"Percebi que não é preciso mãos para abraçar um coração"
Ator, apresentador, orador, treinador de futebol e, acima de tudo, fura-vidas, Paulo Azevedo, é o entrevistado de hoje do Vozes ao Minuto.
© Blas Manuel / Notícias Ao Minuto
País Paulo Azevedo
Nasceu sem braços e sem pernas para espanto da sua mãe que apenas disse: “podia ser pior”. E foi com este espírito e ensinamentos que cresceu Paulo de Azevedo, cuja a máxima é que a diferença não significa inferioridade. Em entrevista ao Notícias ao Minuto, Paulo abre o livro da sua vida, onde revela as dificuldades que enfrenta desde sempre no seu dia a dia.
Nunca quis ser o 'coitadinho' e a forma como encara a sua realidade e limitações deixa-nos como que envergonhados por responder às suas piadas com um sorriso. Mas Paulo quer que se riam com ele. Não dele.
Paulo é um verdadeiro fura-vidas e nunca desiste dos seus sonhos. Graças a essa vontade constante de provar que é capaz, conseguiu ser o que quis: foi e é ator, apresentador, orador de palestras como a do passado dia 17, no Campo Pequeno, onde foi figura de destaque.
Encerrou a maior palestra motivacional a acontecer em Portugal. Como são as suas palestras?
Normalmente afasto-me um bocadinho das palestras motivacionais, porque a motivação é de cada um. É intrínseca. O que costumo dizer às pessoas é que não sou nenhum empresário de sucesso, não inventei nada de extraordinário, só tenho para oferecer a minha história e a minha história é uma história de superação. É uma história de obstáculos. Mostra às pessoas - não sou hipócrita - que há obstáculos que não podemos derrubar. Mostro isso com vários exemplos da minha vida. Não desistir dos sonhos, podes adiá-los, é legítimo. Agora, desistir não. Há sempre forma de os concretizares. Pode não ser aquela a que estás habituado, mas se lhe deres a volta várias vezes chegas lá. E acima de tudo mostrar que para vencer é preciso falhar. Eu falho todos os dias.
A sua história é, portanto, a base das suas palestras.
É aquilo que de melhor tenho para oferecer e o ponto fulcral da minha palestra é que o difícil não significa impossível. Percebi que as pessoas se reviam na minha história que é uma história de força e de determinação. Percebi que a partir daí podia dar mais força às pessoas. As pessoas muitas vezes desistem e têm as ferramentas todas para usar e eu se calhar, a posteriori, era condenado ao fracasso e por ter acreditado e lutado consegui vencer.
Cheguei a um ponto em que percebi que pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, é um sinal de caráterDisse que a posteriori estava condenado ao fracasso. Sente que para si tudo é mais difícil?
Claro. Um simples degrau para mim é uma batalha diária. Tenho de ir lá, tenho de estudar, tenho de perceber como consigo, até que cheguei a um ponto em que percebi que pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, é um sinal de caráter. A maior barreira para mim é a mente, não as barreiras físicas. O meu objetivo de vida é mostrar que o ser diferente não é ser inferior. Se me perguntares se me dizem muitas vezes que não, dizem-me que não todos os dias. Mas o único sim que eu tenho é muito mais saboreado. Dou-lhe muito mais valor.
Quais são as maiores dificuldades que encontra no dia a dia?
É a mente. As pessoas muitas vezes julgam-me sem me darem oportunidade de mostrar primeiro. As pessoas olham para mim e pensam 'ele não é capaz'. Partem logo desse pressuposto. Não me deixam mostrar quem sou, essa é a maior luta diária. O meu maior foco é lutar contra a mudança de mentalidades.
Ouvia as pessoas na rua a dizer 'coitadinho mais valia não ter nascido'. Isso dói. Sentes-te um monstro, mas eu não. Recarregava-me todos os dias nessa frase O ceticismo das outras pessoas perante si ajuda-o a encontrar forças para continuar a mostrar que é capaz?
Eu conto um exemplo muito rápido que resultou na frase em que eu me carrego todos os dias. A minha mãe, quando eu era bebé, levava-me para a praia todo nu. Não era para eu adotar o nudismo, era para me mostrar às pessoas tal e qual como eu era. Não esconder. Este espírito que eu tenho de ser diferente não é ser inferior não nasceu comigo, foi-me incutido pela minha família. Eles são os meus principais heróis, se não fossem eles eu não conseguia chegar onde cheguei, se é que cheguei a algum lado. Eu ouvia as pessoas na rua a dizer 'coitadinho mais valia não ter nascido'. Se calhar pensavam que eu não tinha mãos nem pernas e que também era surdo, tinha as desgraças todas. Isso dói ouvir. Sentes-te, se calhar, um monstro, mas eu não. Eu recarregava-me todos os dias nessa frase.
Tive de me levantar sozinho, esse foi o passo de maior mudança da minha vida. Percebi que se a minha mãe me fosse levantar naquele dia, ia-me levantar a vida toda
Já fez um bocadinho de tudo. O que lhe falta fazer?
Faço teatro desde os seis anos, o meu sonho de vida era ser ator. Lutei constantemente por isso, fui adiando o sonho. Se há uns anos dissessem que um gajo sem pernas e sem mãos ia ganhar o prémio de ator revelação tu dizias 'és maluco'. Mas eu fui.
O tema principal do que eu transmito é não vivas no 'e se'. Vai, se falhares, levantas-te e continuas. Quando me mandaram dar o meu primeiro passo com as minhas primeiras próteses caí, não consegui andar. Os médicos não deixaram a minha mãe levantar-me, tive de me levantar sozinho, esse foi o passo de maior mudança da minha vida. Percebi que se a minha mãe me fosse levantar naquele dia, ia-me levantar a vida toda.
Ser ator foi assim, percebi que não podia viver mais na incógnita. Vim para Lisboa fui trabalhar para uma empresa de camiões para ter dinheiro para pagar o curso. A certa altura, foi feita uma reportagem na SIC, 'Uma vida normal', da Sofia Arede, que deu o nome ao meu livro, em que consegui mostrar às pessoas que era capaz. E foi aí que consegui fazer a minha primeira novela ['Podia Acabar o Mundo'], fui capaz de mostrar às pessoa que eu era diferente mas não era inferior.
O sonho começava a moldar-se...
Sim, ganhei o prémio logo na minha primeira novela, fiz logo outra a seguir, o meu livro vendeu 40 mil exemplares, e depois tive dois ou três anos sem trabalhar. Tive de ir para casa, tive de deixar Lisboa porque não tinha dinheiro para pagar a renda. Fui atrás do meu sonho e falhei. Quando a minha família me recebeu outra vez, foi quando eu percebi que era o maior era ali em casa. E ia-me recarregar nas pequenas coisas.
Mesmo depois do que alcançou sente que falhou?
Acho que falhei, mas ainda bem. Voltei para a Redinha e voltei mais forte, com outros planos. Já não vim tão sonhador, vim mais consciente da realidade. Dizem-me que não todos os dias, o meu agente propõe-me para todas as novelas. Eu fiz quatro. Neste momento, gostava de fazer uma novela mas já não é prioridade.
Qual é a prioridade neste momento?
É fazer os meus filhos felizes e conseguir pôr-lhes de comer na mesa. Seja a fazer o que for. Hoje estou a fazer palestras, estou a apresentar o 'Consigo'. Se amanhã ficar sem isto, tenho de ir buscar outros planos.
O mundo televisivo é competitivo e instável. Mas quando ganhou o prémio de ator revelação pensou que já tinha conseguido?
Pensei 'já consegui'. Em teatro tenho sempre trabalho, na televisão é que é mais inconstante. Mas sim, quando comecei a fazer a novela pensei 'já consegui'. Ganhei o prémio e pensei novamente. E depois quando não consegui manter, senti que falhei.
Sentiu que lhe puxaram o tapete?
Sim, um bocado. Não me sinto revoltado. Sinto-me triste. Revoltado não, porque depois vem esta perspetiva da apresentação. Isso mostrou-me que, tal como eu disse, não precisamos de desistir do sonho. Quando voltei a terra, tinha batido no fundo do poço, e percebi que era o melhor ali e quando não tiver nada tenho-os sempre a eles, à minha família.
Depois surgiu a apresentação e, sinceramente, acho que tenho muito mais lugar na apresentação, seja de um programa, de um diário, de algo inédito. Entro em tua casa como o Paulo Azevedo e não como o Raimundo. Sou eu, as pessoas já sabem, não tenho de fingir que sou outra pessoa. É isso que eu quero agora explorar mais. Tenho uns projetos que quero apresentar.
Tenho a sensação de que tenho de estar sempre a provar e dizer 'olha eu sou assim, mas consigo fazer isto'
Nunca se cansa dessa batalha de insistir e bater a todas as portas?
Falhei o plano da representação, tenho de ir buscar outro. Os diretores das televisões devem-me achar o mais chato do mundo. Quando lutas por aquilo que queres e quando tentas moldar os sonhos para não desistir deles. Acho que têm de te dar mérito por seres chato. Por estar a lutar por mim, pela minha família agora. Canso-me um bocado. As vezes apetecia-me 'olha vens fazer isto' e eu pensar 'porreiro não tive de procurar'. Tenho a sensação de que tenho de estar sempre a provar e dizer 'olha eu sou assim, mas consigo fazer isto'.
Outra das vertentes do Paulo é o desporto...
Sim, o desporto cresceu comigo. Fiz natação durante muitos anos. Dizem que fui atleta paraolímpico mas é errado. Nadei em competição, mas infelizmente nunca representei Portugal.
O meu pai foi jogador de futebol e eu em pequenino descobri, fechado numa gaveta, um equipamento do Benfica e umas chuteiras, porque eu não tinha pés para as calçar. Ali percebi que o meu pai tinha fechado o sonho numa gaveta. Então assumi um compromisso comigo de mostrar ao meu pai que conseguia. Posso não ser jogador como ele foi, mas dei-lhe a volta e tirei o curso de treinador. Tenho o 2.º nível do curso de treinador de futebol de onze. Estagiei com o Mourinho em Madrid. Lá foi onde me especializei em motivação de plantel.
Como conseguiu chegar até ao Real Madrid?
Arrisquei, mandei mail para o Benfica, Sporting e Porto com o objetivo de estagiar. Tinha de apresentar dois micro-ciclos, um treino antes do jogo, jogo e recuperação após jogo e mais um jogo. Podia ser num clube amador, mas eu quis mais. No primeiro ano fiz num clube amador mas no segundo quis mais. Mandei tudo o que era emails. No Porto, aceitavam o meu estágio para os juniores, mas juniores já estava eu a treinar. Fui dar uma palestra à Dragon Force, a escola deles, foi muito giro. Também fui à academia do Sporting. O Benfica também aceitou o meu estágio mas por circunstâncias internas lá acabou por não ser possível.
Há muitos anos saiu uma reportagem sobre mim na Sport TV, chamada 'O melhor jogador do mundo' que foi a reportagem do 'Report TV' mais vista até hoje. E o jornalista, o Jaime Cravo, ajudou-me a chegar ao Mourinho. Ele respondeu três dias depois. Arranquei para Madrid e depois fiquei lá umas duas ou três semanas a aprender com o Faria [adjunto do José Mourinho].
Em que época foi?
Foi no ano em que eles foram campeões, na época 11/12. Depois percebi que a minha mensagem passava aos jogadores. Ele deu-me o privilégio de falar cinco minutos antes de um jogo para, como ele dizia, eles levarem aquilo quente.
Depois vim para a Académica com o Pedro Emanuel, estive no Belém com o Van Der Gaag e com o Simão, que agora está no Boavista. Em Belém foi onde eu falei mais para os jogadores. Dei mesmo palestras. Tanto que há pouco tempo fui dar uma palestra ao Boavista, o Simão disse-me que estava a precisar de ganhar. A nível desportivo estas palestras são a minha praia.
Mandou uns emails e de repente estava no topo do futebol mundial a falar para os melhores jogadores do mundo. Não estava nervoso?
Muito. Mas o Mourinho é muito inteligente. Nunca lhe tinha falado da reportagem mas ele à noite andou a vasculhar a reportagem com o filho. No dia a seguir, eu estava sentado com o Faria, e ele ia para o auditório com os jogadores e perguntou-me: 'Então tu não vens? Não queres ser treinador? Então, anda'. Depois deu a tática aos jogadores e no final disse aos jogadores 'agora gostava que vocês perdessem três minutos da vossa vida e amassem o futebol metade do que esta pessoa ama. E passou um excerto da minha reportagem sem som, onde apareço a marcar um golo de chapéu ao guarda-redes e no fim manda-me levantar e diz 'agora são teus'.
Como foi?
Veres jogadores com 30 anos, mesmo os adjuntos, focados na tua história não é fácil. Andava dormente, andava a viver um sonho. Depois o Mourinho disse-me 'partir de hoje eles são teus' e já era algo normal. Já não ia para o balneário dos treinadores ia para o deles. Eles brincavam comigo, escondiam-me as próteses. Eu era deles mesmo.
Nas palestras, peço para as pessoas não me julgarem e estava a dar por mim a julgar o Casillas, porque o gajo não falavaQue história o marcou mais nessa aventura?
O Casillas tem uma cena, no final, fenomenal. Nas palestras, peço para as pessoas não me julgarem e me darem uma oportunidade antes de o fazerem, e estava a dar por mim a julgar o Casillas, porque o gajo não falava, porque era muito fechado e ele no final ofereceu-me as luvas que levantaram a Copa do Mundo pela seleção espanhola. Ele disse-me 'põe à venda no eBay, elas valem dinheiro. Se quiseres comprar umas próteses, põe à venda que eu autentifico-as para as pessoas saberem que são mesmo minhas'. E nunca tinha falado para mim. Percebes que fizeste a diferença em alguém. Era a maneira de ele ser.
E que destino tiveram as luvas?
Uma tenho-a comigo e outra um amigo meu que foi estagiar comigo e faleceu levou-a com ele no caixão. Não as vendi, claro.
A minha mãe queria que eu abraçasse o mundo com as duas mãos, o meu pai queria que eu fosse jogadorVoltou e conseguiu emprego no futebol português?
Não, foi sempre estágio. Não foi muito fácil no futebol. Não me pagaram para estar lá. Acho que não estavam ainda preparados para ver alguém diferente. Os treinadores sim. O Van Der Gaag, o Simão e o Pedro Emanuel foram fenomenais. Trabalhei a nível amador, treinei muitos anos o Grupo Desportivo da Pelariga, como treinador principal e como adjunto. Aí tive lugar, como profissional não.
Depois chamei o meu pai e fui jantar com ele e disse-lhe 'viste como eu consegui'. E ele disse-me que não era preciso, que quando eu nasci teve o máximo orgulho que se podia ter num filho e depois disse-me que guardou o equipamento do Benfica para não me influenciar a ser do clube. Mas não era. É normal que o teu pai sonhe e faça planos contigo e saíram todos furados. A minha mãe queria que eu abraçasse o mundo com as duas mãos, o meu pai queria que eu fosse jogador. Imagina que num momento para o outro aparecesses sem mãos e sem pernas. É um choque. Por isso é que digo que há obstáculos que não podes derrubar. Mas podes contornar. E percebi que andava a fazer aquilo não pelo meu pai, mas por mim. Agora tenho a noção de que tudo o que faço é para mostrar a mim próprio que o difícil não significa impossível.
Diz que as pessoas o acarinham. Foi sempre assim? Mesmo nos tempos de escola?
As crianças são mais cruéis, mas eu sou mais cruel comigo próprio do que com eles. Aquele ensinamento que trouxe de casa, de andar todo nu na praia, de me mostrar como sou, o mandar-me para a boca do lobo, fez parte de um jogo muito perspicaz da minha família. Fez-me levar com as balas todas para ir preparado para o meu primeiro dia de aulas. Cheguei à escola e os miúdos diziam-me: 'Então não tens mãos? Então não tens pernas? O que não tens mais?'. E eu dizia 'olha não tenho unhas encravadas'. Brincava com a minha deficiência porque eu gosto de mim como sou. Deixa de ter piada gozar contigo. Usei isso e nunca fui vítima de preconceito.
A minha maior dúvida foi quando comecei a ver os meus colegas de mãos dadas com as namoradas e eu não tinha mãos para dar a ninguém
Mas nunca teve dúvidas?
Tive. A minha maior dúvida foi quando comecei a ver os meus colegas de mãos dadas com as namoradas à volta da escola e eu não tinha mãos para dar a ninguém. Aí tive dúvidas. Mas nos momentos mais negros há sempre algo de bom. E quando eu pensava que não ia ter uma namorada, percebi que tenho outras virtudes. Tenho um sentido de humor muito giro. Se calhar vou dar a volta de outra maneira. Vou mostrar às pessoas que posso ser bonito por dentro. Se calhar era uma capa que tinha, porque no meu quarto fechado tinha muitas dúvidas. Mas não podia mostrar isso às pessoas. Mostrava que era confiante, que era líder. Tive uma namorada, tive duas e percebi literalmente que não é preciso mãos para abraçar um coração.
Há pouco mencionou os seus filhos. São esses valores, que lhe foram transmitidos, que lhes tenta incutir também?
Sim. Falhei muito mas conquistei muitas coisas. Fui a uma maratona em Nova Iorque de cadeira rodas e fiquei em segundo quando treinei duas vezes. Mas ao longo da minha vida nunca me senti preenchido. Só no nascimento do meu filho. Se estiver com as próteses e me deres um empurrão eu caio. Então tinha muito medo de os pegar ao colo. Ou muito medo que eles não tivessem orgulho em mim. Mas a enfermeira, no momento que ele nasceu, parece que adivinhou e meteu-me o miúdo ao colo. E eu garanto-te que naquele dia, só naquele dia, apeteceu-me fazer tipo 'rei leão', abrir a janela da maternidade e pôr o puto cá de fora e dizer: 'Porra, valeu a pena'.
E agora, depois disso?
Agora, não tenho grandes sonhos. Os meu sonho é viver o dia a dia e fazer os meus filhos felizes e passar-lhes os mesmos ensinamentos. Ele sabe muito bem que eu não tenho mãos que sou diferente, mas não foi preciso explicar-lhe. O amor vence todas as barreiras. Foi como a minha mãe. A primeira vez que ela me pegou ao colo disse: 'Podia ser pior'. E o meu filho é igual. Pede-me para tirar as próteses para ir para o chão brincar com eles. Os meus amigos levam-me às costas sem próteses, ele quer levar -me também. O ensinamento que eu lhe quero passar, a ele e à Matilde, é que ser diferente não é ser inferior.
A família que conseguiu criar permite-lhe desacelarar essa inquietude constante?
Sim, já pus muitos travões. Agora, desacelero um bocadinho. Não na busca intensiva por trabalho, mas na irreverência e inquietude.
Qual é o seu próximo passo profissional?
Estas palestras fazem parte de mim. Quero levar a minha palavra o mais longe possível. Quero apostar muito na vertente da apresentação, simplesmente para não abandonar as pessoas que gostavam de me ver entrar em casa delas todos os dias.
Como está a correr a apresentação do 'Consigo'? Tem boas audiências?
Vou dar em primeira mão esta novidade. Deixa-me um bocadinho triste mas o programa não vai continuar. A Secretaria de Estado, o INR e a RTP querem renovar a forma do 'Consigo'. O formato do 'Consigo' não vai continuar. Pode ser que venha noutro formato. Pode ser que seja incluído nesse programa ou não. Também não estou preocupado.
A maior máquina de electrocardiograma é a minha carreira. Quando eu vejo que estou cá em cima acontece sempre alguma coisaSempre que está estável profissionalmente algo muda...
Aconteceu-me muitas vezes. Na representação então aconteceu-me muito. Aconteceu-me estar na SIC na primeira novela, ir fazer outra e a direção de programas mudar e eu fiquei a meio caminho. Na RTP aconteceu-me a mesma coisa. Tive o azar de ser apanhado duas vezes, em dois canais diferentes. A maior máquina de electrocardiograma é a minha carreira. Quando eu vejo que estou cá em cima acontece sempre alguma coisa
Considera-se um exemplo?
As pessoas dizem que eu sou um exemplo. Não me considero um exemplo. Agora, se me consideram eu agradeço. Acho que o único exemplo que posso transmitir é que quando falhei tive forças para me levantar.
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