"Caso dos Emails? Continuo a ser alvo de uma campanha miserável"
Pelo clima que se vive no futebol português, o nome Pedro Guerra tem vindo a assumir relevância de notícia. As suas palavras são escutadas por milhares de telespectadores na TVI, mas poucas vezes as respostas são tão esclarecedoras como quando postas por escrito. Esta quarta-feira publicamos declarações exclusivas do que é por muitos considerado o mais polémico comentador desportivo da atualidade.
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Desporto Pedro Guerra
Polémico para uns, frontal no seu entendimento, Pedro Guerra tem vindo a ser figura e alvo central de um caso que já passou além do campo desportivo. Um caso que diz ser uma "campanha miserável", mas que espera que tenha consequências no plano judicial.
Adepto, sócio e colaborador do Benfica, como assume, responde esta quarta-feira, ao Desporto ao Minuto, às questões que a atualidade impõe e que foram possíveis materializar. Alvo de ataques diversos, mas com personalidade a isso propícia, Pedro Guerra responde a tudo sobre o que é interrogado... e deixa questões latentes.
De salientar, porém, que as declarações que reproduzimos ao leitor, interessará esclarecer, chegaram por email. Impossíveis de realizar de outra forma - mas aceite por ambas as partes como a mais transparente maneira de materializar perguntas e respostas concretas - as questões foram postas e respondidas por escrito.
A condição acertada para a publicação destas palavras foi uma única: o texto surgir sem cortes. E aqui está. Em nome da transparência.
Gosto de dizer as verdades e tenho noção que as pessoas não estavam habituadas à minha frontalidade
A questão tem sido por diversas vezes levantada, mas, para um esclarecimento cabal, qual a ligação que mantém ao longo dos últimos anos com o Benfica e qual a sua ligação atual com o clube?
A minha ligação ao Sport Lisboa e Benfica é a mesma de sempre. Sócio e colaborador. Quer no jornal 'O Benfica', quer na BTV, fui sempre colaborador. Nunca fui, nem sou funcionário do clube. E nunca tive nada a ver com o futebol.
Tem sido muitas vezes rotulado de agitador, inclusivamente pelos seus colegas de painel na televisão. Sente que o seu papel tem sido esse ou sente que tem sido alvo de uma injustiça ou mal compreendido neste âmbito?
Eu acho que sou um simples comentador de TV. Tenho orgulho em pertencer à TVI, um canal que é líder de audiências em Portugal. Esse orgulho redobra pelo facto de o 'Prolongamento' ser, neste momento, o programa líder de audiências à segunda-feira à noite. Esta temporada, vencemos todas as semanas e sinto orgulho por pertencer a um painel onde se discute e debate, de forma apaixonada, o futebol num canal que faz da liberdade de expressão e de pensamento a sua forma de vida. Não me considero um agitador. Gosto, isso sim, de dizer as verdades e tenho noção de que as pessoas não estavam habituadas à minha frontalidade. Procuro sempre basear-me em factos e provar todos os argumentos que utilizo. Creio que consigo fazê-lo respeitando os outros membros do painel e, sobretudo, os telespectadores da TVI24.
O futebol é sítio de rivalidades, mas estas têm passado do campo de futebol para as estruturas diretivas. Num momento em que o futebol português, até pela conquista do Europeu de Futebol, vivia um período áureo, não sente que com tanta polémica estamos a perder uma boa oportunidade de ‘vender’ a Liga aos adeptos de futebol em geral?
Isso é algo que me preocupa e tento sempre pensar nisso nas minhas intervenções. Não sou nem nunca fui adepto do ‘vale tudo’. Mas também tenho a noção que o futebol é paixão, é emoção e, quando isso acontece, todos nós, por vezes, nos excedemos. Já aconteceu comigo e isso é uma das minhas preocupações – saber sempre até onde posso ir. E quando critico alguém ou uma instituição, procuro sempre fazê-lo com respeito. O FC Porto e o Sporting CP merecem-me imenso respeito. São grandes instituições desportivas do nosso país. Isso não quer dizer que concorde com as decisões de quem os dirige. E, no caso destes dois clubes, eu acho que os seus dirigentes têm enganado as respetivas massas associativas, pois os resultados não têm aparecido e as razões que encontram para justificar os inêxitos são, normalmente, absurdas e falsas. As pessoas confundem os planos.
"Não sou nem nunca fui adepto do ‘vale tudo’. Mas também tenho a noção que o futebol é paixão"© Global Imagens
Durante os últimos meses têm sido divulgados por parte de Francisco J. Marques vários alegados emails internos do Benfica, emails esses que têm criado muita instabilidade em torno do futebol português. Que comentário lhe merece tudo o que se tem passado?
Não quero falar muito sobre um processo que está em segredo de justiça e eu respeito a lei e a investigação em curso. A nossa lei processual penal é muito clara e está sustentada em três dimensões – a PJ investiga, o Ministério Público (MP) dirige a investigação e os juízes controlam a legalidade. E eu confio neste sistema plural de múltiplos controlos. Quer a PJ, quer a magistratura do MP, quer a magistratura judicial merecem-me toda a confiança e tenho a certeza de que estão a fazer o seu trabalho de uma forma séria, competente e rigorosa.
Mas não posso deixar de dizer aquilo que tenho dito sempre desde a primeira hora. Trata-se de uma das maiores farsas do futebol português. Além dos crimes evidentes de devassa da vida privada, de violação de telecomunicações e de correspondência e de difamação agravada, o FC Porto, para justificar os seus inêxitos desportivos e financeiros, inventou uma teoria mentirosa e que já todos perceberam ser falsa – o SL Benfica terá corrompido árbitros para ser campeão nas últimas quarto temporadas. Isto é gravíssimo, pois põe em causa toda a classe da arbitragem, que não merece este anátema. Temos bons árbitros, muitos deles jovens e com grande futuro pela frente e, já agora, por aquilo que eu vi esta época, na campanha do SL Benfica na Liga dos Campeões, os nossos árbitros não são nada inferiores. Por isso eu compreendo a indignação dos árbitros e a sua ameaça de greve. É insustentável exercerem a sua atividade quando existem dirigentes de dois clubes em Portugal – FC Porto e Sporting – que os acusam de serem desonestos e de serem corruptos.
O FC Porto, com a farsa dos mails, e o Sporting, com a torpe acusação dos vouchers, puseram em causa a isenção de toda a arbitragem portuguesa e acho inacreditável que os seus autores continuem em funções e que, no fundo, o crime compense. Mas além de mancharem toda uma classe, que tem sido ameaçada e mal tratada, o FC Porto manchou a maior instituição desportiva portuguesa e os seus dirigentes. Conheço bem o Sport Lisboa e Benfica e sei que os seus dirigentes, com o Presidente à cabeça, gerem os destinos do clube de acordo com um Código de Conduta que passa por valores e princípios onde imperam a luta pela verdade desportiva, se quiser o ganhar limpo, a honestidade, que se traduz em verdade, verticalidade e recusa de intrigas, o fair play, a lealdade competitiva e o respeito pelo adversário. Todos sabemos que o mérito das conquistas, nos últimos quatro anos, foi dos administradores da SAD do SL Benfica, com principal destaque para o Presidente Luís Filipe Vieira, dos treinadores e das respectivas equipas técnicas e, sobretudo, dos jogadores que integraram os plantéis de 2013/14, 2014/15, 2015/16 e 2016/17.
O SL Benfica foi melhor nos 132 jogos do Tetracampeonato. Não os venceu todos, mas ninguém poderá apontar um único jogo em que tenha ganho por ter viciado o resultado. Por isso é que eu não tenho a mínima dúvida de que os autores morais e materiais deste embuste, montado e criminosamente divulgado pelos responsáveis do FC Porto, serão julgados, responsabilizados e condenados em tribunal. Sabemos que o tempo da justiça não é o tempo dos media, mas a verdade será toda apurada e as pessoas que inventaram esta cabala irão pagar por isso.
(...) O Director de Comunicação do FC Porto recuou, dizendo que nunca falou em corrupção. Um comportamento típico dos cobardes e difamadores...
Há base concreta para que se possa falar, como se tem falado, num possível caso de corrupção desportiva?
Ainda bem que me coloca essa questão, pois o FC Porto começou por acusar o SL Benfica e os seus dirigentes de corrupção e quando o Presidente Luís Filipe Vieira declarou, em Assembleia Geral do clube, que o SL Benfica nunca comprou um jogo, o Director de Comunicação do FC Porto recuou, dizendo que nunca falou em corrupção. Um comportamento típico dos cobardes e difamadores, que acusam sem provas, são apanhados na mentira que forjaram e denunciaram sob a capa do anonimato, e, depois, dizem que nunca falaram de corrupção.
Repito o que tenho dito no programa da TVI24 - o SL Benfica realizou 132 jogos no âmbito do Tetracampeonato, venceu 104, empatou 17 e perdeu 11. Até hoje, ainda ninguém identificou um único jogo dos 104 que o SL Benfica venceu subvertendo a verdade desportiva. Nem um! Já perguntei, várias vezes, para me indicarem um jogo, um árbitro, um lance, a que minutos e qual o resultado em que um árbitro teve influência no resultado final a troco de alguma vantagem. Ninguém conseguirá apontar um único jogo. Sabe porquê? Porque é tudo falso! Contrariamente, no caso do 'Apito Dourado', sei elencar os jogos do FC Porto, no Campeonato 2003/04, que foram investigados pela PJ. Lembro-me bem dos quatro jogos em questão. E, nesse processo, ficou provado que o FC Porto não tentou alterar apenas os seus resultados desportivos para ser campeão, pois também tentou viciar os jogos dos seus adversários diretos – SL Benfica e Sporting CP. Lembro-me bem do que foi investigado no célebre Nacional x Benfica, jogo apitado pelo árbitro Augusto Duarte, o mesmo que foi apanhado em casa do Presidente do FC Porto, na antevéspera do Beira-Mar x FC Porto. Lembro-me bem das investigações que decorreram nos jogos Sporting x Moreirense, também arbitrado por Augusto Duarte, e do Gil Vicente x Sporting. Esta tese não é minha, é a tese da Polícia Judiciária. Basta ler o que consta do Relatório Final da PJ, da autoria do Inspector Casimiro Simões. Está lá tudo! Preto no branco.
Todos sabemos quais foram os jogos do FC Porto, na Taça de Portugal, nas épocas 2002/03 e 2003/04, que foram investigados pela Judiciária. Será que as pessoas já se esqueceram como foi nomeado o árbitro da final de 2002/03, entre FC Porto e a U. Leiria e quem o escolheu? Será que já se esqueceram da forma como foi nomeado o árbitro dos quartos-de-final da Taça de Portugal, de 2003/04, entre o Rio Ave e o FC Porto? Ou já se esqueceram como foi nomeado e a pedido de quem o árbitro da meia-final dessa mesma edição da Taça, entre o SC Braga e o FC Porto? E todos sabemos o que aconteceu na final da Supertaça de 2002/03, disputada em Guimarães no dia 10 de Agosto de 2003, e como foi nomeado o árbitro para esse jogo e a forma como o FC Porto venceu a U. Leiria! Lembro-me do golo claramente irregular do Costinha, que carregou em falta grosseira o então guarda-redes da U. Leiria, Helton. Um lance escandaloso e que qualquer aprendiz de VAR anularia de imediato!
Todos sabemos que no Campeonato Nacional de 2003/04 o Presidente do FC Porto foi acusado, pelo Ministério Público, da prática de um crime de corrupção de equipa de arbitragem em dois jogos dessa prova. Todos sabemos o que se passou nos célebres FC Porto x Estrela da Amadora, da 19.ª jornada, realizado em 24 de Janeiro de 2004, e no Beira-Mar x FC Porto, da 31.ª jornada, realizado em 18 de Abril de 2004. Todos sabemos o que confessou publicamente o árbitro do FC Porto x Estela da Amadora. Todos sabemos as práticas em que foram apanhados os árbitros desse jogo, o serviço de prostitutas que lhes foi facultado, quem o pagou. Todos sabemos o que aconteceu no jogo Beira-Mar x FC Porto, com o árbitro Augusto Duarte, de Braga, a visitar a casa do presidente do FC Porto, na antevéspera do jogo. Tudo isso foi vigiado pela PJ, escutado pelas autoridades competentes e tudo foi dado como provado. Lembra-se o que disse em público o Presidente do FC Porto sobre o que se passou no Beira-Mar x FC Porto? Declarou, em entrevista à SIC, que o FC Porto não precisava desse jogo para nada, pois já era campeão. Uma afirmação totalmente falsa e que prova a impunidade em que vivíamos e a falta de vergonha. E por muito que tentem branquear e apagar as escutas telefónicas, que foram legalmente validadas pela entidades judiciais competentes, a verdade é que o 'Apito Dourado' existiu mesmo, o Campeonato de 2003/04 foi ilegalmente conquistado pelo FC Porto. Num país normal, o título ser-lhe-ia retirado e o FC Porto teria descido de divisão. Mais – os dirigentes do FC Porto apanhados e condenados na justiça desportiva deveriam ter sido irradiados, como aconteceu noutros países, como por exemplo em Itália. Extraordinariamente, nada disso aconteceu e quer Pinto da Costa, quer Reinaldo Teles continuaram nos mesmos cargos. E esse foi um dos problemas – quando se descobriu que existia corrupção no futebol português, quando foi descoberta a maior mancha no nosso futebol e toda a podridão existente, algumas instituições falharam e não souberam cortar o mal pela raiz.
É verdade que houve um homem que se revelou corajoso e agiu, fazendo justiça – o Dr. Ricardo Costa e a sua equipa da Comissão Disciplinar da Liga. Todos sabemos o que aconteceu ao Dr. Ricardo Costa e quem pressionou e exigiu o seu afastamento. Sei que hoje as coisas mudaram e que o Presidente do Conselho de Arbitragem já não recebe chamadas do Presidente do FC Porto a pedir que nomeie os árbitros para os jogos do seu clube. Também sei que os atuais árbitros são sérios e não são visita de casa do presidente do FC Porto.
Assumiu ter trocado mensagens com Horácio Piriquito, frisando que o conteúdo que procurou obter junto do vogal no Conselho Fiscal da FPF era já de acesso público. Entretanto, Horário Piriquito demitiu-se. Sente alguma responsabilidade pela ‘queda’ deste homem?
Só abordo este caso porque o Dr. Horácio Piriquito resolveu comentá-lo. Confirmo que partilhei com ele informação pública, pois somos amigos há mais de 20 anos e adoramos futebol. Gostamos de reflectir sobre todos os assuntos do futebol, nacional e internacional, e, como era habitual, trocámos informação, sobretudo em matérias da área financeira do futebol português, sobre as contas dos clubes. Uma das qualidades que eu acho que um comentador de TV deve ter é reconhecer as suas limitações e procurar estar bem informado para comentar os assuntos da actualidade. Não sou um ‘expert’ em arbitragem e, como tal, consulto antigos árbitros. Não sou um ‘expert’ em questões financeiras e peço ajuda a quem sabe. Isso será crime? Ou será a preocupação de alguém estar bem informado para comentar os temas mais mediáticos?
Tudo o que fiz e continuo a fazer é apenas e só enquanto comentador de TV. Tudo o resto é uma farsa! Será que as pessoas acham que os comentadores de TV sabem tudo e que antes dos programas não conversam e trocam ideias com quem sabe? Sejamos sérios nestas análises e deixemos de brincar com a inteligência das pessoas. Eu acho que para comentar em TV não basta ler os jornais e ouvir o que dizem os dirigentes, os jogadores e os outros comentadores.
Para que seja transparente para a opinião pública, por que razão requereu por email informação que, como frisou, era de domínio público?
Eu só solicitei essa informação porque nessa altura se debatia muito quem devia a quem. Seria a Liga que devia à Federação Portuguesa de Futebol ou seria o contrário? Eu sempre me interroguei, por exemplo, quanto custa a arbitragem? Sempre me interessou saber como são financiadas as diversas Associação de Futebol. Sempre me interroguei sobre os custos das diversas Selecções Nacionais. Eu acho que tenho a obrigação de estar a par destes dados para poder comentar em TV. Se não o fizer, serei um mau comentador. Não imagino que alguém comente um assunto sem saber o básico – quanto custa? Toda essa informação consta das contas e do orçamento da FPF. Eu pergunto: qual é o problema em questionar quem sabe sobre esta matéria? O Dr. Horácio Piriquito sempre me explicou que a informação que partilhava comigo era do domínio público e era mesmo. E, já agora, eu pergunto: qual foi o crime cometido pelo Dr. Horácio Piriquito? Foi partilhar comigo informação pública de uma instituição de utilidade pública desportiva como é a Federação Portuguesa de Futebol? Sejamos sérios!
No conjunto de divulgações feitas por Francisco J. Marques foi posto a circular também um email seu com Adão Mendes. Sente que o conteúdo da mensagem foi deturpado para dar uma ideia de uma situação que, afinal, não existia?
Não quero falar sobre essa questão por causa do segredo de justiça. Creio que já fui muito claro acerca desse assunto. Consultava-o apenas após os jogos e para os debates televisivos logo a seguir aos jogos que acabara de assistir. Uma coisa posso garantir: não tenho esse mail e não me revejo nos termos que constam do mesmo. E sabe porquê? Porque eu jamais tratei o Presidente do SL Benfica por Primeiro-Ministro. Por isso, eu creio que o email é falso. E daquilo que li, confesso que gostava de saber como se conclui que o SL Benfica montou um esquema de corrupção de árbitros. Trata-se de uma enorme farsa e já todos sabemos quem são os seus autores morais e materiais.
Afinal, em todas as mensagens trocadas com elementos ligados à arbitragem, quer por si quer por terceiros ligados ao Benfica, o que se pretendia?
Eu nunca troquei mensagens com elementos ligados à arbitragem! É bom que isto fique muito claro! Nunca! O que eu fiz foi consultar alguns antigos árbitros, todos eles há muitos anos afastados da arbitragem e sem qualquer influência no sector, sobre assuntos específicos de arbitragem, como por exemplo António Rola, de quem sou amigo há muitos anos. Eu acho que só temos a aprender falando com quem sabe. Não sou daqueles que acham que sei tudo. Portugal e o futebol português está cheio de sabichões! Volto a frisar: tudo isto é uma farsa e será devidamente comprovada no sítio certo, nos tribunais. E não nos estúdios do Porto Canal, que tem pactuado e permitido a prática reiterada de crimes. Também os seus responsáveis irão pagar por isso, claro!
Paulo Baldaia, num artigo de opinião no jornal O Jogo, defendeu que “Qualquer dia, o Guerra nem é do Benfica”, afirmando mesmo que uma das linhas de defesa do Benfica neste caso poderá ser deixá-lo cair e afirmar que tudo o que foi feito foi por sua iniciativa, sem interferência do clube. Que comentário lhe merece, atendendo até à alegada mensagem que João Gabriel deixou queixando-se da falta de reconhecimento que sentiu por parte dos dirigentes do clube quando o deixou?
Conheço bem o Sr. Paulo Baldaia e o seu portismofundamentalista e o seu antibenfiquismo militante dão-me vontade de rir. Todos conhecemos as suas intervenções públicas isentas! Cruzei-me com ele n’ O Independente e tirei-lhe logo a pinta. Ele só vê o FC Porto e Pinto da Costa é o seu Deus! É verdade que sempre actuei por iniciativa própria e toda a informação que recolhi e recolho se destina apenas a ser utilizada nos meus comentários desportivos. Sei que sou incómodo por dizer as verdades, por ser frontal, por não ter papas na língua, por estar bem informado, por procurar ser sempre rigoroso e objectivo e, sobretudo, por defender o meu clube com garra e com argumentos válidos e verdadeiros.
O SL Benfica nunca me deixou cair ou nunca me amparou porque não tinha que o fazer. Os comentários que fiz e que faço são enquanto sócio ou adepto do SL Benfica. Felizmente, sei defender-me e só dou esta entrevista porque continuo a ser alvo de uma campanha miserável, uma campanha orquestrada pelo FC Porto e pelo Sporting, e que visa descredibilizar-me e abater-me, difamando-me de uma forma vergonhosa e reiterada. Quem vê os programas no Porto Canal e na Sporting TV perceberá o que estou a dizer. O FC Porto e o Sporting violaram a minha correspondência electrónica e as minhas comunicações e eu pergunto se alguém acha que isto é aceitável num estado de direito? Não tenho medo deles e, como é obvio, já recorri e vou recorrer à justiça para que os seus responsáveis sejam julgados e condenados pelos crimes que praticaram. Como já se percebeu, tudo o que eu fiz e tudo o que me acusam foram actos praticados no âmbito da minha atividade de mero comentador desportivo de TV.
Se Paulo Baldaia fosse sério na sua análise, já se tinha era demitido do cargo de Director do Diário de Notícias, pois um dia escreveu n ‘O Jogo que pagava não sei quanto do seu bolso aos jogadores de um clube para ganharem ao SL Benfica. Uma pessoa que pensa desta forma e que escreve isto não merece crédito e não pode dirigir um jornal tão prestigiado. Creio que o Sr.Paulo Baldaia já atingiu os ‘mínimos olímpicos’ para integrar oficialmente a estrutura de Comunicação do FC Porto. Se bem que eu ache que ele já é um dos membros da estrutura de Comunicação do FC Porto, que tem os seus pontas-de-lança espalhados por várias redações e espaços de comentário das televisões, rádios e jornais deste país. E lá que eles cantam todos em coro e de forma bem afinada. Basta ver alguns programas de TV e basta ler a opinião de alguns deles, nos vários jornais, para perceber que estão todos muito bem ensaiados.
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