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"Penso que Rui Rio é o líder de que Portugal precisa"

Sofia Sousa Matos, deputada à Assembleia da República pelo PSD, é a entrevistada de hoje do Vozes ao Minuto.

"Penso que Rui Rio é o líder de que Portugal precisa"
Notícias ao Minuto

10/12/21 por Beatriz Maio

Política Sofia Matos

Há já dois anos que Sofia Matos marca presença na Assembleia da República, o que vê como “uma enorme honra e uma excelente oportunidade” para prestar o seu contributo à sociedade e dar voz a quem não tem.

Com apenas 31 anos, revela que os últimos foram “muito dedicados” à vida profissional e à política e lamenta que a pandemia não permita viver a experiência no Parlamento "na plenitude" que seria sem as limitações agora impostas.

Antes de assumir este cargo, Sofia foi membro da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco imputadas ao Fundo de Resolução, concentrando-se, durante todo o mandato, na Comissão de Economia.

Responder às necessidades da pandemia tem exigido uma adaptação constante para lidar com o que é desconhecido e incerto. Contudo, para Sofia “se há algo que ficou bem claro para todos e que o Governo insiste em não entender, é que é imperioso planear e prevenir”. Saudou, no entanto, a atitude dos cidadãos que, muitas vezes, se “antecipa” ao Governo, exemplificando com a testagem voluntária e frequente que tem ocorrido nesta 5.ª vaga.

Para a deputada, a governação do país ficaria assegurada caso Rui Rio fosse eleito primeiro-ministro: “Não conheço, em Portugal, ninguém que esteja em melhores condições de governar o país que o Dr. Rui Rio”, enalteceu, durante a entrevista ao Notícias ao Minuto

Como é marcar presença na Assembleia da República há já dois anos? 

Não posso falar com propriedade sobre como funciona o Parlamento na sua real dimensão, sem as limitações que a pandemia nos impôs, porque esta é a minha primeira legislatura e ela foi vivida, quase totalmente, em contexto de pandemia. Os nossos colegas que cá estão há mais anos costumam dizer, com lamento, que quem passou pelo Parlamento pela 1.ª vez nestes tempos nunca terá noção de como ele funciona verdadeiramente.

Quais as alterações que a pandemia trouxe ao ambiente vivido na Assembleia da República?

Durante mais de um ano trabalhámos a partir de casa, ficámos impedidos de estar presencialmente nas reuniões das Comissões Parlamentares e nos Plenários, não vimos os nossos colegas nem pudemos debater os temas e propostas da forma como seguramente todos queríamos. Aliás, a Comissão Permanente da Assembleia da República esteve em funções durante meses a fio. Portanto, da mesma forma que vivemos momentos muito singulares nas nossas vidas, o Parlamento também não escapou a essas vicissitudes causadas pela pandemia.

Sinto que não conseguimos viver esta experiência na plenitude e que, agora que estávamos aptos a voltar à normalidade e a vivê-la, fomos todos surpreendidos com a dissolução do Parlamento. Por outro lado, é inegável que estar na Assembleia da República é uma enorme honra e uma excelente oportunidade para prestar o meu contributo à sociedade que nos propomos a representar.

Quais as áreas em que tem trabalhado desde que foi eleita deputada? 

Não posso deixar de destacar a extraordinária experiência que foi a de ser membro da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco imputadas ao Fundo de Resolução. Um trabalho árduo de investigação, de aprofundamento de conhecimentos, metódico e muito comprometido com a verdade. Durante todo o mandato estive ainda muito concentrada na Comissão de Economia, onde o PSD esteve sempre muito focado em contribuir para os vários debates que tiveram lugar por causa da pandemia e a propósito dos apoios ao Emprego e à Economia, que não raras vezes chegaram tarde ou simplesmente não chegaram. Dedicamo-nos a representar os que não tiveram voz e foram mais prejudicados com as consequências da pandemia. A oposição também deve estar ao serviço do país e foi isso que provamos ao longo deste mandato.

  Notícias ao Minuto© redes sociais/reprodução  Como tem sido o seu percurso no Porto nos últimos anos?

Os meus últimos anos foram muito dedicados à minha vida profissional e à política. Terminei o meu curso em Direito e o estágio da Ordem dos Advogados, abri sociedade e escritório no Porto e sedimentei a minha vida profissional sem descurar a participação cívica. Na Trofa, concelho onde nasci, cresci e onde resido, dediquei seis anos à Comissão Política Concelhia da JSD e, mais tarde, presidi à Comissão Política Distrital da JSD do Porto, durante 4 anos. Fiz também um percurso nacional na JSD, fui Secretária-Geral durante dois anos e candidatei-me à liderança da estrutura em 2020, já na decorrência do mandato na Assembleia da República.

Qual a sua opinião sobre a forma como o governo tem lidado com a pandemia em Portugal, a nível socioeconómico?

Este processo ensinou-nos o quão imprevisível pode ser uma pandemia. Sempre que achámos que tínhamos a situação controlada, logo vieram os números provar-nos o contrário: antes e depois da vacinação. É evidente que a pandemia não veio com livro de instruções e, por isso, é lógico que todos tivemos de aprender a lidar com ela: cidadãos, decisores políticos e oposição. Mas se há algo que ficou bem claro para todos, e que o Governo insiste em não entender, é que é imperioso planear e prevenir. E parece que nesta 5.ª vaga ainda continuamos a levar lições, porque o Governo insiste em correr atrás do prejuízo.

Foi assim desde o início e parece que será assim até ao final. Precisámos de 15 dias para ver a situação a agravar-se continuamente para, só então, agir em conformidade. Os primeiros 15 dias de novembro eram fundamentais para conter o número de infeções e promover a testagem massiva e, não obstante, tardámos a tomar decisões, com todas as consequências que isso tem para as vidas humanas que se perderam e continuam a perder.

Não deixa de ser curioso, neste processo, que os cidadãos se tenham antecipado várias vezes ao Governo e nesta 5.ª vaga o tenham voltado a fazer: têm-se testado frequentemente, tendo até esgotado os testes nas farmácias e supermercados. Espero que o Governo saiba ultrapassar rapidamente esta situação e pare de correr atrás do prejuízo. 

E quanto à vacinação?

Quanto à vacinação, os números são agora muito encorajadores. Conseguimos recuperar o atraso da terceira dose. Agora, importa testar massivamente a população, controlar os surtos e evitar ao máximo as transmissões. Talvez o Governo possa aprender algo com o poder local e possa replicar o que fez, por exemplo, Carlos Moedas em Lisboa, com os centros de testagem, que estão a funcionar em permanência até ao fim do ano, para residentes e não residentes. Uma iniciativa a saudar!

Qual a sua posição quanto à vacinação de crianças?

Deixo esse assunto para quem sabe. Hoje mais do que nunca, confio nos especialistas e na ciência.  

O que, na sua perspetiva, poderia ser melhorado na governação do país?

António Costa governou à vista durante os últimos 7 anos. Por culpa própria e porque teve de ceder às revindicações da esquerda radical para se manter no poder, mas Portugal não pode esperar mais. A rotura dos mais elementares esteios do estado social está à vista. Precisamos de implementar em Portugal reformas urgentes: da saúde à educação, da justiça à segurança social, a bem das próximas gerações. Urge acabar com o assistencialismo e com uma economia que está cada vez mais dependente da máquina do Estado. É inevitável fazer crescer a economia, aumentar a competitividade do país e das empresas, incentivar o investimento privado e as exportações.

Só assim conseguiremos reter os nossos jovens e dar-lhes condições para que se emancipem e aqui possam concretizar os seus sonhos.

Este é o momento de fazer o que até então não foi feito: criar mais e melhores empregos e capacitar as empresas para pagarem melhores salários.

Notícias ao Minuto© Getty images  

Perante o apoio que prestou à candidatura de Rui Rio nas passadas eleições, como foi viver a vitória?

Os militantes do PSD souberam interpretar e responder aos anseios dos restantes eleitores portugueses. O país prefere Rui Rio e isso sentia-se um pouco por todo o lado: na rua, nos telefonemas e na maior parte dos contactos que fui mantendo com os eleitores ao longo da campanha para as diretas. Portanto, vivi a vitória do Dr. Rui Rio com muita satisfação, porque creio que o PSD está, neste momento, em perfeitas condições de disputar as eleições legislativas com o Parido Socialista e ganhar. E eu estou profundamente convencida que isso é o melhor para o meu país.

Pensa que Rui Rio teria perfil para governar Portugal?

Não conheço, em Portugal, ninguém que esteja em melhores condições de governar o país que o Dr. Rui Rio.

Considera Rui Rio um bom candidato a primeiro-ministro? 

Na minha perspetiva, um líder tem de ser competente, corajoso e vertical. Mais do que ter perfil, penso que Rui Rio é o líder de que Portugal precisa para sair do marasmo em que se encontra nas últimas décadas.

Acredita que poderá vir a ser eleito? 

Acredito que estas eleições foram importantes para o PSD, porque clarificaram e legitimaram a estratégia de Rui Rio para as eleições legislativas: reposicionar o PSD ao centro como um partido humanista, verdadeiramente social e reformista, que pretende disputar o eleitorado moderado com o Partido Socialista e que não encontra no Estado a resposta para todos os problemas, mas antes mune os cidadãos e a iniciativa privada dos meios necessários para poder crescer e fazer crescer o país. Não tenho dúvidas de que estamos hoje muito mais perto de o conseguir do que alguma vez estivemos nos últimos 4 anos de oposição. 

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