha de fidelidade aos seus valores de sempre, permitirá o reencontro desse eleitorado com o partido.
Haverá, naturalmente, um espaço à Direita do CDS, representado pelas inúmeras propostas que qualquer desses partidos apresenta e defende e que contrariam a nossa declaração de princípios, para ocupar e que não é o nosso. Até aqui, este espaço não tinha representatividade parlamentar, e por isso dizíamos que à direita do CDS estava uma parede. Mas é através desse reposicionamento, focado na nossa matriz, que o CDS tem de se afirmar, crescendo da Direita em direção ao centro. A pretensão de ocupar também o espaço à nossa direita, ou de copiar o Chega ou o Iniciativa Liberal, seria outro erro descomunal.
É defensor de uma “nova direita”. Isso significa exatamente o quê?
A nova direita é a direita das pessoas, humanista e personalista, que põe o Homem no centro da ação política e que, por isso, defende intransigentemente a dignidade da pessoa humana, as suas liberdades e a seu desenvolvimento social e afetivo no espaço da família. É uma Direita descomplexada, que não tem medo de dizer o que pensa e que não pede licença à Esquerda para se fazer ouvir. O CDS tem de ser a primavera que a Direita tem de atravessar e recuperar esse legado e esse património que nenhum outro partido pode reclamar.
O CDS não pode cair na tentação de fazer parte do bloco central de interesses, de se transformar numa loja de conveniência, num partido 'catch-all', onde cabe tudo“Se o CDS achar que tem de ser como o PSD aí acho que perde a sua razão de ser e de existir”. Considera que isso tem acontecido ultimamente?
O que digo é que se o CDS optar por ser um partido que quer agradar a todos, sem causas concretas, que despreza a sua marca distintiva e os seus caracteres diferenciadores, ficará uma cópia pobre do PSD, uma espécie de produto de contrafacção e, nesse caso, é expectável que os eleitores prefiram o original à cópia. O CDS não pode cair na tentação de fazer parte do bloco central de interesses, de se transformar numa loja de conveniência, num partido 'catch-all', onde cabe tudo. Tem antes de se afirmar pela sua segurança, pela sua previsibilidade e pela coerência entre as respostas que oferece às pessoas e a sua matriz.
Sublinha, na sua moção, que “o CDS vai ter que fazer muito com pouco no futuro” e que o “exercício da actividade política terá necessariamente que estar subordinada às reais capacidades orçamentais do partido e à equitativa aplicação dos seus recursos”. Houve algum deslumbramento, no passado mais recente?
Não sei se houve ou não deslumbramento. O que sei é que os resultados eleitorais do CDS ditaram uma redução substantiva dos seus recursos e que não é possível governar o partido sem ajustar a despesa à receita actual pelo que, daqui em diante, a sua atividade política implicará escolhas e prioridades, que não podem deixar de reflectir uma equilibrada alocação dos meios, hoje substancialmente mais escassos do que no passado. Propomos, por isso, a introdução de um Director Financeiro na orgânica do CDS que ficará responsável pela gestão e pelo reequilíbrio financeiro do partido.
O que é que o distingue dos restantes candidatos à liderança do CDS?
O partido precisa agora de uma nova energia, de produzir um efeito novidade para devolver a esperança aos portugueses e para fazer os eleitores voltar a acreditar no CDS. Esse efeito consegue-se com uma nova vaga de protagonistas políticos de todas as idades, com uma agenda centrada em dar respostas aos problemas dos portugueses, designadamente na área da educação e da sua promoção a trave mestra da mobilidade social; da defesa de políticas efectivas de defesa da família e do seu tempo de convívio; do combate à desertificação do interior e à asfixia fiscal em que vive a nossa classe média.
Não vejo nas outras candidaturas a capacidade de produzir esse efeito de novidade, de projectar o CDS como um partido de futuro, essa vontade de se reinventar, e de congregar e unir o partido em torno de uma mensagem clara, inequívoca, alicerçada nos valores constantes do CDS, que assentam na democracia cristã e se abrem às correntes tradicionais da direita democrática.
O país reclama essa nova energia e espera que os partidos surpreendam e introduzam novidade
Ser jovem é uma desvantagem na disputa pela liderança do partido?
Pelo contrário: é uma condição que passa com o tempo, mas também é um certificado de autenticidade e a garantia de um futuro que não se construirá na sombra dos equívocos do passado. O país reclama essa nova energia e espera que os partidos surpreendam e introduzam novidade. Este 'aggiornamento' [atualização] de que o CDS precisa, não se faz só com um novo calibrar do discurso, implica também dar espaço a uma nova vaga de protagonistas políticos, até porque os actuais arrastam com eles o peso dos momentos menos bons e carregam o desgaste e a erosão próprios da exposição de muitos anos. Esta fórmula, de resto, já foi testada com sucesso no passado do CDS e deu excelentes resultados, como aconteceu com Manuel Monteiro e Paulo Portas, que foram líderes muito jovens e, curiosamente, também não eram deputados.
Tenho orgulho em ser conservador: acredito no valor das tradições
Sendo um jovem e representando a ala mais conservadora do partido, o Francisco é, não raras vezes, alvo de críticas e até de caricaturas. Isso incomoda-o?
Não me incomoda nada, pelo contrário. Tenho orgulho em ser conservador: acredito no valor das tradições. Mas não me revejo nessa ideia de que represento a ala radical do partido.
É verdade que não mudei de opinião sobre o aborto, que recuso a liberalização da eutanásia, que me preocupo, na questão da adopção, mais com os direitos das crianças do que com os dos adultos que querem adoptar. Mas pergunto: não é essa a linha oficial e a linha de sempre do CDS? Por que motivo hei-de eu ser considerado radical, ou ultraconservador, se não digo nem mais nem menos do que o CDS sempre disse? Será que, dentro do CDS, serei eu o excêntrico? Não serão antes aqueles que me querem caricaturar precisamente por, nestas matérias, estarem permanentemente alinhados com extrema-esquerda? Essa caricatura diverte-me e ilumina o caminho: sempre que a Esquerda se incomoda com o meu discurso é porque estou no sítio certo.
Mas pretende fazer regressar esses temas à agenda política?
A agenda política recomenda-nos outras prioridades, sendo certo que a maioria desses temas perdeu atualidade.
Menos a eutanásia que, com a atual composição do Parlamento, deverá estar para breve a sua aprovação.
Sim. Exatamente. Esse será um dos nossos combates.
A solução tem que ser cuidar das pessoas, e não matar o problema
E como é que vai fazer esse combate?
As questões desta natureza não devem sr resolvidas por recurso a referendo. Vamos empenhar-nos na discussão parlamentar e em criar pontes de diálogo com a sociedade civil. Seja como for, o nosso combate é o da defesa intransigente da vida humana, especialmente, nesta matéria, dos mais débeis e dos que mais sofrem. O caminho é o de apostar numa rede capilar de cuidados paliativos que chegue efetivamente a todos e que garanta o conforto de quem está doente. A solução tem que ser cuidar das pessoas, e não matar o problema.
Tem andado um pouco por todo o país em contacto com as bases. O que é que tem sentido? Está confiante? Acha que vai ganhar?
Claro que sim. Temos procurado fazer uma campanha de proximidade com os militantes, em todos os distritos e com uma enorme abrangência geográfica. Por todo o lado, temos sido recebidos com enorme entusiasmo por salas cheias de militantes que querem renovar a esperança no CDS, que regressaram às sedes, que não desistem e não atiram a toalha ao chão, e que, no próximo fim de semana [25 e 26], mostrarão que o CDS é o partido em que se pode 'voltar a acreditar'.
Os sindicatos estão para os partidos de esquerda como as autarquias estão para os partidos democratas-cristãos
Se o Francisco vencer o partido como acredita ser possível, tem grandes desafios pela frente. Já tem uma estratégia pensada para as autárquicas de 2021?
Tenho bem presentes as palavras de Adelino Amaro da Costa, que dizia que os sindicatos estão para os partidos de esquerda como as autarquias estão para os partidos democratas-cristãos. A renovação e a reestruturação que apresento ao partido tem a ambição de reforçar significativamente a nossa malha territorial a nível autárquico e isso só é possível com uma forte motivação e empenho das nossas bases e das nossas estruturas, motivação e empenho que estamos justamente a recuperar. Com o apoio da figura do coordenador autárquico distrital, recrutaremos personalidades de reconhecido mérito, incluindo independentes, que emprestem ao CDS o seu talento e prestígio, quer na construção de programas, quer na preparação do acto eleitoral, quer na construção de listas.
Haveremos de fazer uma avaliação ponderada e circunstanciada da realidade de cada concelho e, em função dela, apresentar as soluções que melhor sirvam as nossas populações.
De qualquer modo, o nosso primeiro desafio serão as eleições regionais dos Açores e é nelas que nos focaremos em primeiro lugar, apoiando energicamente o excelente trabalho de Artur Lima.
Apoiaria uma eventual recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, ou considera que o CDS deveria ter o seu próprio candidato? Quem?
Em primeiro lugar, a candidatura à Presidência da República é unipessoal e apartidária, pelo que a questão de um eventual apoio a qualquer candidato depende de uma manifestação de vontade do próprio, que ainda não aconteceu. Em segundo lugar, comigo, o CDS respeitará os seus do partido e a decisão sobre a estratégia do CDS nas eleições presidenciais será tomada no local próprio, depois de ouvir o partido.
Considera não ser uma desvantagem ser líder de um partido e não estar no Parlamento como deputado. Mas é fundamental, concordará, manter uma boa ligação/relação com os que lá estão. Como é que está a sua relação com os atuais deputados do CDS? Sendo que um deles é candidato [João Almeida] e apoiado pela líder da bancada, Cecília Meireles.
Não só não considero uma desvantagem como, no momento atual, até entendo que não estar no Parlamento é uma vantagem para o próximo líder do CDS, que terá de ter tempo para estar na rua, correr o país, mobilizar todos os militantes que estão desencantados.
Respondendo à sua questão, a minha relação com todo os membros do grupo parlamentar é excelente e tenho o maior apreço pelo trabalho que têm desenvolvido. O apoio a cada um dos deputados decide, em liberdade, expressar não é, naturalmente, constrangimento para que a presidência do partido e o grupo parlamentar trabalhem em conjunto e harmonia, focados na projeção do CDS, a falar olhos nos olhos com as pessoas e empenhados em abrir o partido à sociedade, capaz de lhe apresentar um programa que devolva a esperança e as mobilize em torno de uma ideia de futuro.
O antigo líder do CDS, Manuel Monteiro, disse que o apoiaria antes ainda de ser candidato. Têm conversado?
Tenho dito e repito que todos os apoios me honram, em especial os que subscrevam o programa e o caderno de encargos que apresento ao partido. A minha relação com Manuel Monteiro é institucional, e temos tido a oportunidade de estar simultaneamente presentes em diversos eventos, e de juntos discutirmos e debatermos os temas da Direita e do país. Como presidente do CDS que espero vir a ser, terei todo o gosto em ter sentados na primeira fila, na tarde de domingo, os cinco ex-presidentes vivos do CDS, que pessoalmente convidarei.
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