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"Quando entrei nesta profissão sabia que ia ficar anónimo para sempre"

O argumentista (e por vezes guia gastronómico) Frederico Pombares esteve à conversa com o Notícias ao Minuto, onde falou sobre o percurso profissional que tem feito, bem como sobre o restaurante que abriu há pouco tempo e em plena pandemia.

"Quando entrei nesta profissão sabia que ia ficar anónimo para sempre"
Notícias ao Minuto

09/03/21 por Sara Gouveia

Cultura Frederico Pombares

Começou por ser criativo publicitário e chegou mesmo a ganhar prémios, mas deixou tudo para se tornar argumentista. Uma decisão que se viria a revelar acertada pelo vasto currículo que apresenta.

Frederico Pombares já escreveu stand-up comedy, escreveu para séries, filmes e peças de teatro, e fez parte de projetos como 'Telerural', 'Último a Sair', '7 Pecados Rurais', 'Ferro Activo', 'Terra Nossa' ou 'Desliga a Televisão', entre muitos outros.

Conhecido por ser um grande apreciador de comida, decidiu partilhar essa "paixão gigante" e abrir um restaurante onde se pode ir de 'Lés-a-Lés' de Portugal de faca e garfo. O espaço abriu durante a pandemia mas promete 'fincar os dentes' no panorama gastronómico.

Abandonou a publicidade para ser argumentista. O seu primeiro trabalho pago começa por ser com o Bruno Nogueira, com quem continuou ao longo dos anos a embarcar em projetos. Qual é a principal diferença entre esse Frederico Pombares argumentista e o de hoje?

Visto que passaram cerca de 17 anos, seria estranho se fosse o mesmo [risos]. Na realidade, o que acontece é que acrescentamos a algo que já temos geneticamente e que desenvolvemos, a parte técnica, a experiência e mais conhecimento sobre o meio. Na altura nem sabia que existia a minha própria profissão e foi aí que descobri. Hoje em dia tenho mais informação, mais por onde me virar, mais para por onde me inspirar, e isso é muitíssimo importante, porque se estivermos crus, apesar de termos algum talento, acaba por ser mais difícil evoluirmos.

Não gosto muito quando me dizem 'faz o que quiseres' ou 'tens carta branca para fazeres o que quiseres', prefiro que me digam antes tudo"Como guionista esteve envolvido em projetos como o 'Último a Sair', o 'Telerural', 'Lado B', 'Sal', 'Ferro Activo', 'Levanta-te e Ri' ou 'Terra Nossa', entre muitos outros. Em todos estes projetos trabalhou com nomes da comédia bem conhecidos, a sua escrita é influenciada pela pessoa para quem escreve ou funciona ao contrário?

Aqui há duas coisas. Primeiro sabendo para quem estou a escrever, facilita imenso. Acho que é assim que se deve fazer. É mais difícil quando se trata de um filme ou uma série e não sei qual é o elenco. Faz mesmo muita diferença. Agora claro que depois acaba por ser ótimo trabalharmos para essas pessoas, é muito gratificante. Se tivesse de escolher diria que é a pessoa que influencia a escrita, porque tenho de a mudar consoante para quem estou a escrever. Não gosto muito quando me dizem 'faz o que quiseres' ou 'tens carta branca para fazeres o que quiseres', prefiro que me digam antes tudo, que me passem o briefing perfeito - para quem é, que tipo de pessoa vai assistir - há várias coisas que influenciam. Mas nenhum dos casos é mau.

Por exemplo, adoro que me digam que não há dinheiro e que vai ser tudo feito num quarto. Não sou fã que me digam que há dinheiro para explosões e perseguições, porque me obriga a pensar e a fazer uma coisa muito diferente. Sinto o sucesso de outra maneira porque com poucos recursos consegui fazer uma coisa boa.


Há algum projeto em que tenha participado que ache que não teve a exposição que merecia?

Sim, infelizmente até há vários. Às vezes fazemos coisas que sabemos que são para nicho, que são caprichos nossos, como é o caso do ‘Ferro Activo’, que é uma coisa que já fiz há muitos anos [em conjunto com o Henrique Dias e Roberto Pereira] e que achei que tinha todas as condições para ‘rebentar’ e isso não aconteceu. As pessoas que gostam de 'Ferro Activo' são intensíssimas, acham que é a melhor cena de sempre da história da televisão e quem não gosta, não gosta mesmo ou nem conhece. Mas vamos tentar outra vez quando passar a pandemia, mas pode continuar sem ‘rebentar’ [risos].

O outro caso foi o ‘Desliga a Televisão’, que foi um projeto que por acaso também fizemos os três, para a RTP, que adorei, conheço imensas pessoas que adoraram e que não sei porquê não teve seguimento. Aquilo teve uma temporada e notei que, à medida que ia dando, as pessoas iam começando a gostar e a pôr bocados na internet, mas isso foi exatamente quando acabou. Tenho pena, porque acho que podia ser muito giro e tenho muitas saudades de escrever aquilo, por acaso.

Já escreveu para séries, para stand-up, filmes e peças de teatro… qual é que lhe dá mais gozo fazer?

Há uns que dão mais gozo escrever e outros que dão mais gozo ver o resultado. Sei que o teatro é o que me dá mais gozo ver o que escrevi. [Mas] gosto mais de cinema e de teatro, prefiro coisas fechadas, que têm um início e um fim. Gosto muito desse tipo de projetos.

As pessoas podem brincar com o que quiserem, fazerem humor com o que quiserem, e depois o que acontece é terem público ou não"Com o que é que não se brinca? Há alguma coisa?

Não. Digo sempre isso e é mesmo o que acho. Os limites do humor não estão em quem faz, estão em quem vê. Ou seja, acho que as pessoas podem brincar com o que quiserem, fazerem humor com o que quiserem, e depois o que acontece é terem público ou não, e acho que isso é que é importante. Quem deve decidir o sucesso de um humorista deve ser sempre o público. É como a música: se me perguntar se gosto de Tony Carreira a minha resposta vai ser não, mas enche a Altice [Arena] e tem que ter o meu respeito por isso. Com os humoristas é a mesma coisa, têm de seguir o seu caminho, tentarem ser únicos, porque é assim que as pessoas singram, e para isso não deve haver limites.

Quem considera que são as suas principais inspirações, estrangeiras ou nacionais, no humor, neste momento?

Referência tem de ser estrangeira porque é o Ricky Gervais. É assim o único com que fiquei arrebatado quando comecei a ver o trabalho dele. Apanhei logo desde início, felizmente, e a partir daí foi alucinante. Não gosto de dizer que me identifico muito com ele porque se não parece que estou a dizer que somos iguais, e isso é de uma presunção gigante. Mas gosto muito do trabalho dele, sou muito fã de pausas, de reações, o humor vive muito disso para mim e ele é um mestre nisso. É maravilhoso e identifico-me com qualquer coisa que ele faça, até mesmo com o que faz de menos bom, é uma coisa quase romântica, parece que estou a defender uma namorada [risos].

A sua filha, Irene, já bem conhecida por quem o segue nas redes sociais, parece ter herdado a veia humorística dos pais. Já vai sendo uma fonte de inspiração?

Começa agora, com seis anos, a ter noção de como é que se faz rir e do que é preciso para fazer rir. Mas é uma coisa muitíssimo recente. É engraçado que me tenha feito esta pergunta porque comecei a notar isto há uma questão de dias. Já há ali qualquer coisa de adulto, de formulação de piada, de perceber que está a dar resultado e de saber para onde ir. No domingo fez uma piada qualquer que gostei imenso, teve essa noção e esteve o dia todo a repetir a mesma piada, porque percebeu que havia ali um caminho [risos].

Sente que o humor pode ser, realmente, uma coisa genética?

Acredito claramente que é genético. Aliás, é uma conversa que tenho muitas vezes com várias pessoas. É raríssimo que alguém que tenha muita piada não tenha um pai ou uma mãe que não tenham piada também. Não quer dizer que seja o mesmo estilo de humor e, claro que, é condicionado por fatores externos, pelo ambiente, pelas companhias, etc, mas a predisposição genética tem de lá estar. Depois o resto ou se alimenta ou não, e a pessoa ou o desenvolve ou não.

Aliás, a razão maior para ter um filho com a Joana [Gama] foi exatamente por isso. Juro. Sei que isto pode parecer calculista e é, não no sentido mau do calculismo, mas tomei essa decisão porque pensei: 'Desta maneira asseguro-me que de certeza que vai ter sentido de humor, saia a um, a outro ou a ambos' [risos], porque sei o quão importante foi para mim o sentido de humor, tanto como profissional, como homem. Sei o quão mais fácil a vida fica quando se tem sentido de humor.

Sou a pessoa mais bem preparada do mundo para confinamentos, já tinha um estágio de muitos anos"Como detentor de um conhecido sentido de humor e por fazer parte do mundo da comédia em Portugal, como é que viu o fenómeno do ‘Como é que o Bicho Mexe’?

Achei muito giro e muito interessante. Vi os primeiros, depois abstraí-me. Mas neste momento, com o confinamento - e depois como tive Covid perdi o paladar e como adoro cozinhar perdi metade da minha alegria de confinamento - voltei a ver [risos]. Porque a minha vida é basicamente ver televisão, cozinhar e comer, mesmo antes da Covid. Sou a pessoa mais bem preparada do mundo para confinamentos, já tinha um estágio de muitos anos.

Portanto, o que acontece é que fiquei só com televisão, então tive de arranjar outros interesses e lembrei-me de ir ver como é que estava o ‘Bicho’. Acabei por achar piada, fazer um ou dois comentários e as pessoas começaram a reagir. É engraçado porque acabei por entrar uma ou duas vezes no direto, até agora, sempre porque o Bruno [Nogueira] lhe deu na cabeça na altura ou seja não sou convidado fixo, é mais por qualquer coisa que digo na altura. Acho um fenómeno maravilhoso.

O 'Bicho' acabou por se tornar necessário, por agarrar as pessoas e criou um novo vício. Há ali qualquer coisa que estava a fazer falta e nota-se que ele se diverte imenso, as pessoas que fazem com ele também e quem está a ver diverte-se ainda mais.

Com quem é que gostava de trabalhar que ainda não trabalhou?

A única pessoa com quem gostava de trabalhar e que ainda não trabalhei foi com o Ricardo Araújo Pereira. De resto, trabalhei com todas as pessoas com quem queria - vivos e mortos - e repeti. Mas sim, o Ricardo foi o único com quem nunca trabalhei e, provavelmente, também nunca irei trabalhar porque é um estilo de humor político e não é onde sou forte.

Sobre o impacto que a pandemia teve no setor da Cultura, sente que os apoios que foram disponibilizados para os profissionais são suficientes e que está a ser feita uma boa gestão nesse campo?

O facto de serem suficientes ou não é sempre estranho dizer, porque na realidade nunca são. Já não eram antes da pandemia, quanto mais agora... Mas o grave é que uma coisa é não apoiar o trabalho das pessoas, outra coisa é não apoiar as pessoas sem trabalho. A única coisa que a pandemia fez relativamente à Cultura foi partir a casca e ver-se o que já lá estava dentro, foi o escarafunchar e perceber-se o quão graves as coisas já eram antes e o quão piores estão agora. Claro que nunca serão suficientes, porque realmente os apoios são só para poder dizer que há apoios à Cultura. São melhores que nada, mas não são grande coisa.

Depois de #dizquevaisdapartedopombares ter surgido em piada, o seu Instagram tornou-se praticamente um ponto de encontro de comida, com direito a dicas e conselhos. Não tem receio de deixar de ser conhecido como o argumentista e passar a ser guia gastronómico?

Isso já acontece há algum tempo. Ainda no outro dia me estava a insurgir contra isso e não é que seja por mal. Lá está, sou o gajo da comida, mais do que o gajo que escreveu isto e aquilo, apesar de o meu trabalho estar no meu perfil. Mas quando entrei nesta profissão sabia que ia ficar anónimo para sempre e, lá está, a culpa não é das pessoas, não são obrigadas a ler os créditos e a ver quem é que escreveu.

Mas em Portugal não há menos reconhecimento do que no estrangeiro?

Claro! O que incomoda realmente é que lá fora quando se olha para os posters e para as capas dos DVDs diz: 'Do mesmo criador de…' ou 'do mesmo argumentista de…', mas cá é só estúpido. Há pouco acompanhamento e carinho por quem escreve. Não é que precisemos de carinho ou de atenção, porque se não em vez de escrevermos para outras pessoas fazíamos nós, mas precisamos é de não ser injustiçados. Se esse reconhecimento fosse feito em Portugal há mais tempo levaria mais pessoas a ver as coisas. Acho que toda a gente teria a ganhar com isso. Mas também não é de um momento para o outro. Lá fora quando os argumentistas param, pára tudo. Cá não. Somos muito pequenos.

Mas então não o incomoda ser o ‘guia gastronómico’?

Não, não me incomoda minimamente, tenho todo o gosto. Gosto imenso, porque quando depois vão ao restaurante que disse ou comprar aquilo que compro e dizem-me que foi espetacular. Essa acaba por ser a minha forma de validação do que estou a fazer nesse campo. É uma paixão gigante que tenho pela gastronomia e pela comida em geral.


Foi esse amor pela comida que o levou a decidir abrir um restaurante?

Sim, foi exatamente isso. Era um sonho muito antigo, mas que só concretizaria com as pessoas certas, no local certo e com o conceito certo. Foi uma sorte esses fatores todos terem-se conjugado ao mesmo tempo.

Ao mesmo tempo e num momento atípico, porque o ‘Lés-a-Lés’ abriu em setembro do ano passado, em plena pandemia, e numa altura em que o setor da restauração passa por grandes dificuldades. Em nenhum momento ponderou voltar atrás?

A outra hipótese era não fazer. Era o fazer agora ou o nem sequer fazer. Estava fora de questão voltar atrás. Estivemos fechados temporariamente agora, mas vamos reabrir ao fins de semana, porque com as despesas gigantes que temos, quase que nos compensa mais estar abertos.

Na altura o que aconteceu foi que o meu sócio tinha um restaurante que estava a correr muitíssimo mal, pensou em fechar e na altura apresentei-lhe o conceito e ele decidiu dar outra hipótese. Ele tem a parte financeira e estrutural e eu tenho a parte do conceito, de trabalhar com o chef, do design e da promoção.

Neste restaurante em plena capital é possível encontrar um bocadinho do país de 'Lés-a-Lés', como é chamado. Como é que surgiu a ideia?

Essa era uma das ideias de restaurantes que tinha. Vou sempre apontando no telemóvel as ideias que vou tendo, sejam para peças de teatro, para filmes, para restaurantes, para construção civil ou aplicações [risos]. E quando falei com o Tito, o meu sócio, ele gostou desta e então decidimos explorá-la.

A ideia é que quem venha visitar Lisboa - principalmente comigo a saber tudo o que se come pelo país - conheça o que é um pernil, um arroz de cabidela, uma espetada em pau de loureiro, mas tudo no mesmo sítio. Qualquer estrangeiro que venha cá pode sentar-se no 'Lés-a-Lés', fazer um menu de degustação de 18 pratos e comer o que há em Portugal de cima a baixo, incluindo ilhas. Era isso que eu queria, dar a conhecer todo o nosso país.

Pelo menos fico de consciência tranquila, porque quem vem a Lisboa fica a conhecer essas regiões. O que até acaba por as promover, porque se alguém ficar a gostar muito de um prato ou dois de determinada região, se calhar quando voltar a Portugal, em vez de vir só a Lisboa, vai também àquela parte do país.

Quais foram os principais desafios que enfrentaram?

Precisamos muito de estar abertos para sobreviver. Tentámos take-away e entregas, mas estamos numa altura em que as pessoas, apesar de estarem em casa, têm receio de gastar dinheiro porque não sabem se a empresa onde trabalham vai fechar ou se vão ser despedidos. Seria ótimo se as pessoas ficassem em casa, mas tivessem segurança no futuro, porque aí mandavam vir a comida e dava para todos os restaurantes, era espetacular. Se isso não acontece, mata completamente o restaurante, porque não há outra hipótese, sequer. Ou se faz take-away e delivery, ou se fecha. Antes ainda era até às 13h00 e até às 22h30, agora é zero.

Neste caso pergunto-lhe também sobre os apoios à restauração...

Lá está, são uma aspirina para curar um cancro. Ainda bem que existem, mas o mal que nos é feito é tão grande... Nem sequer estou a culpar o Governo porque não sei se seria possível estarmos abertos, se é mesmo melhor fechar tudo, nem sei o que dizer, porque é tudo um bocado estranho. Mas acho que toda a gente sofre com isto e os restaurantes são os primeiros porque precisam mesmo de pessoas. Uma coisa é um restaurante com história, mas nós abrimos em setembro, nem sequer temos história suficiente para ficarmos marcados na cabeça das pessoas. A nossa ideia era de que iria existir uma margem de manobra, mas assim não há mesmo hipótese para nada.

Não satisfeito com a abertura de um restaurante em plena pandemia, ainda quis ir mais além e em novembro decidiu organizar um festival gastronómico, o 'Pombares Fest'. Porquê?

Foi uma ideia que a Herdade do Rocim, dos vinhos, teve para fazer comigo. Seria lá na herdade, para amigos meus, etc. E sugeri ao Ernesto [Botelho], que é o responsável pelos eventos, que fosse noutros restaurantes de amigos meus, a herdade forneceria o vinho e eles faziam uma refeição como se fosse para mim, como se fosse a minha última refeição, e ele achou maravilhoso. Mas com isto da pandemia, em vez de conseguirmos fazer por Portugal, tivemos de fazer no 'Lés-a-Lés', porque era mais fácil. Foram só dois dias, mas foram épicos. Foi isso que gostei no 'Pombares Fest', que sejam dias que marquem as pessoas. Estamos a falar de 40 kg de costela de vaca ou de um pregado de 11 kg, e são coisas que me fascinam imenso. Gosto dessas coisas, que as pessoas paguem mas que quando saiam pensem que valeu cada cêntimo. Foi muito giro e já tenho na cabeça fazer mais, só não sei quando.


Com quase 20 anos de carreira, o que é que poderemos esperar daqui a mais 20 anos?

Mesmo dez não saberia dizer, ou até cinco, porque estou numa altura mais calma, em que gostava de me dedicar mais ao restaurante e nem estou a pensar nisso, o que ainda é mais estranho. Gostava de fazer um filme ou outro, gostava de trabalhar com uma ou outra pessoa, mas não sei dizer. Não estou maluco para fazer coisas.

A única coisa que mudaria e que adoraria fazer era ser responsável pelos conteúdos de um teatro. Darem-me um teatro para gerir, para fazer a curadoria, mas estar lá mesmo, que não fosse pelo telefone. Em que estaria presente, interviesse, tivesse voz ativa nos textos, nos castings, em tudo. Gostava de criar um teatro com nome na área do humor, onde as pessoas que lá fossem soubessem que iam ver uma grande peça ou outra coisa.

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